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A mostrar mensagens de 2011

Como corre a noite em sol(teiro) menor

Como procuro, em forma de desacato teu quente abraço e nele em perdido sorriso me quero afogar. Não me confundam, não vejo uma hora de me retirar por ai, procurar um abraço anónimo e seguir em frente, por ai, com um sorriso estúpido na cara. Não me interessa um amor concreto. Não o conheço. Não tenho quem mo de, não tenho a quem o dar e perdi até o interesse por amar. E então vem uma cerveja para a mesa e vem uma torrente de álcool. Vem uma figura encoberta apenas para me encher o copo e por fim sorrio sem nexo um sorriso solto e despegado sem desejo de retorno sem desejo de nada. Olho-te bem fundo nos olhos e há simplesmente vulgaridade, sinto-me então vulgar e por hipocrisia continuo a sorrir. Viro o copo e a bebida escorrega por entre as mentiras que me saem da boca e na verdade não és nada interessante. Então olho a volta e desapareces na distância, nem a tua beleza prevalece. Um amigo chega e fala, fala, fala, fala sem parar. “Olá, tudo bem, adeus”. Se me sinto privado de tudo, ...

Pedra

Há pedras que nascem pesadas Com a vontade de rebolar Meu coração nasceu pesado E sem pedras para o pesar. Sei em meu peito alma viva Meu sonhar há-de quebrar Em vista de um sorriso vazio A estes olhos, o pranto. Não me resta um espanto de dor Não sei se um caminho me segue E enquanto espero um temor Treme o peito, parte a alma. Tu, que me fazes passar por parvo Que te consuma um raio Que te quebre um salto Que chores, não me importo. E se olhares neste peito que foi teu Lá acharas o teu pranto. Não recolhas a teu canto. Pois é um vazio de desencanto.

Perfeita loucura, cruzar-me contigo

Um dia de trabalho, por um sorriso mal usado, mal me mexo de este meu centro de loucura e tudo parece tão ousado. Contar a verdade é um ciclo estranho passado por presente e abandonado a todo o esplendor perdido, ninguém aceita o dito e tudo o verdadeiro é odiado. Sorri para mim. Sempre que vejo o teu rosto o meu corpo treme, sempre que vejo o teu rosto, todo eu caio por terra, sem sentido, sem denúncia, sem vontade do que quer que seja e por mais, por mais que eu possa em qualquer querer dizer, só quero mesmo é estar contigo e abraçar-te. Mal abro os olhos novamente já te esfumas-te… Fugaz. E então sei que nada é o que eu quero, espero, almejo ou desejo. Olho para o nada e o vazio é uma constante, nem pelo que vai diante de mim, mas por tudo o que me parece rodear… Não me recolho à mim mesmo mas sinto-me algo enojado. Contorno-me e recolho a informação, olho outra vez para aquele sítio onde estiveste comigo e só me sinto. E por ambígua decisão do destino, estamos sempre, pé ante pé, ...

A mesa e ao tempo perdido, palavra curta

Penso por um momento em sossegado retiro sereno, se a terra apraz este sentimento ou se me recolho apenas ao resguardo de meu pesar e com o peso do mundo desenhado ao meu desdém, escondo este meu rosto soturno. E sorrir? Não sei por quem. Desenho a mão solta um circulo perfeito de meu ser, oculto em mim por medo, disputo este negar do meu saber. Agarro a mão que me arrasta desmedido em meu temer, abraço o meu medo já que nem sei o que é vencer. Declaro-me em derrota, absoluto dono, por dever e em imaginação nada me fique devido. Hei-de o cobrar, tal é o uso deste escravo, tal é a ilusão de permanecer. Desenhei a mão solta um circulo e esse circulo em espiral perfeita se há-de volver. Abraço o nada, esqueci o medo. Para que me perder, se estou já perdido?

Eterna

Não sei se vivo cada noite que fico horas deitado na cama enquanto não durmo... Parece que estou preso no ar, simplesmente a flutuar, quase que estático... Tento virar-me, mas não é preciso. Observo o mundo que gira simplesmente a tua volta... Nunca vi a tua cara, nunca ouvi a tua voz, conheço apenas as tuas palavras, que me agradam e me deixam perplexo... Quem me dera poder ver-te, falar contigo, partir fronteiras... Ainda assim estou estático... Dizes que es feia, não creio que assim seja, pois se tu fosses feia eu teria que me encerar numa caverna, bloquear a entrada para ninguém assustar... Para mim és demasiado complexa, não sei como te tratar... Invades-me com algo que parecia não recordar ou apenas preferia não o fazer... Sei sinceramente que me preferes ignorar... Ou então simplesmente que me deves odiar... Pareces serena, simplesmente sentada a janela a olhar para a lua... Não se ouve um único ruído, nem o leve sussurro do vento que faz esvoaçar suavemente o teu cabelo... Quas...

Sophia

Para que olham estes bonitos olhos vazios, perdidos por mil desventuras? Para que se revezam estas perguntas soltas, se tudo o que pergunto sei já responder? Para que se procura a esperança no escuro, se tudo foi deitado já em claridade? Para que me dedico a algo, se tudo acaba por ruir? Porque deveria sorrir? Porque deveria chorar? Porque deveria revelar? Porque havia de sentir? Quem haveria de saber então? Quem poderia acreditar? Quem saberia responder? Quem se haverá de importar? Se conseguir achar um motivo, deverei tentar? Se conseguir saber algo novo, deverei esperar? Se conseguir agarrar um sentido, deverei segurar? Cresço em todo o meu sentido. Cresço em toda a minha consciência. Cresço em mim, sozinho. E de tanto crescer, mais estúpido me sinto ficar.

Corro, fujo, desapareço

Percorro sem saber, a sombra do passado, evitado por nada, nem desconhecido de mim, facto aceite e verdade simplificada. Não sei ainda para vou mas para algum lado me devo dirigir, mesmo sem sair do meu sitio, vou e quem sabe para onde realmente? E então fecho os meus olhos. E que mais? Abro-os e olho, não sei se o que vejo é realmente o que deve ser mas para este momento serve. A luz é boa, o ar é fresco, o mundo divide-se entre a escuridão e cor. Sozinho por um momento, a meias com o mundo, apenas contigo, quieto, em movimento, tremido e temido, sem dúvida fora de um nexo comum e recaio nesta ideia, de facto o que é comum? De facto, o que é normal? É um conceito de rir. Corro. Não por motivo algum, não gosto de todo de correr, não é a minha cena, não é a minha especialidade, não é o meu movimento. O mundo persegue-me, alcança-me e envolve-se novamente em todo o meu sentido, em todo o meu ser e em tudo o que sou. Ridículo, como me deixo tão facilmente apanhar. Patético, como me deixo ...

Há, sem haver.

Não posso escrever, sinto a caneta pesada, fora de mim mesmo me sinto e sem rumo fixo me conheço, não me conheço em mim próprio não conheço sensação de mim, sinto-me puxar pelo meu interior, forçadamente e estupidamente com sensação de arrancar as minhas tripas, desconheço-me neste sentido e por não poder escrever, não por não querer mas por não ter para quem escrever, escrevo a pena solta a fogo posto a bandeira despregada de sentimentos e sentidos negados aponto-me a mim como culpado por sentir sem existir talvez por sentidos ou coisa alguma em altura sempre suspeita, senhor de nada e por tudo dito não posso escrever, não sei então porque escrevo! Não posso escrever, escrever é quase um dever, um escape de mim para nem sei e neste momento nem sei para quem escrevo e ainda assim atinjo esse objectivo? Escrevo assim despregado e doem-me as mãos, os braços, o estômago e a cabeça não escrevo por mim, não sei porque escrevo e se escrevo de todo ou bato com força no teclado, carrego com t...

Onde, por onde? Por nada…

Retira-me do meu lugar, meu futuro passado escondido e diz-me por força como me hei-de encontrar, escondido em sossego, oculto a vista do mundo, meu lugar sereno e simplesmente longe do teu olhar. Orienta-me. Afoguei-me nesta sangria, escoei-me de vinho e comi fruta envenenada tão só por opção negada, deixei-me beber e fui bebendo. Ao ocultar a opção não escolhi a resposta acertada, fui enchendo esse e esvaziando a vida, nem sei se por escolha ou decisão informada… Esqueci-me de ser feliz, não creio recordar tal desígnio, talvez opção velada por força de normas. Obriguei-me a negar por vida perdida, dediquei-me a expirar… Ensina-me algo, dá-me um sopro de vida. Em veneno puro resido, o meu ar é pó e não conheço sol. Acorda-me! Nem me sei a dormir, por força necessária de um sopro de existência, rogo um beijo teu! Dá-me vida… Ou nega-me. Deixa-me solto por ai, ignorado por ti, esquecido e perdido de ti… E então sofro. E então choro. E então torturo-me. Desligo-me por força ...

Inocente

 Indescritível melhoria, sorrio, ao ver esse dia! Sorrio, sorrio, sorrio… Ao beijar os teus lábios, sentida alegria! Sorrio, sorrio, sorrio! Teus lábios, qual rubis, perdição de meus dias! Sorrio, sorrio, sorrio. Passo a mão, pelo teu cabelo e perco-me nele. Sorrio, sorrio, sorrio… Pouso o outro braço, a volta da tua cintura… Sorrio, sorrio, sorrio. Puxo-te, aproximo-te de mim… Sorrio, sorrio, sorrio… Como-me sinto então, em pleno estado de euforia! Sorrio, sorrio, sorrio! E então acordo! Tristeza, solidão, desespero… Penso então em ti, lembro-me de este sonho… Então sorrio, sorrio, sorrio…

Canto, recanto e perda de sentidos

A noite passa suave, longe das estrelas do teu olhar… Turbulento é o momento, em que por cruel ventura me apercebo da tua ausência e caio em mim… Longe do meu olhar, encontras-te tu… E eu tremulo na noite… Por ventura de um bom sonho, seguro a tua mão e tenho-te nos meus braços. O mundo para e tudo é perfeito por um momento… Nada mais preciso desse sonho, nada mais inspira o meu alento. Acordo, permaneces como uma visão divina, meu anjo minha deusa. Encosto-me a parede, deixo-me dormir no teu trejeito, não espero muito, não sei se esperar, caio de novo no meu sonho e lá estas tu, senhora deste peito. Recupero então por completo de esta loucura, procuro a calma da minha alma e abraço-te novamente. Não espero mais e novamente, como num movimento de um segundo, o tempo parece voar e eu, com toda a força que possa conjurar, trato de o tentar parar, trato de o arrebatar, de o parar, de o travar, de o atrasar… A noite passa, olho-te nos olhos, vejo os teus lábios de rubi, pondero ou não um f...

Eu por mim, silêncio, profundo em mim

Sem peso, vagueio, envolto em mim… Não em nada mas numa jaula em que as grades foram feitas por mim… Durmo um sono leve, ancorado a um sonho profundo. Inspiro o ar nocturno, perdido e desnorteado, Senhor absoluto de nada, Lorde de tristeza profunda, Soberano de um império azul nocturno, enfim… Abro um olho. O mundo flutua ou parece-me a mim… Abro o outro. O mundo desaparece ou desagrada-me assim, vazio, sem… Fecho ambos e escondo-me em mim… Abraço-me a mim próprio, a mim… Os meus olhos choram, eu grito sem fim, irado, perdido, fora de mim… Endireito-me e olho para mim. Detenho-me no ar. E como um sonho passado, desapareço no ar. Tu olhas nesta direcção, para o interior da minha jaula… Procuras-me a mim?

Estúpido. Inútil.

Escondo-me nas maquinações ardilosas do meu ser, perdido entre ruas que desconheço, guiado pela luz do mais próximo poste... Sombrio, perante aquilo que se aproxima, apresento um sorriso, rio de riso a riso, perco-me por entre a tua multidão e abraço o espaço inexistente da tua existência, insisto em que nada é tudo e roo-me de nada e tudo se enrola no sentido infinito do sentimento mal expresso. Beijo o ar que leva o teu perfume, beijo o teu ser, beijo o teu mundo, beijo nada e absolutamente tudo... Recolho a solidão do meu sorriso, aspiro então ao ínfimo de pensar, condeno-me por existir diante de mim mesmo, júri, juiz e executor, não sou mais que eu mesmo, perdido e pedido em mim, como hei-de aceitar a culpa, se nem me reconheço...? Aspiro o teu sorriso, maior que qualquer opiáceo, se me permitir sentir bem, que me seja permitido sonhar, já me sinto perdido de tanto esperar,  quero então sentir-me sem existir e existir sem me sentir... Recuo perdido em mim, subo de forma desce...

Asas quebradas, braços vazios

Limpa as lágrimas deste rosto, qual veneno consomem-me a alma… Pudesse, teria as tuas mãos no meu rosto, ainda que me queimasses toda a carne, preferiria arder por ti e contigo… Recuso-me de mim, se de mim nem sei nem conheço, nem faço a mais pequena, ínfima ideia de como sou ou quem realmente sou. Reclamo pelo teu toque, reclamo pelo teu olhar e por entre essas horas de sonhar, chorar poderia ser uma hipótese. Não, tentarei não o fazer. Se chorar, como poderei reclamar que não o faças tu quando te dói? Calo-me pela noite e entre a amizade dos tempos, vou empinando a garrafa, o liquido flui e o tempo vai deixando marcas profundas em campos lavrados de recordações, más, boas e algumas vezes, ao que parece, épicas. Em silêncio, escondo-me na minha concha, beijo uma recordação de ti. Vou olhando para a porta do nada, sempre a espera de te ver entrar, à espera de um sinal de ti, o tempo passa e o teu gesto permanece como um suave mas distinto aroma no ar… Abano todo, por dentro si...

Uma luz, um caminho, um sentido, uma direcção

Diz-me como deixo de sentir, de pensar, de me sentir como merda, como me desligo de este mundo, como posso apagar todas estas coisas que me vão na cabeça, como me liberto de um sentido descendente em que todas as coisas não fazem sentido e em que tudo apenas aparece no meu caminho com o intuito de me magoar. Diz-me, ilumina-me com um pouco de essa luz, guia-me, dá um sentido a este caminho perdido, porque se piso mais uma pedra, parece que piso uma mina, o meu caminho desfaz-se eu, eu acabo por cair novamente. A música toca e esta música recorda-me de ti, uma e outra vez, uma e outra vez, ao toque de um tom infinito de loucura perco-me. Indica-me um rumo, já me sinto a marear, se me perder novamente, já nem sei se me desejo encontrar, deixa-me perdido, se nem para ti me sirvo, como me hei-de servir para o restante mundo? Então… Dá me uma resposta. Apetece-me arrancar esta pele, arranjar um disfarce para o mundo, que ninguém me conheça, estou farto de isto, nem sei que dizer… ...