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A mostrar mensagens de novembro, 2025

Inconsequente

O cheiro de velas permeia o ar. Velas que ardem e velas expiradas, cujo fumo corre, solto pelo ar. Sobre a mesa, um copo de vinho meio consumido, cartas soltas e uma caneta que nunca voltará a escrever. A perspectiva muda, com a leitura do aparente, segredos que mantemos a distância de uma mão, não sei se minha ou de quem se aproxima. Corre o tempo, a leitura que estava na mesa, entrou em pausa. Nem tempo existe para navegar. Nem momento que nos possa vagar. O que aconteceu? Como trazemos essas cartas, demasiado perto, demasiado coladas ao coração? Talvez por medo, talvez por orgulho. Como podemos então saber? Voltamos as folhas, lidamos com as cartas, com a informação velada, com o conhecimento, arcano. Puxar a cadeira, deixar de deambular, olhar para a mesa, puxar o copo, aproximar dos lábios, tomar mais um golo, reconhecer a beleza expressa, num movimento que nos ilude. O aproximar, sorver, saborear… Estender uma mão, torna-se um esforço desmedido, qual alcançar um peso sem fim, que...