sábado, fevereiro 12, 2011

Estúpido. Inútil.

Escondo-me nas maquinações ardilosas do meu ser, perdido entre ruas que desconheço, guiado pela luz do mais próximo poste...
Sombrio, perante aquilo que se aproxima, apresento um sorriso, rio de riso a riso, perco-me por entre a tua multidão e abraço o espaço inexistente da tua existência, insisto em que nada é tudo e roo-me de nada e tudo se enrola no sentido infinito do sentimento mal expresso.
Beijo o ar que leva o teu perfume, beijo o teu ser, beijo o teu mundo, beijo nada e absolutamente tudo...
Recolho a solidão do meu sorriso, aspiro então ao ínfimo de pensar, condeno-me por existir diante de mim mesmo, júri, juiz e executor, não sou mais que eu mesmo, perdido e pedido em mim, como hei-de aceitar a culpa, se nem me reconheço...?
Aspiro o teu sorriso, maior que qualquer opiáceo, se me permitir sentir bem, que me seja permitido sonhar, já me sinto perdido de tanto esperar,  quero então sentir-me sem existir e existir sem me sentir...
Recuo perdido em mim, subo de forma descendente, decadente, perdido por tudo, destino, qualquer lugar que não aqui, fujo e escondo-me do caminho, que nunca ninguém me reconheça, que me perca por esse caminho e caio, caio e volto a cair...
Do que é que estou, do que é que estamos realmente a fugir?=
Longe de ti, por um momento, perto de ti por um instante, distante de ti por um infinito de distancia, reencontrado com o centro de nada, conexo e distante de tudo, recolhido e recôndito, perdido...
Longe de ti e de tudo o que te faz ser tu...
Sou uma existência assim, nula de mim mesmo, pobre de mim, coitado e abandonado...
Estúpido. Inútil.

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