sábado, janeiro 26, 2019

Do incerto à incerteza

À noites, sonhei contigo e todo o meu mundo se desfez em mim.

À noites, senti-me calado, sem que nada me demovesse do meu canto, sem que a vida mais de mim se aproximasse sem que o momento de me mover me mantivesse deverás acordado, sem que uma resposta me pudesse demover de sentimento, sem que uma resposta me faltasse por total inglória.

À noites, sonhei de ti, um sonho que levo então carregado por loucura, no mundo que se me desfaz pela frente, sem que à ilusão me seja; tomado por demente, uma resposta fidedigna.

À noites…

À noites perdi-me e permiti-me sonhar, ter-te na minha mente, somente poder levar avante nesse pedante pensamento, um desejo de ser feliz.

À noites, foste ilusão, foste semente, foste então, velada da madrugada, por onde se esconde a mente, uma incerteza fugaz e fulcral, um furto desejo de insanidade, que se a verdade me apraz, nem sei como tomar.

À noites, despertei de madrugada, por entre os sonhos de uma velada, uma aragem que se me assomava, sem saber o que procurava, sentia o teu odor no ar o doce dos teus lábios nos meus, a proximidade que nos afasta e o desejo de te reencontrar.

À noites, escolhi acordar, perder as feições da tua cara, dar lugar ao consciente, sem que o inconsciente me permita ter, um rasgo do teu olhar, um pedaço sereno do teu ser, um beijo teu, tão só para eu guardar.

À noites, quem me deixou esperar, quem me deixou, longe de tudo velar…

Deixa-me perder.
À noites que não voltei a sonhar.