sábado, junho 27, 2015

Azuis metálicos

Do acordar ao amanhecer, pés virados para o leito, horas de insensatez, vida tida com o seu proveito.
O calor de um abraço, seja de Inverno ou Verão, tão forte é o seu traço, largo coração.
E vamos com o tom, na verdade é nessa andança, de azul celeste à azul marinho, na linha difusa do horizonte amanhecer e perder do dia.
Nobre então a vontade, o sorriso que trás por sinal, em boca rasgada ilusão terno retorno, traz ao coração.
Evoluímos com o tempo, aprendemos um pouco com a solidão, sentimos a proximidade de nada mas deixamos a abertura, conforme se enche e ganha formato, sensação enorme de ternura.
Olhos a lés, na verdade a horizonte, se somos puxados em frente, sentimos na pele o vento da cavalgata.
Hora por hora, as paredes estreitam-se, em linhas e cadeados que ganham asas, na verdade, aprendemos a voar, escapamos da gaiola, voámos por cima do ninho, em direcção escolhida, rebelde é o espírito que nos leva mas só nosso o sentido.
Ganhamos pelo azul da liberdade, um tom metálico que nos rodeia, descrever seria uma arte, neste momento, escapa-me a eloquência.
Sem razão que temer, domamos já a amargura, se havia um extra sentido, deixamos de lado o passado, se queremos saber, até o temos mas é isso, um termo acabado.
E um azul que se espalha pelo ar, desde o raiar ao crepúsculo.
Perdido por aí não é?
Quem sabe.
Simplesmente deixado ao sabor, entendido entre linhas.
É um azul, não de tristeza mas sim de liberdade divina.

quinta-feira, junho 25, 2015

Viagens em tom de sépia

Bússola solta, sentado em pé, todas as sensações do mundo, em terreno incerto.
Sente-se no ar, o quente que se aperta, o desejo de terra incerta, tirar roupa ter areia, o sal no ar, a água que beija.
Viagens que tocam ao incerto, deixado ao acaso, determinada a hora de partida, receita invejável, contorno indeterminado.
Não existe lágrima, na realidade é tudo calmo.
Escrever torna-se um desporto, hábito inusual, deixado ao acaso, como é tudo ao acaso.
Vem com o preencher dos tempos, em que é tudo contractual, viver para trabalhar e nem sempre saber como aproveitar.
Ou aproveitar, tornou-se um luxo.
Reverte-se aos tons de sépia, no seu formato usual, deixado do avesso, um sorriso que vamos tendo, por palavras ditas sinceras as vontades, quem tem que se abrace, que se beije ou se ame.
Hoje nem sinto a vontade, o sono deixa-me escrever de olhos fechados e enquanto os olhos se fecham, o peito abra e o tempo que passe vai tudo em letras cheias.
Eu não o direi, na verdade não há um tempo já, para dizer coisas à meias, contado ninguém acreditaria, parecem sempre, aventuras alheias.
Com um sorriso, um esgar contente assim me encontram, testei viagem, sereno e tranquilo.
Sem rodeios, sépia é meia?
Ora…
Deixo ao entendimento, escrevo a folha cheia, se por amor, nem hoje há ódio, cansaço sim, mas sobre tudo amizade.
Não é um estado, a loucura é passageira? Digo que não a vida é o seu eterno estado, nesse sentido, abraço a ideia, existe amor, apenas não nesta veia.