segunda-feira, outubro 29, 2007

A Noite...

A Noite, bateu-te a porta e tu sonolenta, deixaste-a entrar…

A Noite repousou nos teus braços…

Em teus serenos braços, como uma suave brisa de Verão…

A Noite adormeceu no teu colo…

Esse monte sereno, onde gostaria de repousar…

A Noite bateu-te a porta…

A Noite convidou-te para voar…

Tu voas-te para longe, para fora do meu olhar…

E sem ti, cá fico eu, perdido neste lugar…

A Noite…

segunda-feira, outubro 08, 2007

Dorme

Dorme.

A noite lá fora é serena, o luar azul e o mundo sonha um profundo sonho…

Dorme…

Não deixes que o dormente mundo te desperte, não permitas que nada, sem ser a luz do sol, te retire do teu solene repouso.

Dorme.

A solidão da noite embala-te, no seu calor adormece e sonha…

E em sonhos reúne-te com o imaginário, procura o impossível…

Dorme…

Dorme…

Dorme…

Sonha, viaja, recorda, constrói, destrói, edifica, arrasa…

Acorda.

Abre os olhos as primeiras luzes da manhã, ainda embrulhada no teu lençol, na roupa da tua cama…

E dá-me o teu sorriso, dá-me um pouco de ti…

Esta noite, enquanto dormia, pensei e sonhei contigo…

Com as primeiras luzes da manhã, não te tive comigo…

E o acordar, o mais simples acordar, não é o mesmo sem ti…

sábado, outubro 06, 2007

Por onde andamos, as ruas são tortas e o engenho escapa a razão

É uma subida demente, em que a compaixão e o ódio dançam de mãos dadas

É um verso semi feito um conto inacabado e uma ideia abandonada

É um momento de descontentamento seguido de euforia, consumido em fantasia

Por onde andamos, essas travessas repletas, esses olhos profundos esse amor tão fértil

É um querer de fogo, um jogo louco e uma ambição desmedida

É a simplicidade em ti, o imaginário de uma criança, a vida completa e morta

É esse querer descontente levado nos lábios da gente essa solidão sóbria

Por onde andamos, essa gente caminha e a morte bate a porta

É a luta sofrida, a vitória perdida em que a derrota é o ganho

É o que desejas, é o que escondes, é o que fabricas arduamente

É o contentamento de quem não sofre, a alegria de quem não luta, a morte tida em vida

Por onde andamos…

É tudo uma memória…

É a catastrófica gloria…

É apenas um demente consciente…