domingo, fevereiro 27, 2011

Canto, recanto e perda de sentidos

A noite passa suave, longe das estrelas do teu olhar…
Turbulento é o momento, em que por cruel ventura me apercebo da tua ausência e caio em mim…
Longe do meu olhar, encontras-te tu… E eu tremulo na noite…
Por ventura de um bom sonho, seguro a tua mão e tenho-te nos meus braços.
O mundo para e tudo é perfeito por um momento…
Nada mais preciso desse sonho, nada mais inspira o meu alento.
Acordo, permaneces como uma visão divina, meu anjo minha deusa.
Encosto-me a parede, deixo-me dormir no teu trejeito, não espero muito, não sei se esperar, caio de novo no meu sonho e lá estas tu, senhora deste peito.
Recupero então por completo de esta loucura, procuro a calma da minha alma e abraço-te novamente.
Não espero mais e novamente, como num movimento de um segundo, o tempo parece voar e eu, com toda a força que possa conjurar, trato de o tentar parar, trato de o arrebatar, de o parar, de o travar, de o atrasar…
A noite passa, olho-te nos olhos, vejo os teus lábios de rubi, pondero ou não um furto, será que me iria escapar?
Toco-te na cara, sorris, encostas-te a minha mão e eu congelo.
Procuro na minha mente, pesquiso na minha alma, indago ao meu coração, busco uma intervenção superior mas tudo me ultrapassa, nesse momento, nem sei que dizer, vejo te apenas a ti, sinto-te mesmo ali, minha divina aparição, minha mais que constante presença…
Atónito, incrédulo, simplesmente abismado…
Chega uma hora, não sei que hora, não sei que momento mas é de partida e partes sem mim…
No que toca neste peito onde moras, partes e espero o teu retorno, quieto nesse momento, nesse sítio, nessa hora, nesse movimento imperfeito, nesse beijo no rosto nessa mais que estranha perdida de sentidos, nesse meu apertar de peito…
Fico com palavras na língua, fico com ditos na garganta, falham-me as pernas, tremo como varas verdes, não consigo falar e só te vejo afastar…
Tremo, caio por terra.
A noite passa e vejo o sol raiar, a luz ilumina o mundo e neste meu mundo ainda que haja luz, tudo se tinge em tons monocromáticos sem a tua luz, sem as tuas cores, sem todo o teu ser.
Deposito-me perdido, não me sei explicar…
Devo-te um beijo.
Devo-te um abraço.
Deixa-me dizer-te o que não queres ouvir mas que conheces já de cor.
Se o movimento perfeito te permitir voltar a mim… Deixa que te mostre…
Até lá, espero o sonho…
Até lá, espero repousar.

1 comentário:

Di disse...

Quem é a tua musa, o teu anjo e deusa que tão triste te deixa?

Será tudo ilusão?

Não sei...

Beijocas
Di