terça-feira, dezembro 05, 2017

Exonerado

A vida da à sua volta no som da espera enquanto se volta e revolta, espero a minha vez que retorta, na sala de gabinete cínico.

O estear que postula qual hora mal volvida, triste tortura imposta ao gabinete de saúde mínima.

De veia em veia, gotas cancerígenas, qual estrutura mal tida, neste tear de medicina vil.

Parte me a cabeça o diurno deambular, na procura de cura alheia, cheiro de éter no ar.

Sinto vontade a fuga, qual experiência que me há-de matar, faz de cárcere vivida, experiência que me há-de tomar.

Ostracizado de saúde, preferiria a apatia, sempre seria para me levar, desta podre melancolia.

Explico de novo a mim mesmo, neste diário de ousadia, suplanto a aparente alegria neste meu canto de fumos e porcaria.

Chamo por fim o meu cacilheiro, qualquer barco que me há-de levar, passando o rio Stix nem o barqueiro me quer transportar.

Desperto, contemplo o que me dá alegria, uma pessoa que me enche de alegria, mais me compreende que eu mesmo a mim.

Uma pessoa que me enche de sensação, boa e profunda, indescritível.

Uma pessoa que me tem o coração ao peito, que nem sei bem como tratar.

Espero então neste gabinete, rasga a hora de me levar, sinto uma certa letargia.

Quem me dera escapar

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