Vidraças cinzentas
O que procuramos com a mente, soa instável de conteúdo, com um sorriso estranho, palpamos terreno e caímos de novo. Erguer, não é uma batalha, é sim um passatempo e falhados não nos deixamos nunca admitir, por nos erguermos somos gigantes. Olhar, por olhar, um segundo olhar, contemplar o pensar, pesar o saber, somos anjos e demónios, vítimas e assassinos. Permitam-me a confusão e tocar com os sentidos, os sentimentos se os tenho, reconheço-os, fugidos e por mera ilusão de sentir, não clamaria qualquer sentido. Agora deixem-me ao cérebro, a sensação é de razia, não existe sentimento que mude, puro, incauto, vazio e ignorado. Deixemo-nos assim seres inteligentes e duvidosos, na certeza da nossa incerteza, venham os certos, ignóbeis asnos. Por duvidar, penso em mim e em mim duvidoso continuo sentado, não me dão uma opção, um clamor ou um legado. Não posso construir, faltam-me ferramentas, abono e empreiteiro. Ainda que me tome a mim como construtor, não tenho um baldio para o meu paredei...