Dualidade
Não me apetece. Na verdade, não me apetece mesmo nada. Poder passar para uma página, tudo o que poderia dizer, é por vezes bem mais simples que falar directamente e dizer tudo, tal qual o deveria fazer. Ainda assim, o propósito disto, é efectivamente reter o que de outra maneira nunca poderia dizer. A caneta voa mais facilmente que as palavras e na caneta, não há júri, pode qualquer um ler o que for escrito e só poderá sentir-se afectado, quem de si mesmo, não tiver uma consciência tranquila. Na verdade, não me apetece falar. Sei que é um facto, sou como sou, direito, torto, directo, certeiro, incorrecto, rude, um total manancial de defeitos, um número de virtudes, um reflexo de um projecto inacabado, em constante evolução, mudança e reconstrução. Risco ante risco, construção danada, desenho mal sucedido, obra mal tida, obra condenada. Abraço e ilusão. Não sei, de facto não sei mesmo, não me apetece mesmo nada, não tenho um desígnio ou uma emoção que me valha. Que é amor ou amar? Falh...