sábado, junho 27, 2009

Entre mentiras e confidencialidades

Quem me deixou, andar por ai distraído?
Quem me deixou, por via de jocosa atitude, deixar estas canetas espalhadas por ai?
Quem me deixou, se o engenho não me confunde, deixar por mãos alheias o que vai sendo feito?
Quem me deixou, se a virtude é fugaz, deixar esquecida toda a memória e oculto todo o mundo?
Quem me deixou, quem me permitiu essa perda?
Quem me deixou?
Quem me deixou assim perdido?
Quem me deixou, pintar essa tela, desenhar o rasgo do horizonte, pintar o mundo, colorir a vida para simplesmente me deixar perder essas canetas?
Quem me deixou ficar naquele lugar, sendo que fui o primeiro a chegar, hei-de ser também o ultimo a sair?
Quem me deixou consumir a lua e roubar toda a luz do mundo?
Quem me deixou fazer coisas inumanas?
Quem me deixou violar mil e uma coisas das quais jamais ouvi falar?
Quem me deixou então ser julgado?
Quem me deixou arrebatado?
Quem me deixou então…?
Quem me deixou?
Deixou-me a dúvida que se sublimou a estupidez…
Deixou-me a incapacidade de responder quando a resposta esta a frente de quem a teme…
Deixou-me em ridículo esta situação de que não fiz parte.
Deixou-me demente esta vontade de me rir em alta voz…
Esqueceu-se-me a verdadeira realidade…

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