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A mostrar mensagens de fevereiro, 2011

Canto, recanto e perda de sentidos

A noite passa suave, longe das estrelas do teu olhar… Turbulento é o momento, em que por cruel ventura me apercebo da tua ausência e caio em mim… Longe do meu olhar, encontras-te tu… E eu tremulo na noite… Por ventura de um bom sonho, seguro a tua mão e tenho-te nos meus braços. O mundo para e tudo é perfeito por um momento… Nada mais preciso desse sonho, nada mais inspira o meu alento. Acordo, permaneces como uma visão divina, meu anjo minha deusa. Encosto-me a parede, deixo-me dormir no teu trejeito, não espero muito, não sei se esperar, caio de novo no meu sonho e lá estas tu, senhora deste peito. Recupero então por completo de esta loucura, procuro a calma da minha alma e abraço-te novamente. Não espero mais e novamente, como num movimento de um segundo, o tempo parece voar e eu, com toda a força que possa conjurar, trato de o tentar parar, trato de o arrebatar, de o parar, de o travar, de o atrasar… A noite passa, olho-te nos olhos, vejo os teus lábios de rubi, pondero ou não um f...

Eu por mim, silêncio, profundo em mim

Sem peso, vagueio, envolto em mim… Não em nada mas numa jaula em que as grades foram feitas por mim… Durmo um sono leve, ancorado a um sonho profundo. Inspiro o ar nocturno, perdido e desnorteado, Senhor absoluto de nada, Lorde de tristeza profunda, Soberano de um império azul nocturno, enfim… Abro um olho. O mundo flutua ou parece-me a mim… Abro o outro. O mundo desaparece ou desagrada-me assim, vazio, sem… Fecho ambos e escondo-me em mim… Abraço-me a mim próprio, a mim… Os meus olhos choram, eu grito sem fim, irado, perdido, fora de mim… Endireito-me e olho para mim. Detenho-me no ar. E como um sonho passado, desapareço no ar. Tu olhas nesta direcção, para o interior da minha jaula… Procuras-me a mim?

Estúpido. Inútil.

Escondo-me nas maquinações ardilosas do meu ser, perdido entre ruas que desconheço, guiado pela luz do mais próximo poste... Sombrio, perante aquilo que se aproxima, apresento um sorriso, rio de riso a riso, perco-me por entre a tua multidão e abraço o espaço inexistente da tua existência, insisto em que nada é tudo e roo-me de nada e tudo se enrola no sentido infinito do sentimento mal expresso. Beijo o ar que leva o teu perfume, beijo o teu ser, beijo o teu mundo, beijo nada e absolutamente tudo... Recolho a solidão do meu sorriso, aspiro então ao ínfimo de pensar, condeno-me por existir diante de mim mesmo, júri, juiz e executor, não sou mais que eu mesmo, perdido e pedido em mim, como hei-de aceitar a culpa, se nem me reconheço...? Aspiro o teu sorriso, maior que qualquer opiáceo, se me permitir sentir bem, que me seja permitido sonhar, já me sinto perdido de tanto esperar,  quero então sentir-me sem existir e existir sem me sentir... Recuo perdido em mim, subo de forma desce...