sexta-feira, setembro 10, 2010

Do intangível ao estupefaciente

Retorço-me em luta das minhas crenças, ideias e inteiras independências, nada mais que um sabor confuso de tudo o que possa provar e pela provocação de nada completo um termo meio difuso, confuso perante nada e ambicioso perante o passo da minha caneta leve e fugaz.
Não, recomendo sinceramente à fuga, não me sinto capaz ou talvez me sinta demasiado capacitado para rasgar garganta e gritar a pleno pulmão, quebrar ao intento de nada e ainda assim aspirar ao proveito de tudo o que possa apreender e por motivos de só e estranha contextualização, vou traçando assim essa rota sem meio, sem medida e perdida por oceanos de exasperação.
Há! Como há-de ser o momento? Partir! Sim, sem dúvida partir, fazer do fogo ânimo, fazer do alento caminho e do caminho meio para um fim.
Fazer tudo de mal, quebrar por tudo de bem, não reconhecer um meio para um fim e contudo, reconhecer que o fim deve ser equacionado.
Quebrar por dúvida falsas promessas, enaltecer apenas um estado de verdade, reconhecer tão só todo e qualquer ponto de sensibilização e por dúvida, pressiona-lo como uma espinha até este ceder.
Partir até esse ponto, quebrar portas e ossos, duvidar de nada e ainda assim ter certeza de nada, tão só seguir a palavra vã do vento.
Passar do intangível ao palpável e do palpável ao gosto de ebriez atingindo por fim o estupefaciente sem nunca recorrer a nada exterior ao ser por inteiro.
Orquestrar por inteiro um encantamento e por divina comédia que este corra por inteira verdade como um rio sem fim e ao chegar ao mar apenas se disperse calmamente e sem efeito.
Pegar no ser e liberta-lo de magia que mal lhe faça e deixa-lo apenas consigo e com a sua própria força e decisões, boas, más, complexas ou incompletas.
Rejeitar por força todas as memórias incompletas e sombras submissas ao desespero de perecer e maquinar perante tudo, nada.
Ao terminar a tarefa, sem que nada seja totalmente entendido, apenas rasgar as paginas do passado, mantendo o para sempre na memória.
Correr ao contrário, acertar as horas com o correr do tempo e demorar um minuto de cada vez…
Sorver por ignorância e por calúnia e em sentido de perda tão só abraçar a rebeldia.
Abanar, servir, repetir e talvez rejeitar.
Em simples situação talvez mudar e rodar.
E em pleno acordar, abrir a porta, olhar para lá dela e ao aperceber o vazio gritar.
Cheirar por fim fantasmas e aspirar a loucura incondicional.
Beijar por beijar e abraçar o nada, sendo o nada mais real que o irreal.
Partir em berros de ira e quebrar a chorar por solidão enferma.
Já somente por demência, passar do intangível ao estupefaciente, encontrar um caminho, perder a razão, nunca perder o sentido ou a lucidez.