quinta-feira, maio 16, 2013

Oculto a vista do mundo

Como me apoio, em sono perdido
Em sonho tido me deito
Em símbolo singular me mantenho.

Celebra o símbolo de existência, sentido dentro do ser
Por mais que haja a promessa, não há como esquecer
Faz a proposta ao vento que segue, somos escravos do amanhecer.

E enrola em finos dedos, todo o desejo de viver
Celebra o contracto, encosta-te como deverá ser
Ser único, não por ser.

Sujeita-te a ser testado analisado e desmontado
Promete não fazer sofrer, sorri e continua a correr
Oxalá não exista, seja apenas por ser.

Espia então incógnito a vista
Só por ser visto em ser
Recolhe um sorriso e parte, faz tudo parte de saber

Resta-me a mim acordar e abandonar temidos sonhos
Resta-me a mim esperar e não ver nunca palavra cumprida
Resta-me a mim, incógnito ocultar o pensamento e continuar a perecer.

terça-feira, maio 07, 2013

Três da Manhã

Três da manhã.
O relógio, arrasta-se pelas areias, em torno de um constante movimento, confesso de sentido e em eterno seguimento.
Caem as horas.
A vida segue, no seu usual trajecto, no sentido em que somos desprovidos, nunca sabemos e sempre julgamos em torno de um completo seguimento, tudo por todo e todo em si.
Não existe, dito em silêncio, uma ideia que valha, tão só por demover de medidas senta-se a noite, o dia raia e a tarde segue.
Três da manhã, pouco tempo para dormir e mais horas para trabalhar…
Mais uma engrenagem na máquina e as rodas continuam a girar, as identidades perdidas, um sorriso e serviço com excelência.
Segue-se assim, o acto de julgar.
Julga-se por uma acção, uma reacção se lhe suceda e em todo o acto que se possa ter, existe uma eterna mentira.
Simplesmente sorri e escuta, aceita a hipocrisia.
Três da manhã, mais seis horas e acorda.
Que treta de ordem, ser uma engrenagem rendida, retida e ressentida.
E gira sobre si, gira e gira…
Toda a energia atravessa, essa vontade de sentir, energia que se troca e se toca, nada mais que energia e um vazio sem sentido, não és mais que uma bateria?
Casualmente descarregas sem uma fria via e a única questão, essa recarga própria será tardia?
Três da manhã, foi hora de sonhador, hora de pensador, poeta ébrio, hora de toda a imaginação solta e neste momento, hora de engrenagem revolta, sentida do caprichoso fado, cujo cantar não enaltece qualquer vida, cruel pranto e desfeita moradia…
Movida sem um sentido conexo, envelhecida pelo andar, segue solta caminho inverso estupida e inglória, ser inútil e fugaz.
Três da manhã.
Amanhã para recordar e ainda assim, sem energia para restar.
Dentro em breve há que acordar.
A hora corre longa e o sono não retorna…
Engrenagem solitária que roda inversa.
Três da manhã, nunca há de te bastar…