quarta-feira, novembro 05, 2014

Palavras de ontem

Iludidos, brincamos com a ilusão, criamos nas suas costas, poemas, obras de solidão.
Entre esgar aberto, sorriso quebrado na escuridão, vivemos assim, na profundidade de simulação.
Obriga o corpo, teor de loucura, sempre rodeado por amargura, cruel em nenhum sentido, obrigado a conjectura, imoral, segue assim por perfeita, segura.
Supõe, não é assim, dado a mão, que se segue em teu respeito?
As coisas que vamos tremendo, não são apenas o que tememos.
Ora por hora, criados em soltura, sentidos ocultos, se é que vale a pena ocultar, certo, por discernimento, criado mordomo, capitão de valsa rasa, sabe que navegar é a cruel loucura, senta-se assim, em muralhas altas, comandante derreado, ostracizado, perdido em batalha?
Nunca direi que fui eu, não sei, nem nunca soube como o fazer, se me permitem o engenho, o gesto desconhece, horror de nada, não há, não existe.
Para a confusão, parto, louco e assim, agradeço a escrita, oriente de mim, não por rosa volante.
Senhoras curvam-se perante generais cruéis, desde romanos a helénicos.
Os significados são convulsos e delusos.
Que quer então sentir a alma?
Risco atrás de risco, linha trás linha, sentido visceral, venal, próximo da pele.
Porque reclamam então sem nunca sentirem, sem nunca pensarem, em que momento se encontra a folha, perante a caneta, perante a tinta, perante o interlocutor…
Rasga.
Só se exprime em mediocridade.

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