segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Eu por mim, silêncio, profundo em mim

Sem peso, vagueio, envolto em mim…
Não em nada mas numa jaula em que as grades foram feitas por mim…

Durmo um sono leve, ancorado a um sonho profundo.

Inspiro o ar nocturno, perdido e desnorteado, Senhor absoluto de nada, Lorde de tristeza profunda, Soberano de um império azul nocturno, enfim…

Abro um olho.
O mundo flutua ou parece-me a mim…

Abro o outro.
O mundo desaparece ou desagrada-me assim, vazio, sem…

Fecho ambos e escondo-me em mim…
Abraço-me a mim próprio, a mim…

Os meus olhos choram, eu grito sem fim, irado, perdido, fora de mim…

Endireito-me e olho para mim.
Detenho-me no ar.

E como um sonho passado, desapareço no ar.
Tu olhas nesta direcção, para o interior da minha jaula…

Procuras-me a mim?

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