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A mostrar mensagens de setembro, 2015

Silêncio, bossa nova e blues

Inquietude, no silêncio da noite, nem um rato se mexe mas há demasiado ruído. As paredes estão vazias, com excepção de um quadro vazio, riscado a branco e coberto de azul. Alegoria de descanso, ritmo pausado, os sons que correm, são coerções rectilíneas, elementos herdados em que o movimento temperado, representa a visita e a hora da noite, arrasta-se pela premissa, divindade maligna e recompensa benigna. A escovas arrastam-se arranham o brasão, o cobre do material refundido, escondido pela escuridão, deixado a um canto a banda toca e a vocalista consome sofregamente os elementos de aproximação. Remar noite fora, a recheio de copo vazio, leme perdido e perfeitamente dirigido, enquanto se encosta aos lábios, o terno abraço do bagaço, vinho tinto, caras transversais. O ritmo acalma, soa agora a balada, o som é singelo, a maneira como o corpo se mexe, pede sincera medida, no baile se fica, aproximação afastada, rente e lenta mexe-se com vida. A inquietude permanece nervosa, o nervosismo ...

Conforme a vontade, teatro de sombras e ambiguidade

Oração à coragem, que nunca nos faltem forças para puxar. Caminhamos em uníssono, semblante erguido, comandantes de um exército de   mortos vivos, vestidos em fatos e gravatas, seres cinzentos em que a manhã passa pela bagageira, linguagem algo brejeira para esta particularidade. Exercito de subida íngreme, face ao horizonte, enrodilhados ou de rodilhas, face ao cume, caminhando mão com mão. Que não me falte a coragem, que não me falte a vontade, pois desconheço como o fazer, sem fazer de âmago cárcere, subjugação de vontade ao ego esguio, recusa eterna, proclamação graduada denegada. Recusa por desconhecimento. Que não me falhe a coragem, a vontade seria um recurso, mas séria é a visagem, discernimento necessário. Creia-se então a necessidade e o esforço, reconforto de quem faz e convicção para quem vê, sobre tudo quem lá se sabe, império ditatorial, rege eterno. Comissão à passagem, viagem por aprendizagem, experiência expedida e recursos pedidos, não se aceita um trabalho ...

Caímos em Inverno.

Génese de dúvida e dilúvio, capicua terna, conceito concretamente desonesto. Caímos pela brisa que nos tolda, esquivos como o tempo, radiados por solidão, sentidos neutros. Caímos mas não ficámos, sempre dispostos a mais, orientados por proclamação, rendidos jamais, atirados pelo mundo, celebramos, como animais, a presença perfeita do desconhecido. Anedota. Críamos por conceitos divisos, habituação a toalha, sem conhecimento tido, celebramos a separação, lembrando que no passado, éramos amargos, fomos com o tempo passado, deixado inertes, obtusos e sem expressão. Caímos sem nos levantar? Seguimos com o nosso mundo, o desenho foi por fazer, fomos olhando em volta, volte-face tivemos que fazer, da separação ao infinito, apreciamos o ínfimo apresentável oração desconexa, a nenhuma entidade profana ou sagrada, não sentimos essa necessidade, a aceitação ficou a porta, particularmente rejeitada. Vivência de ilusão. Aparte do sarcasmo, criva-se a criatividade... E no amargo, sem sentimento, ...

Atitude e aptitude

Abre a porta, deixa entrar o ar, o ser está estilhaçado, o tempo é passado entre viagens e partidas, no doce cruzar do teu olhar. Puxa a manta, não quero acordar, nas caricias da tua mão, presença de teu rosto e madeixa na almofada, sentimento de uma hora, duas ou ponteiros caídos, não me deixes sem ti, puxa a manta, vem-te deitar. Desenha ao meu compasso, não peças que me mexa por ti, a oportunidade foi ida, agora sou eu que me movo, se queres acompanha-me a corrida terminou e ficas-te para trás. Deixa-me ver o horror no teu rostro, enquanto ficas-te admirada, deixei o meu passado no teu corpo, não se entenda profano intento mas o passado ficou enterrado em ti. Afaga-me a alma, deixa-me o ego, não por disputa, não por despotismo, têm-me por pragmatismo, ciclo vicioso e ostensivo, de como esperavas o volver e retornar, não existe mais tal sentido, por ele te deixas-te amar. Então considera a vida, real e profana, não compreendes adoração, se esperas segunda ou terceira volta, esp...

Complexo e David e Golias

Complexos caminhos, ligações desconexas. Sinceridade a molhos, reticencias tidas, livres-vontades e caminhos a sós, olhos que se escondem, encobertos pela tempestade, no vento que se arrasta, abre assas a saudade. Olha, das cartas que te escrevi, esta foi feita por metade, nem te é dirigida de facto, expressa apenas ambiguidade. Aspirar a algo, sempre foi um sentido desligado, acho que assim se foi passando na verdade, entre saudade e vazio sentido e agora por realidade, nem sentimento sei expressar. Envolto em loucura, poder-se-á afirmar, correcto? Desconheço. Na verdade, estou meio acordado, meio adormecido, completamente desprovido de melhor julgamento ou melhor realidade. Alguém poderia dizer que ando a conceber um plano para nada, nem eu me sei desviar de este sentido, não o posso ocultar. Será então o reiniciar? Não, neste momento, não a muito alvo para acertar, sem que possa eventualmente cair em desvio de atenção, creio que pode ser tomada a decisão, mar e mar, voltad...