terça-feira, março 30, 2010

Sobriedade

Sempre, em momentos silenciosos, de nada e tudo…
Como aspiro a esse tal estado, de silencio…
E como o silêncio é tudo.
Nem durmo, dormente, de serenidade dependente.

Em momento que não espero, pendente…
E nada que não espere, um momento ausente.
Como me calei para sempre…
E no entanto dormi, demente…

segunda-feira, março 29, 2010

Um halo na lua

Havia um halo na lua, a noite estava ainda calma e bonita.
Havia uma verdade que bailava no ar.
Sem que recorde alguma coisa que possa realmente ser contada.
A noite passava e a voz de uma era esperada tão só se mantinha muda por medo de eventos passados e de histórias reconhecidas.
Passeei pela noite, a calma dos seres sérios.
O reconhecimento de nada e tão só o andar e o passar do tempo.
Mais uma vez mirei o vazio.
Continuei a caminhada, não sei porque meio, motivo ou recordação passada.
Nem sei como, abraçado a nada e de mão dada ao vazio.
Reconheci o desconhecido, em sentimento talvez abrangido, tão só e perto como se fortemente desterrado.
Olhei para cima, a lua bela e serena e o seu halo de esplendor, que me desengane, nem conheço tal coisa.
Perdi-me por olhar para ela e lá ficou ela, bela, serena, só.
Perguntaram-me à já algum tempo se sentia algo por alguém, fujo sempre de esta pergunta, se responder direi amo a lua…
E enquanto a verdade não chega, não divulgo sequer de quem gosto…
E amar, nem direi que amo.
Continuo a procura, sob a luz do halo da lua…

terça-feira, março 16, 2010

Desabafo

Escrevo o que leio entre linhas, oculto.
De vivências em estranhas demências, nem sempre bem claras, como só eu sei explicar, não conto nada que me valha e nem por me valer me sei explicar.
Recorro ao que recordo e esqueço o que vai passando, grande parte dos momentos se os tenho foram passados, nem sei como fazer isso, nem sei como me ter.
Suspiro.
Se me sinto mais humano, do que poderei ser, talvez deixe para hoje a escrita humana, acusem me de escrever a sangue vivo estas palavras pois desejo que ganhem vida, nem como hei-de expor isto pois se me apetecer sentir-me mais vivo, hei-de ter-me demente e orgulhoso, estupidamente orgulhoso.
Hoje se o senti, senti-me estupidamente alegre, nem sei como cair fora deste estado já que não me sinto realmente feliz.
Cruzo as coisas e sei sinceramente que hei-de cair como explicar isto e sinceramente não sei explicar-me minimamente.
Sorrio.
Hoje, procurei explicar coisas que nem saber, sei fazer, encaro então esta confusão, se as pessoas ponderarem estas coisas, confusas se hão de sentir.
Rio.
Corro então longe para um oceano aberto, imagem estranha talvez, hoje recorro a diáspora de ideias, talvez tal conceito não exista de todo, talvez nem queira saber.
Confesso-me longe.
Caio de redondo, estico-me ao comprido.
Hoje encontro-me em todos os sentidos.
Confuso, alegre, radiante, triste, medonho, enfadonho.
Enfim, completamente incompleto.

domingo, março 07, 2010

Cárcere.

Circo de sangue.
Com horror exaltado.
Morte por morte, hora por hora…
Sigo o mover dos ponteiros.

As partes perdidas.
Como sinto em si a perda.
Se me negar distante.
Em horror de semblante.

Cruel cretino.
Sorriso asno.
Embriagado dia a dia.
Negado em emoção.

Ignóbil criatura, senhora asneaste.
E sorrio ao olhar esse circo, ridículo, insano…
As marionetes abanam-se e as rodas continuam a girar…
Que entrem os palhaços!
Deixem cair a tela!

Contem-me a verdade!
Hoje não existe nada que me leve de este momento.
Cortem a linha.
Deixei rolar o cenário.

A peça perdeu o interesse.