Segredos ilusões, palavras secretas e todas as coisas que te ficam ocultas…
Vou-me reconstruindo, laureado insano, de mim, rodeado de mim, triste de mim, deitado no chão abandonado… Erguendo-me, choro… Rodeio-me de mim, desconheço-me a mim, reinvento-me, desconheço o resultado desta reinvenção, pareço um trabalho em constante mudança, em constante indecisão, uma muralha que se ergue de volta desta pequena casa de dúvidas que se vão dissipando. Desligo-me de tudo, não quero reconhecer nada, escondo-me dentro de mim, pretendo que nada exista, excluo tudo, e recrio o que vier as minhas mãos vazias… Caio em mim, acordo, não que durma mas acordo, os meus olhos abrem-se para se aperceber de algo que vai despertando conforme o dia avança e conforma a vida recua… E sim, a vida recua de nós, vai-nos deixando a cada momento, vamos passando por ela como quem passa pela rua, desatento do mundo, desconectado, inerte de si mesmo, um autómato rectilíneo e insensato. E acordo, abro os olhos que sempre estiveram abertos, abro portas que quis fechar e por elas espreito com todo...