domingo, novembro 30, 2008

Esquecido do esquecimento....

Invade-me um total desalento.Recôndito desanimo e total desprezo destas horas passadas...
Escondo-me ou deveria esconder-me por entre lençóis e edredões
E no entanto encontro-me dormentemente acordado

Encontro-me em total cansaço, desespero de injusta causa...
Debato-me comigo mesmo no esquecimento do meu cansaço...

E ainda assim, é tudo dúbio, inútil e exasperante...
Nada realmente se compõem por uma regra fidedigna e nada se manifesta em ordem pura...

Não me escondo, mas desejava esconder-me...
Mas a regra muda e nada certo é mais que uma ilusão aparente...

Invade-me um total desalento, um total desprezo e um total cansaço...
Consome-me esta fadiga e esta falta de vida...

Aspiro ao repouso, aspiro ao refugio da alcova...
Deixem-me dormir...

Que ao dormir...
Pelo menos a vida não é tão irreal...

domingo, novembro 16, 2008

Demónio das horas vagas

Revolto-me, desta desconfiança geral, deste mal estar gerado de mim mesmo desta falta completa de afazeres, desta completa passagem de tempo, desta calma perpetua, desde ócio descomunal, destas coisas que se vão passando e de todas as coisas que me vão escapando…

Odeio este ócio, estas horas vagas, estes tempos sem fazer nada, estes desperdícios sucedidos de vida estas horas mortas…

Percorre-me a mente o demónio das horas vagas…

Esse consumir de tempo, este seguimento de eventos que me deixam perplexo e estupefacto a vislumbrar tudo o que passa, todo este tédio que me enche e todo este rápido passar de tempo desperdiçado e sim, reforço esta ideia, desperdiçado sem que possa fazer nada para o recuperar…

Persegue-me o Demónio das horas vagas…

Ser ingrato, não me deixa repousar, revolve a minha mente, deixa-me frenético, de pensamentos constantes, de pensamentos irregulares, de pensamentos dispersos, de pensamentos dolorosos, de pensamentos irracionais, de dor, de saudade, de medo, de incerteza, de tudo ou nada, de nada e mais alguma coisa…

Maldito Demónio!

Maldito sejas!

Maldigo-te, que pereças, que cais em esquecimento, que não passes de uma memória breve…

Que sejas uma mentira, que sejas apenas passageiro, que te vás com as chuvas, que não reste de ti nem uma lembrança…

Interpelo-me…

Revolvo-me, renovo-me, renego-me, reescrevo-me, recrio toda essa existência…

Dou comigo as voltas de coisas que preferia ignorar…

Retomo esse velho Demónio, enfrento-o de forma a o aniquilar…

Dou por mim desfeito…

Velho Demónio… Quem és tu se não eu?...

domingo, novembro 02, 2008

Poema da Marta

Um poema que não entendo, numa mensagem que escrevo
Nesta mensagem perdida que redigo ao meu contentamento
Julgo a minha loucura escrevo como me apraz…
E é amar-te assim, perdidamente…

Escrevo como não sei, não sei como escrever
Escrevo ao desalento, ao descontentamento, ao desconcerto
E a todo o sentimento fugaz
Escrevo para ti, perdido completamente

Amanheço, contigo no peito
Entardeço contigo no olhar
Anoiteço contigo na alma

Assim em poesia ardente… Paz de alma alegre coração
A ti te dedico esta confusão, a ti estes versos que não dizem nada
A ti mil e uma coisas mais

E tão certo, perdidamente e completamente…