domingo, outubro 22, 2017

Meia dúzia de palavras e uma procura

Vem pela noite dentro e procura-me pela madrugada, aconchegado ao teu corpo, perto do teu desassossego e de toda a tua máscara.
Procura, pelo significado da tua máscara, de uma proximidade que possas ter, em silêncio, olha para ontem, tenta a minha explicação ou espera por ela, se me for permitido, dentro do abstracto, poder falar e entender a dois, o que nos vai na velada.
Aproximo-me, da mesma maneira que me afastas, sem complexo de senhoria, apenas uma necessidade que bem compreendo de permanecer una em ti.
Abro a janela e voo, não conheço então um trejeito ou uma maneira, se ficar, devo ficar, se partir, parece ser errado e como fiz, filo dentro de mim, com certa incerteza e com complexo desnorte, sem ter certa certeza, sem ter pé ante mão com absoluta perda de sentido e sem saber sequer em que pé me apoiar.
Não tomo por mão, estrutura ou o conhecimento, não sei erguer, nem erigir, tomo apenas por parte, o certo desconcerto de viver, como sempre vivo, experiência nova mas não querer despedir.
Dispo-me.
Deixo as coisas a nu, não quero sequer pensar em mais nada, que sejam livres os sentimentos assim como os sentidos, se vamos passar por pôr a limpo, que haja então um pouco de mim nisto, assim como um pouco de ti.
Sinceramente mais que um pouco um tudo e nem sei bem como explicar. 
Abraço então o conceito que ilude, não expressando na verdade o que desejava expressar, sem saber falar, fugir parece uma opção viável, sem sequer saber o porque de fugir, sem espaço para oratória que parece ter sido deixada, em detrimento de avulsão, de revolta e de separação.
Se por mim, não quero a separação, nem quero um afastamento, não quero esse extremo de nada.
Parece ainda que não me compete a mim.
Voa então da minha mão a oportunidade de expressão, caio por terra, sem que seja por mim, mais que tudo sem que seja por ordem ou expressão de outrem…
Revelo ao vento e fica presa essa sentida debilidade, sinceramente mais que saudade…
Calo-me, a noite vela larga, sem que seja mais um sentido, são então largas as horas que me esperam.
Quando for tempo, será tempo de enunciar…
Quero esse tempo, quero sem dúvida esse luar, quero sem dúvida esse lugar.

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