sexta-feira, junho 01, 2007

Enfermidade da Solidão

Existe um cumular de ódio em todas as sensações vividas, tudo ligado a tua integra figura, um ódio dividido em si mesmo por um amor que não consigo apagar.

Escrever-te-ia mil e uma prosas, mil e um versos, mil e uma histórias, mas nada apaga este sentimento de dor que cravaste tão fundo cá dentro.

Então, que somos nos, senão figuras inacabadas dessa solidão?

Assim, que sou eu se não a figura solitária e todo este ódio inalcançável que cravas-te em mim?

Penso, assim que ando pela rua, um céu azul que mais parece um manto de morte, uma lua soturna que se contempla a si mesma tentando aperfeiçoar-se a si mesma, mas que tão só alcança o que deseja por uma noite e nessa mesma noite se começa a destruir a si mesma?!

E tu? O meu mais perfeito amor, este punhal perfeitamente cravado no meu coração morto, que tão só procurou por um momento amar-te e se o conseguiu, deixou-se consumir nesse mesmo amor e neste momento bate apenas para suster esta vida ingrata e triste…

Tu… Que tanta vez choraste essas lágrimas que quis limpar de teu rosto, simplesmente seriam pérolas de acido que me queimariam as estranhas da alma e me deixariam neste ermo de descontentamento soturno…

Tu, sim tu, que te amo ainda perdidamente e infelizmente não te consigo apagar da mente e não tenho certeza sequer do querer fazer…

Tu, que o tens, arranja a sua destruição, pois pouco valor tem este meu coração que te foi dado e apenas caiu num poço ainda mais profundo que a ilusão…

Eu? Eu sou apenas pó de mim mesmo, solidão, tristeza, contentamento cruelmente descontente ilusão em cada miragem contente…

Assim, me deixaste, neste leito de perdição e ainda te amo e isso sim, por mais que doa é a maior e mais cruel de todas as verdades que te direi e alguma vez te disse.

Mente-me agora mais uma vez, diz que me amas, diz que me queres, dá me a ilusão, mas por favor, se o fizeres aponta logo uma arma a minha cabeça e deixa que o silencio de chumbo me tire deste mundo devastado de podridão…