Corro, fujo, desapareço

Percorro sem saber, a sombra do passado, evitado por nada, nem desconhecido de mim, facto aceite e verdade simplificada.
Não sei ainda para vou mas para algum lado me devo dirigir, mesmo sem sair do meu sitio, vou e quem sabe para onde realmente?
E então fecho os meus olhos.
E que mais?
Abro-os e olho, não sei se o que vejo é realmente o que deve ser mas para este momento serve.
A luz é boa, o ar é fresco, o mundo divide-se entre a escuridão e cor.
Sozinho por um momento, a meias com o mundo, apenas contigo, quieto, em movimento, tremido e temido, sem dúvida fora de um nexo comum e recaio nesta ideia, de facto o que é comum? De facto, o que é normal?
É um conceito de rir.
Corro.
Não por motivo algum, não gosto de todo de correr, não é a minha cena, não é a minha especialidade, não é o meu movimento.
O mundo persegue-me, alcança-me e envolve-se novamente em todo o meu sentido, em todo o meu ser e em tudo o que sou.
Ridículo, como me deixo tão facilmente apanhar.
Patético, como me deixo tão facilmente cair.
Levanto-me!
Faço de esforço força, de meio desconhecido razão insana!
Fujo!
Corro como se o diabo viesse no meu encalce!
Vivo por fora de mim, corro, corro, corro!
Desapareço e ninguém me vê.
Paro para um momento, olho para trás e vejo, caio em mim estupefacto e rio-me…
De que fujo então?
Corro, fujo, desapareço, de mim mesmo, que ironia!
Que estúpida ironia!

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