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A mostrar mensagens de fevereiro, 2009

Confusão

Escavo-me pelo meio das minhas velhas folhas, lançadas ao vento poisadas pelo chão, sobre a secretária cheias de palavras e letras de ideias e contradições de coisas que vou lendo, revendo, relembrando, repensando e reconsiderando. Sinto-me escravo disso que não conheço, pergunto-me, se existe um fado, se existe uma total impossibilidade de controlarmos o que fazemos e o que acontece. Desconheço e tento não crer, surge me como uma ideia absurda que tudo o que se faça esteja já a partida decidido ou que seja simplesmente cosido por figuras fantásticas escondidas por detrás do véu. Rodopio na cadeira, sinto-me sinceramente sonolento, não sei explicar isto, não sei, não mo peçam. Conforto-me no véu nocturno celeste, nesse pontilhado mil, na eterna amante e musa dos poetas, na sonolência de tudo o que existe numa memória mais calma onde faltou um caderno, uma folha e uma caneta para escrever o que se ia passando. Tempus Fugit. Segue-se esse abandonar dos sentidos, o abraçar do sono, a bene...

Não sei, não perguntes.

Não me faças perguntas para as quais não queres respostas. Pois sou de uma sadicidade imoral e de uma moral ultrajante. Não me coloques questões para as quais já conheces as respostas. Pois tudo o que diga fará feridas que não apagarás. Não procures respostas para aquilo que desconheces. Comigo essas respostas serão algo que não pretendes. Não me perguntes nada. Neste momento sou vazio. Neste momento sou medo. Neste momento sou o desconhecido. Não me perguntes o significado do que não irás compreender. Neste momento desenhar-te-hei mil respostas fatídicas. Neste momento pintarei o quadro de preto e o céu de vermelho. Neste momento ignorarei o teu choro e sorverei as tuas lágrimas. Não queiras respostas. Podes não gostar do que te vou dizer.

Prefácio da maldição

Prefácio da maldição, conhecimento de toda a loucura… Insinuação da incerteza, descontentamento da beleza, sobreposição da pureza, sublimação da manipulação, extrema certeza da estupidez, estranho conhecimento da verdade. A dança maldita de histórias semeadas ao vento, colhidas na tempestade, remoídas, revolvidas, recontadas, reescritas em suma repugnantes… O desaparecimento da verdade, o caminho, não! A vida da mentira, os longos curtos passos da falsidade, os imbróglios de quem engana a falsidade falácia, o horror, o temor, a vergonha da verdade… O vendaval de mudanças, as coisas que se constroem nas dunas das praias, as ondas gigantes que as arrasam… A dança maquiavélica dos momentos, o desconhecimento de todos os tons, as meias palavras, as frases por concluir, os segredos de medo, o terror da unificação… O tomar algo como decidido, as coisas contadas, as palavras que jorram, as mentiras mal contadas… O conhecimento… A conclusão… A negação… A exclusão… A certeza da verdade, a calma...

Vivenda Mortis

Moro numa casa de lágrimas, com paredes forradas de medo… Moro numa casa de mentiras, com janelas de ilusão… Moro numa casa de tristeza, desconcertado lar do coração… Moro numa casa de pesadelos, com paredes de maldição… Moro numa casa de terror, porta a porta com a solidão… Moro numa casa de intrigas, com inquilinos de traição… Moro numa casa vazia… Com que enche-la? Com que mantê-la? Porque morar nela?