sexta-feira, junho 13, 2008

Não compreendo.

Tento, pensar em todas as teorias que me possam surgir, tento conjugar todos os factores que me surgem e no entanto, não encontro uma única resposta que satisfaça a questão que possa colocar face a tais acontecimentos que tão depressa parecem encaminhados para algo decente como de um momento para o outro se desfazem em pleno ar deixando apenas uma espécie de perfume apelativo e contagiante que deixa sempre mais a ser desejado.

Como conjugar?

Bem, creio que uma teoria valida, seja que a partida existe já uma premissa que indique a forma em como todo este comportamento se vai desenvolver, sendo este contudo tão oculto a razão e ao pensamento que me ilude de uma forma que aparenta ser magia…

Estranho…

Não existe um único meio de prever um comportamento humano ou por outra, se existe, creio que esta sempre cheio de falácias, pois falha em compreender a medida em como certos “radicais livres” que não sendo considerados, tais como a personalidade, a idade, os factores sociais envolventes, as próprias experiências individuais, levam a um certo ponto em que não existe uma possibilidade sequer de existir qualquer tipo de relação ou raciocínio lógico que permita de forma alguma a criação de laços de qualquer tipo…

Ainda assim, vemos nos forçados enquanto seres humanos a simplesmente por de lado todo este pensamento racional e seguir apenas o que nos vai ditando o raciocínio sentimental.

Assim, como não sentir?

Não posso afirmar que não exista um meio de não sentir as coisas, a própria humanidade não poderia existir sem sentimentos, indo mais profundamente no sentido disto tudo, o ser humano, enquanto criatura existencial é basicamente um ser que vive para os sentimentos e quando privado destes, quer pelos estímulos dos sentidos intrínsecos do corpo humano, audição, tacto, paladar, como pelos estímulos que nos possam ser dados ou apreendidos como memórias felizes ou tristes, amor ou ódio.

Assim, questionando novamente, como podemos nos, enquanto seres humanos, consideramos que somos apenas meras equações inacabadas, sujeitos a infinitas variáveis, processar internamente e aceitar todos os sentimentos e toda a introdução de sentidos que nos são atirados?

Creio, acredito veemente que não exista uma teoria capaz de explicar o raciocínio humano, creio não existir uma forma correcta de interpretar a própria interpretação de tudo isto.

Questiono, por fim, que nos resta?

Considerando, amamos, perdemos, sofremos, sorrimos, odiamos, desprezamos, enfim, um manancial de coisas que vamos decidindo ou aceitar a bem ou a mal…

Enfim, que somos nos, enquanto meras pessoas senão produtos inacabados?

Resumimo-nos a procura de alguém e se esse alguém não existe acabamos por encontrar um outro alguém que simplesmente nos faça sentir bem por momentos até deixando assim o nosso cérebro e o nosso coração morrer lentamente até ao dia em que simplesmente acabamos num buraco, considerando ainda, para mordaz ironia do destino que de uma espécie de buraco viemos…

Estamos, portanto, condenados a amar e sofrer, a viver e a morrer e deste modo, como se vive mortalmente?

Fora de questões, nunca, mas nunca se vive… Apenas… Se sobrevive…