Mensagens

A mostrar mensagens de 2008

Esquecido do esquecimento....

Invade-me um total desalento.Recôndito desanimo e total desprezo destas horas passadas... Escondo-me ou deveria esconder-me por entre lençóis e edredões E no entanto encontro-me dormentemente acordado Encontro-me em total cansaço, desespero de injusta causa... Debato-me comigo mesmo no esquecimento do meu cansaço... E ainda assim, é tudo dúbio, inútil e exasperante... Nada realmente se compõem por uma regra fidedigna e nada se manifesta em ordem pura... Não me escondo, mas desejava esconder-me... Mas a regra muda e nada certo é mais que uma ilusão aparente... Invade-me um total desalento, um total desprezo e um total cansaço... Consome-me esta fadiga e esta falta de vida... Aspiro ao repouso, aspiro ao refugio da alcova... Deixem-me dormir... Que ao dormir... Pelo menos a vida não é tão irreal...

Demónio das horas vagas

Revolto-me, desta desconfiança geral, deste mal estar gerado de mim mesmo desta falta completa de afazeres, desta completa passagem de tempo, desta calma perpetua, desde ócio descomunal, destas coisas que se vão passando e de todas as coisas que me vão escapando… Odeio este ócio, estas horas vagas, estes tempos sem fazer nada, estes desperdícios sucedidos de vida estas horas mortas… Percorre-me a mente o demónio das horas vagas… Esse consumir de tempo, este seguimento de eventos que me deixam perplexo e estupefacto a vislumbrar tudo o que passa, todo este tédio que me enche e todo este rápido passar de tempo desperdiçado e sim, reforço esta ideia, desperdiçado sem que possa fazer nada para o recuperar… Persegue-me o Demónio das horas vagas… Ser ingrato, não me deixa repousar, revolve a minha mente, deixa-me frenético, de pensamentos constantes, de pensamentos irregulares, de pensamentos dispersos, de pensamentos dolorosos, de pensamentos irracionais, de dor, de saudade, de medo, de inc...

Poema da Marta

Um poema que não entendo, numa mensagem que escrevo Nesta mensagem perdida que redigo ao meu contentamento Julgo a minha loucura escrevo como me apraz… E é amar-te assim, perdidamente… Escrevo como não sei, não sei como escrever Escrevo ao desalento, ao descontentamento, ao desconcerto E a todo o sentimento fugaz Escrevo para ti, perdido completamente Amanheço, contigo no peito Entardeço contigo no olhar Anoiteço contigo na alma Assim em poesia ardente… Paz de alma alegre coração A ti te dedico esta confusão, a ti estes versos que não dizem nada A ti mil e uma coisas mais E tão certo, perdidamente e completamente…

Segredos ilusões, palavras secretas e todas as coisas que te ficam ocultas…

Vou-me reconstruindo, laureado insano, de mim, rodeado de mim, triste de mim, deitado no chão abandonado… Erguendo-me, choro… Rodeio-me de mim, desconheço-me a mim, reinvento-me, desconheço o resultado desta reinvenção, pareço um trabalho em constante mudança, em constante indecisão, uma muralha que se ergue de volta desta pequena casa de dúvidas que se vão dissipando. Desligo-me de tudo, não quero reconhecer nada, escondo-me dentro de mim, pretendo que nada exista, excluo tudo, e recrio o que vier as minhas mãos vazias… Caio em mim, acordo, não que durma mas acordo, os meus olhos abrem-se para se aperceber de algo que vai despertando conforme o dia avança e conforma a vida recua… E sim, a vida recua de nós, vai-nos deixando a cada momento, vamos passando por ela como quem passa pela rua, desatento do mundo, desconectado, inerte de si mesmo, um autómato rectilíneo e insensato. E acordo, abro os olhos que sempre estiveram abertos, abro portas que quis fechar e por elas espreito com todo...

Não acredito no sonho.

Não acredito na esperança Não acredito em nada que me possa deixar mal Talvez tenha acreditado Talvez me tenha dedicado a sonhar Uma vez deitei-me a esperança Uma sonhei, permiti-te sonhar Feri-me do mundo Feri-me dos sonhos Banhei-me nas mentiras do mundo Banhei-me em repugna e enganos Deixe-me esconder da vista Deixe-me esconder da vida Amei quem amei Amei que perdi Amo quem amo Amo que talvez não devesse amar Contrapõe-se a necessidade de pensar Contrapõe-se a necessidade de amar… Desapareci… Desapareci mas permiti-te voltar… Acabei com a ilusão… Acabei com a vontade de sonhar… Morri por dentro… Morri por uma vontade de lutar… Arrasto-me agora por ruas vazias Arrasto-me estúpido, bêbado, sóbrio… Sozinho por ai… Sozinho aqui dentro, por amar…

Confortavelmente em perdição

Tudo, nada, realidades que se vão adensando, que se vão condensando, que se vão escondendo em cada rodar de cada jogada feita… Não sei… Surge-me a vontade de te ver e surge-me a vontade de fugir de ti, organizo-me desorganizadamente de forma espontaneamente errática, desfaço-me em figuras que desconheço, visto esse fato de perfeito tunante e assim dedico-me a vadiar… Quero fugir de ti, quero te perto de mim, perco-me contigo por perto, perco-te cada vez que não te tenho aqui… Solto um grito a desgarrada, surpreendo mil e uma mentes, faço algo que só a ti concerne, que só a ti faz sorrir, vou escondendo, vou contando, vou ocultando aquilo que deveria ir dizendo e ainda assim não há como dizer as coisas sem mostrar demasiado e ao mostrar demasiado tenho que voltar tudo atrás, tenho que reinventar tudo o que vou fazendo, tenho que fazer o que faço mas sem que pareça forçado, tenho que ser mais do que sou sem que seja que pareça algo demasiado irreal, demasiado metido a força, algo que pos...

Quero lembrar-me de ti, nunca te tirar da minha cabeça…

Quero lembrar-me dos teus olhos… Quero tê-los sempre presentes… Quero sempre ver o castanho deles, não quero ver olhos verdes, não quero ver olhos azuis, esses não me satisfazem… Quero ver os teus olhos castanhos, Quero olhar-te, velos em ti, quero ver-te a ti… Quero ver os teus cabelos negros Ondulados ao vento, transportados numa suave brisa ou simplesmente a pender da tua cabeça, tampando partes do teu rosto escondendo um pouco de ti… Quero sentir os teus lábios, gostaria de beija-los mas não arrisco algo que sei que provavelmente não desejaras… Quero sentir o teu cheiro, quero mergulhar no teu odor, quero conhecer todas as tuas mudanças, quero conhecer tudo o que me deres a conhecer… Quero dizer-te mil e uma coisa, quero repetir-te coisas que já te disse e que mesmo assim sei que preferirias nunca ouvir… Quero poder cruzar horas contigo e poder saber o que pensar, Quero perceber esses olhares que vamos trocando Quero compreender o que me escapa a compreensão cada vez que tento desv...

Ecos, Silêncio, Paciencia e Graça

Deixa-me perguntar-te coisas que não me querias dizer, ainda que sempre o tenha feito, sempre esperei uma resposta que me quiseste iludir em meias verdade que não vais querendo contar… Deixa-me, não sei nada desta realidade, as asas já a muito foram cortadas, tentei, sempre tentei, fiz desse fogo um farol, fiz desse farol uma casa, fiz dessa casa a minha ruína e determinado, tentei erguer-me e perguntar o motivo de todas essas perguntas inúteis… Sobrevivi, não sei como puxei todas as forças que tinha, tentei puxar por ti, tentei sempre dar-te tudo o que se pode dar a alguém que se ama, tentei dar-te o impossível e tudo o possível neste existência. Não sei, já desenhei inúmeras questões, pintei inúmeras equações, livrei-me de mim mesmo, libertei-me em grande parte daquilo que sou tentei libertar-te daquilo que és, daquilo que com tanta angústia tentas esconder de ti mesma. Pedir-te-ia apenas uma coisa, essa coisa que irias negar, que negarias e que negas todos os dias, procuraria uma fo...
Não compreendo. Tento, pensar em todas as teorias que me possam surgir, tento conjugar todos os factores que me surgem e no entanto, não encontro uma única resposta que satisfaça a questão que possa colocar face a tais acontecimentos que tão depressa parecem encaminhados para algo decente como de um momento para o outro se desfazem em pleno ar deixando apenas uma espécie de perfume apelativo e contagiante que deixa sempre mais a ser desejado. Como conjugar? Bem, creio que uma teoria valida, seja que a partida existe já uma premissa que indique a forma em como todo este comportamento se vai desenvolver, sendo este contudo tão oculto a razão e ao pensamento que me ilude de uma forma que aparenta ser magia… Estranho… Não existe um único meio de prever um comportamento humano ou por outra, se existe, creio que esta sempre cheio de falácias, pois falha em compreender a medida em como certos “radicais livres” que não sendo considerados, tais como a personalidade, a idade, os fac...
Abandonei-te ao luar… Lugar escondido, onde me deitava a repousar. Fui-me embora… Perdi-te da minha memória… Sitio onde não tenho a certeza de poder voltar… Dediquei-me a vaguear… Não existe um rumo… Já não sei se existe um lugar… Queria procurar… Não sei… Não compreendo… Desconheço um método para qualquer tipo de loucura, desconheço uma função para qualquer tipo de razão… Tento, tentei, já não sei se tentarei mas parece-me uma vitória perdida em mil derrotas de viver… Sobrevivo… Rei, senhor absoluto de ruínas erguidas pó, mendigo, rico vagabundo, demente, comandante de um exercito de espectros malditos e putrefactos, doente terminal de doença alguma, em estado soturno, dormente, mortalmente vivo, com dificuldades para sonhar… Abandonei-te ao luar… Despedi-me de mim… Contei as lágrimas que nunca vi cair, realizei todas as equações impossíveis, todas as rimas imagináveis… Abandonei-me ao luar… Deixei-me perdido num lugar escondido, im...
Um dia hei-de te contar algo. Algo que guardo escondido neste abismo escavado com uma colher. Um dia hei-de te dizer algo. Algo que nunca poderás compreender e ao que continuaras sorrindo Um dia hei-de te escavar esse abismo Um dia hei-de te fazer coisas incríveis Um dia hei-de te dizer coisas que nunca imaginaste possíveis Um dia hei-de fazer a mais arrojada das loucuras… Um dia hei-de te escavar um abismo Um dia esse abismo há de ser profundo Um dia esse abismo poderá deixar fugir tudo o que penso mas que neste momento guarda como grãos de areia…. Um dia hei de possuir a mais bela das loucuras Um dia hei-de te ver cair sobre algo que simplesmente não compreendes Um dia, em qual dia já mais saberei, mas um dia como um outro qualquer, como um dia de fogo e noite, de terra e mar… Um dia, um dia saberás… Um dia… Irei então escavar esse abismo, será com essa colher de prata, será com esses pedaços de sonhos, será com aquilo que parece não ser… Tentarei então mudar a realidade? Um dia… Ent...
Sou uma sombra… Nua… Despida de sentimentos… Presa… Pintada a cal numa parede negra… Sou uma sombra… Apenas um amontoado de sentimentos que nem sei explicar e de sensações que gostaria de negar… Sou uma sombra… Uma figura amorfa… Um ser sem expressão… Um vazio de tudo o que existe… Total e terminal solidão… Sou uma sombra… Apenas algo que podes simplesmente pisar, um nada totalmente cheio de tudo e totalmente desprovido de fim ou sentido… Sou uma sombra… Uma expressão sem sentido… Um riso seco e solitário… Um olhar triste, velho e cansado… Uma mentira desprovida de falsidade, uma honestidade dúbia e recôndita… Sou uma sombra… Apenas uma sombra, vulgar, dessas que por ai existem, dessas que há aos milhões, dessas que simplesmente podes ver com a mais mínima luz e sabes até existir na escuridão… Sou uma sombra, uma triste e morta sombra… E quem poderia amar uma sombra?
Escreve-me um desenho, pinta-o de cores que eu não conheça, mostra-me aquela verdade que tão bem ocultas-te em pinceladas profundas de cores metafísicas desconhecidas e surreais. Desenha-me palavras incógnitas, em belas paisagens em que possa respirar fundo, onde todo o mundo se desenhe com as vastas passagens de um pincel seguro e onde as cores sejam de um azul profundo. Conta-me todas as verdades, diz-me todos os segredos, revela-me tudo o que me possas revelar, não procurarei ocultar-te nada e nada será o que não me possas perguntar. Ri-te de mim, creio que já o fizeste antes, todos os sorrisos e todos os risos hás de os ter, mas nunca me peças que te conte algo que não queiras realmente saber, a realidade é um peso e sei sinceramente que tu a temes… Chora, sofre, cai em pranto, deverei ligar? Deverei ficar frio? Deverei rir-me de ti? Desfrutar do teu sofrimento? Deverei lavar-me nas tuas lágrimas? Deverei descrever-te como correm as tuas lágrimas pelo teu rosto para que possas comp...
Como te descreveria? Como diria que é o teu sorriso? Como diria qual é a cor dos teus olhos? Como diria qual é o tom da tua voz? Como diria que é o teu cabelo a sua cor e forma? Como diria que são os teus lábios? Como diria quais são os teus encantos? Como diria qual é a tua magia? Como diria quais são os teus medos? Como diria quais são os teus segredos? Como diria que são os teus sonhos? Como diria que é a tua realidade? Como diria tudo o que te quero dizer? Que poderia perguntar, que não possas imaginar que te quisesse perguntar ou que alguma vez te tenha perguntado? Que me responderias? Mil e uma perguntas, algumas das quais sem resposta ou sem lógica possível… E destas todas, nenhuma das que realmente te faria… E ainda assim… Não sei como te descreveria…