segunda-feira, setembro 11, 2006

De novo para ti

Não consigo…

Não consigo não pensar em ti.

Não consigo simplesmente eliminar-te da minha memória, retirar cada traço teu do meu pensamento, extinguir-te, esquecer que alguma vez te conheci…

Criar uma ideia de que nunca foste mais que uma ilusão, antes queria gritar eliminar toda esta raiva do meu peito, deixar em pratos limpos tudo que queria dizer, não deixar num pensamento tudo o que significas para mim…

A ideia senta-se ao lado da loucura e a loucura clama violentamente por ti…

A minha vontade é atirar-me ao chão e tentar nunca mais me voltar a levantar…

O meu desejo era simplesmente ter-te.

Não fazer acreditar em nada e simplesmente demonstrar-te as coisas.

Simplesmente perceber porque motivo acontece isto, porque motivo partes sem me dar um porque, porque te fechas e desapareces do meu mundo, quando no fundo ele agora é teu e só teu, sendo eu apenas um inquilino extra nele…

Sim, sinto saudades tuas, dizer-to de outra maneira é impossível, saber se esta mensagem alguma vez chegara a ti, é cravar um punhal nas costas do pensamento e da ansiedade…

Desejava ser estúpido como o resto desta imbecil humanidade, porque assim ao menos nunca te teria conhecido ou nunca teria esta noção de ti…

Digo isto e minto, digo isto com asco na mente, no coração e na alma…

A mentira tenta apenas justificar o que o humano não pode compreender totalmente…

A mentira não me satisfaz…

A verdade é esta.

Estou aqui sem ti, o meu corpo anda doente, o meu coração carente de ti, a mente demente e a alma em pranto…

De que me vale, esta escrita finita?

De que me vale exprimir estas letras inúteis se nem creio que as vás ler?!

Choro…

Não me vejas chorar, não quero a tua a pena, queria e quero te a ti pela pessoa que és e que nem conheces como sendo tu e não pela pessoa que tentas moldar a uma sociedade podre corrupta sacralizada numa crença demente em que todos se ajoelham para satisfazer oralmente o homem rico…

Não sou rico, não sou nada, mas pelo menos, posso dizer algo que para muitas pessoas é uma noite ou uns segundos.

Amo-te. Sinto a tua falta e todos estes textos agora soam vazios, só me resta de novo a dor e a solidão.

Amo-te.

sexta-feira, setembro 08, 2006

Mensagem

Toca-me hoje a alma, desfeita a sombra do teu ser…

Beija-me este rosto, cansado da vida mal vivida

Deixa-me existir, a vida não foi feita para pensar, deixa-me na estupidez do meu ser, se assim ao menos não pensar em ti…

Tira-me esta agonia, esta dor, esta tristeza, esta solidão sofrida do peito…

Deita-me por terra, tira-me o orgulho, o engenho, o pensamento, tudo o que possa fazer de mim quem eu sou…

Atira-me a um canto e deixa-me assim inconsciente do meu ser…

Mata-me, retira-me esta vida inútil, fecha-me os olhos a esta dor terrível que me aflige o peito, deixa-me morto, pois só assim posso pensar em descansar…

Que queres que te diga?

Queres que te minta em palavras que me dilaceram e me corroem?!

Queres que me prostre a teus pés e chore?

Queres que te diga que isto foi só um engano e que tudo o que digo não passa de uma ilusão que quero fazer passar a teus olhos, alma e mente?!

Queres que me doa?

Queres que me arda?!

Que queres?

Uma simples frase, uma estalada neste ego desfeito, nesta vida dorida, neste paciente doente, neste crédulo lunático.

Atira-me a cara a mentira, se cruel, bate-me, mata-me, deixa-me inconsciente desta vida que a insanidade não apaga…

Se quiseres apaga-me o pensamento…

Tira-me dele a tua imagem, o que penso de ti, se isso te satisfaz, da o que tiveres de pior e de melhor…

Mas por favor, mata-me a alma, queima-me o coração…

Não os deixes em existência.

Pois esta dor de pensar em ti…

Esta dor de sentir a tua falta…

Como já te disse, amor, não corrói apenas a mente…

Morto, nada é nada

Mata-me esta dor de viver, atado a esta vida iludida, enterrado nesta história interminável, arrastada em campos de memoria que se envolvem na corrente do tempo perdidos na infindável história que nos empata a dois...

Compreendo-me como uma pessoa funesta, não existe sentimento que se não o da afectiva fraternidade...

Odeio essa história, odeio o seu escritor, todas as suas memórias são falácias mudas escritas em linhas invisíveis tratadas por crianças mudas...

Odeio todo este mundo, as suas mentiras de felicidades, as formas em como põe mascaras na cara de todos e apenas demonstra essa falsa felicidade tão facilmente lavada pela chuva.

De novo a queda.

Quem pede para não se levantar?!

Quem deseja a queda?!

Quem me dera a mim não sentir...

Que o sentimento fosse nada mais nada menos que uma memória de um segundo perdido.

Nada, não sentir, não pensar, não ser...

Pura e simplesmente não ter nada, desaparecer, o desejo é apenas esse...

Deixei a literatura ao vento, atirei a escrita ao abismo...

Esqueci-me disto, deixei de incluir este ponto na minha vida...

Pedi-lhe para desaparecer, mas no entanto, ficou, não partiu esta única parte de mim que me é própria, que não vai embora...

Como odeio esta parte...

Sinto falta dessa ilusão...

Porque é que ma roubas-te?

Caio, triste, entorpecido.

Cala-se esta voz, fica-se surdo para sempre, sabes...

O único desejo era amar-te...