segunda-feira, maio 04, 2015

Silêncio e o segredo

Tenho esse segredo guardado, de palavras que te podem ruir, sentimentos lesados e toda a força que te faça sorrir.

Tenho um segredo tramado, não sei como o sentir, na verdade é um segredo partilhado, se bem que de parte esquecido, por muito que seja tomado, pode ser sempre largado, segredo eterno em nada revelado.

Tenho uma mentira comigo, que carrego em tormento, carga morta que trago ao peito, senti nessa carga um alento e nela me mantenho, esqueleto presente, peso morto que arrasto, verdade oculta, segredo maldito.

Tenho uma volta, no segredo que se revolta, torno e meio do novelo, revolta e revolve, volta ao sítio e faz o meio ponto, sentir verdade em segredo, mentira em demência, consumo de alma e luz perdida.

Tenho-o agarrado ao cérebro, que faz ferida na alma, trespassa e corroí, órgão malvado, cancro de ser, demência que me cria, sociedade reflectida.

Tenho assim, segredo, não sei se o conto nem por nada, na verdade é assim, velado e descoberto, facilmente tido é certo, sorriso que me larga enfim.

Tenho na verdade, essa reflexão do que posso ter, relação de nada feito por ocultar um segredo sei que nada é realmente o que deve ser feito e o feitio passa a verdade em falsa proclamação, exaltada e elevada ordem, sentido e sentimento, desenho obscuro, escapa-me a ilusão.

Tenho um sentido preso, na verdade nem é nada, não existe segredo nem existe nada…

Tenho dito, tenho feito, tenho existido, extinto e retocado…

Tenho então a pergunta, queres o meu segredo?

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