terça-feira, setembro 29, 2009

Já me vou deixando andar em horrores de quem não fala, pois a verdade é que nem sei andar se não andar assim perdido.
Refiro-me assim, a tudo o que possa julgar, pois nada é tão visível que a própria verdade dos tempos não vá por força de mudança descobrindo…
Reparo por essa janela, a noite vai alta e a noite vai se velando, as nuvens vão correndo e o céu reclama o seu descanso, a noite é o seu eterno paraíso e o tempo passa um pouco sádico pois é momentâneo e nesse momento nada se apresenta tão calmo como o que dorme.
Hoje as coisas estão estranhamente compostas, está tudo estranhamente exposto e deitado ao acaso muito sinceramente correctamente disposto.
Obrigaram-me por força de extremismos externos a pensar, tive que decidir a melhor forma de actuar, sinceramente nem me deitei a lutar, parece ser mais uma dessas mil e quinhentas batalhas que simplesmente não tenho a mais remota hipótese de ganhar…
Surgiu-me então esta ideia de me ir deitando ao acaso, sou neste momento brutalmente sincero, parece que nem a sinceridade me deixa ganhar, sinceramente já nem sei o que pensar.
Se me deitei por ai, algo há de se arriscar, já que o céu velado nem a lua me deixa contemplar, não sei como irá esta noite passar, sei que esta quente e no entanto o ar é frio, sentir-me-ei assim demente ou remotamente dormente nem sei como me caracterizar.
Hoje se pudesse, se me aprouvesse a sorte, gozaria dos teus lábios um beijo, nem sei a quem o haveria de pedir, será que de todo de facto existes ou serás apenas mais um cruel tormento?
Assento-me assim, fiz já milhares de quilómetros encontrei este lugar calmo onde me apetece repousar e pernoitar seja como for há de ser só pois não tenho a quem o mostrar…
Convidei-te com suavidade para entrar, deixei aqui um teu lugar, não sei se realmente poderia ser teu nem sei como o julgar, mas creio abandonado, considero-o uma casa de sonhos, uma casa de árvores, uma casa de vime…
Convidei-te a vir aqui, a este lugar e no entanto aqui me deixar a vagar, assim como me vagas o olhar…
Pode a noite ser fria, posso eu estar quente, pode o mundo girar, pode a vida tornar, pode uma pessoa viver assim reclusa de si mesma, não sei em que modo me tornar, não sei como há de ser esse momento, não sei como olhar o teu olhar mas sinto-me frio, sei me distante e estou completamente só.
Hoje que haveria de deitar, aguardo um dia que me espera a volta do anterior e uma função que se repete não sei por quanto tempo.
Não hei de respeitar a lembrança, já me esqueci.

4 comentários:

ModaFoca disse...

quero ir a esse lugar.
há muito que tambem não consigo descansar.
*

C. disse...

Também não consigo descansar... mas falando de ti: agora só te falta convidar para sair.

Anónimo disse...

Ufa, é de ficar sem respiração!!!
Se o menino não lê...como seria escrever se o fizesse!
Vou ganhar tempo ao meu tempo, só para me encostar aqui e descansar os olhos neste sobressalto que são estas palavras feitas prosa...ou poesia, dependendo de quem as lê!
Parabéns (e ainda não passei do 1º post)!
P.S.O pc está de maravilha :)

Elisabete Ferreira disse...

ooops, o anónimo de cima, assina-se como "storming", só que é azelha!