sexta-feira, novembro 21, 2014

Maus resultados e a vida matutina

Quando a seta te aponta para a saída, será talvez hora de tomar asas e voar?
Quanto mais te sentes apegado, mais despegado estas, se na verdade estas a descolar e mesmo assim em sincero ornamento, te deixas levar, ri-te, esta coisa há de te mudar.
Na verdade, pretendia dizer outra coisa, considerem-me pudico, pelo menos em palavras, conheçam-me, mais brejeiro que um estivador, mais agitado que um bêbado, mais maluco que…
Deixo esta parte a vosso critério.
Na verdade, vão bastantes anos e revendo também hoje, um pouco do que já foi e penso nisso, como uma realidade um pouco mutável, na verdade o que foi fica e o que passou, está assim registrado.
Adiante, costumam dizer que a pena é curta, ou pelo menos penso que o seja, já nem a carga da caneta pode dar para tanta coisa e ainda assim, insisto.
É um pouco trágico, ainda que na verdade algo cómico e até mordaz.
Sabes e nem me dirijo para alguém específico, a verdade é que nada é como realmente aparece escrito, sempre que o possas distorcer, a verdade é que não é realmente directo, ainda que distorcido e neste ponto, nem eu posso explicar muito concretamente, acho que vai da forma e do meio ainda que costumem dizer que para bom entendedor…
E é assim que nos fazemos ou que nos queremos fazer.
Eu não aspiro na verdade a um fim, vou construindo pontes, sempre assim, caminhando e tentando, se bem que sempre fui assim e se isso posso considerar, bem-sucedido dentro de uma perspectiva.
Se bem me conheço, nem quero dizer muito e sem dizer muito ergo castelos e esta é a parte cómica, na verdade a trágica é mais difícil.
Dizem que a verdade é sempre mais difícil, sempre a via mais recta, coisa e consistência, exactamente o complicado, sobre a complicação.
Raios.
Absolutamente mas tenho absoluta diferença, que indirectamente, o que quero dizer, não posso dizer por descoordenação motoro-sensório-mental.
E é absolutamente uma treta.
O meio é o caminho e o caminho é sinceramente uma pilha de indiferença.
Aí!
Pois, é cómico.
Mais cómico é poder falar, poder bradar, zurzir, agitar meio mundo, fazer peito, crescer, quando na verdade, no momento que devemos realmente falar, somos tremendamente pequenos, insignificantes, perante dado medo e covardia.
E sabes que mais?
Raios partam as manhãs.
Deixam-me com pensamentos estranhos e num preâmbulo de maus resultados.

quarta-feira, novembro 12, 2014

Terminus

O término é uma partida.
Do momento em que quebramos com algo, seja por que motivo for, de imediato começamos com algo novo, não se pode romper com esta regra, significa que evoluímos enquanto humanos, nem que seja na nossa própria pessoa.
Nisso, somos obstinados até a medula.
Pergunto, nisto como sentimos, a mudança, se confrontamos meio mundo ou se vamos avançando e esquecendo.
Olho as vezes, vejo rostos que deveria apagar, vejo faces que deveria olvidar.
Mas perder de memória, não é uma coisa que eu saiba fazer com facilidade, até porque algumas coisas ficam guardadas, demasiado resguardadas.
Mas o término é uma partida e enquanto fechamos uma ferida, estamos logo susceptíveis a abrir uma nova, nisso somos sadistas, masoquistas e completamente suicidas.
Compreendo talvez esta necessidade de nos magoarmos, significa que aspiramos a crescer, com cada experiencia, cada rasgo, cada alegria e cada traço.
Se recordo directamente, sei em quem me lembro, passo por três, colocadas em décimo terceiro, passando para o vigésimo, sem aspirar demasiado, ser único.
E lembro-me perfeitamente do significado que alguém pode ter, da intimidade que podemos padecer e de como tudo pode então volver a cinza, como tudo pode desaparecer.
Sempre hei-de recordar a primazia, como foi num ano, perseguição e perseverança, sei lá, loucura juvenil.
Recordar tudo, é uma memória deslavada, não vamos assim falar.
Do passado ao presente ao futuro que podemos ainda não falar, não sabemos em que mão tomamos assento, nem em que perna caminhamos desorientados.
Partimos assim para onde?
Sinceramente, abraçamos o que podemos, beijamos com tudo, sentimos com intensidade, tontos levados, sei que sim, sinceramente falados.
Mas quando esperamos nada, temos tudo e quando queremos tudo navegamos em marasmo.
Então julgo que não preciso de melhor descrição, deixo tudo assim.
Se leres, se te encontrares nestas palavras, saberás que são para ti, está aqui a mensagem.
Escrita por um claustrofóbico, as três da manhã, num qualquer quarto.

quarta-feira, novembro 05, 2014

Palavras de ontem

Iludidos, brincamos com a ilusão, criamos nas suas costas, poemas, obras de solidão.
Entre esgar aberto, sorriso quebrado na escuridão, vivemos assim, na profundidade de simulação.
Obriga o corpo, teor de loucura, sempre rodeado por amargura, cruel em nenhum sentido, obrigado a conjectura, imoral, segue assim por perfeita, segura.
Supõe, não é assim, dado a mão, que se segue em teu respeito?
As coisas que vamos tremendo, não são apenas o que tememos.
Ora por hora, criados em soltura, sentidos ocultos, se é que vale a pena ocultar, certo, por discernimento, criado mordomo, capitão de valsa rasa, sabe que navegar é a cruel loucura, senta-se assim, em muralhas altas, comandante derreado, ostracizado, perdido em batalha?
Nunca direi que fui eu, não sei, nem nunca soube como o fazer, se me permitem o engenho, o gesto desconhece, horror de nada, não há, não existe.
Para a confusão, parto, louco e assim, agradeço a escrita, oriente de mim, não por rosa volante.
Senhoras curvam-se perante generais cruéis, desde romanos a helénicos.
Os significados são convulsos e delusos.
Que quer então sentir a alma?
Risco atrás de risco, linha trás linha, sentido visceral, venal, próximo da pele.
Porque reclamam então sem nunca sentirem, sem nunca pensarem, em que momento se encontra a folha, perante a caneta, perante a tinta, perante o interlocutor…
Rasga.
Só se exprime em mediocridade.

terça-feira, novembro 04, 2014

Senão

O critério, é um sedimento da razão, sempre desconhecemos os meios como nos movemos, de facto, somos toldados, talvez velados, sempre amarrados ao síndrome de negação.
E porque fazemos o que fazemos?
Acontece-me de facto, a razão falha-me, não me traz palavras absolutas ou realidade relativa, abraça-se sim, à ilusão.
Acho-me apenas demasiado cansado, para se por motivo algum, apresentar qualquer tipo de motivação.
Concentro-me no que sei, consulto velha amiga e vou levando as coisas, sem rumo mas com mão.
Se perdoam um decapitado, porque não hão-de perdoar, cruel derrotado e déspota humilhado?
Foco a razão, para que?
A resposta ilude, não se tome com a certeza, mais significado que a beleza, pois que a vê muitas vezes é cego certo e que mais interessa senão?
Sabe-se mais sem medir palavras, pedir um gesto, que não se espere nada, quem souber pois remexe, agita-se inconstante, raio de sentido jusante, canto oeste, direito de poente, predilecto sentimento e perdido por orientação; adiante.
E quem sabe realmente medir, desmedida é a loucura e os loucos que a tomam crivados de ternura mal sabem medir a tontura, a delicada ternura, expressão solta, grito primal, honesto e rarefeito, tombo mandado se nunca pedir suporte, mas sempre a esperar uma mão.
Acontece, memória feita, uma abraço tido, qualquer tipo de contacto, não sei bem porque tido ou perdido, próximo ou remoto, somos assim, senão perdidos, idiotas tomados e crianças movidas…
Órgão infinito, não só teu coração.
Então lousa, prende ardente sentido, liberta em claustro profundo sem saber porque nem senão, raio tomado em não só infinito, sente-me aflito, perdido em emoção, sem me medir, demito, estupido sem mito, gigante abismal, burro, mais que admitido, truão.
Não chega para ser tonante, faz tudo por decisão.
Apresa ardente pena, que se apaga sem emoção, torna-se cinza, passado, lagrimas carpidas, sonho perdido sem conclusão.
Ardem então os pesadelos, os terrores de noites vagas, só perante o vazio, nado nu, vestindo matéria obscura, berço de escória, sangue e tripas, refúgio último e soturno.
Mas daí a mentira, por vezes mascará que forçamos no mundo, tacanheza de existir, ser pequeno em alma grande, contida e desmedida…
Nunca poder dizer, nem falar…
Quem me manda gritar ou bramir?
Se sentido, me deito a prantear, ser só único e perdido.
Aceitar uma ilusão é uma medida de um momento e correr, sentir o vento, voar sobre o mundo é senão o meu senão.
E um senão deixo ao tempo, que falha ao contentamento, alheio a tudo, cortado pulmão.
Casa do momento, criei em ti outorgado esgotamento e tão só peço um abraço, senão de ti, refiro pedaço, pendurado em coração.
Aceita, neste truão embaraço, cada figura, face ou retrato, sem que te possa falar, hei-de algum dia cumprir, sei que o faço por embaraço, mas é assim o disfarce.
Cruel a medida?
Senão…

segunda-feira, novembro 03, 2014

As estações passam, recomeças como folhas caducas, pisadas pelo vento.
As pessoas, nem as passam, viradas pelo avesso, não há uma clara visão.
Então vem a mudança, não por decisão mas obrigada pelo tempo.
Como fazer então, tomada a decisão, que as coisas avancem e simplesmente se deixem prosseguir.
Virado do avesso, sem condição de segredo, não há, senão um recomeço.
Vira a folha, as arvores tem que florir.
Se por estação, se sentir o recomeço, nem sabes bem, como medir, um sentido todo do avesso e o arremesso do que há para vir.
Eu, por explicar as coisas, não sei como seguir, as decisões não tomadas, não se fazem reflectir, então por momentos cerrados, que decisões flectir?
Aquilo que te dizem, pese ao vento, sem rebordo ou tormento, sem muito que dizer, pintas de tintas soltas, que mais nos fazem decidir?
Eu, por mim, sem explicação, preferia dizer tudo e ver tudo ruir, seria mais simples, directo, não sei se me faço sentir.
Olho a volta, a ignorância é um temor, não conhecemos jamais o alento, nem sequer o seu fervor.
E então, vivemos pelas palavras que não dizemos, os segredos que vamos partilhando, palmilhado está o caminho, por essas folhas caducas e cheias.
Se olhares, serão milhares de palavras, escritas de um só momento, se olhares, serão razões para tormentos, desorientação e consternamento.
Então deixa-me a expressão, serei rápido mas jamais directo, porque em tudo o que faço, falta-me o ânimo, o tempo e o momento.
Então vejo resguardado, nestas palavras o segredo.
Em sentido obliquou, directamente inconsistente.
Será então que deveria deixar mais?
Não existe uma decisão, não tenho um caminho marcado.
Carrego peito aberto, há muito já não tapado.
Entenda-se o desdenhado, fé lhe falta, decisão tomada.
E sem revelar, se permanece velado e dada a trama, não está já revelado?