quinta-feira, março 05, 2009

Somente em veemência

Moro fora de mim.

Todo um universo delineado em linhas verticais e tudo escrito numa volta horizontal numa tinta que escorre por essas linhas como sangue.

Sinto-me cadente, em plena imensidão de agua seguida pelo mergulho e nada se conecta nada se liga ao deslindrar deste movimento.

Moro perdido, sempre fora de mim.
A realidade que se vai distorcendo, as coisas que se vão cosendo á veloz tecelagem de seres imaginarios e nada recai sobre tudo e tudo se revolta em nada.

Sinto-me deprimente, em pleno sonolência em suturação de sentido em romper de moralidades.

Moro fora de tudo, omnisciente fora de mim.
Prego essa alma ao alto, deixo que a sua sombra assombre a noite, deixo que o seu temor se torne eterno e que tudo se resuma a um murmurio assustador.

Sinto-me ausente, desconheço-me em sentido, recaio sobre essa areia, revolve-se esse sangue e nada é tão aparente como a aparência.

Gostava de morar perto de ti, ao centro de ti, ao cardeal de algo para ti.

Recairia sobre mim essa vontade, resumiria esse sonho, reuniria mil coisas que estão infimamente perdidas e desenharia a mil tons tudo o que te iria contanto.

Sinto-me desligado, triste e só.

1 comentário:

Strawberryzinha disse...

"...as coisas que se vão cosendo à veloz tecelagem de seres imaginários..."

tás numa de destino tu?