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A mostrar mensagens de junho, 2011

Eterna

Não sei se vivo cada noite que fico horas deitado na cama enquanto não durmo... Parece que estou preso no ar, simplesmente a flutuar, quase que estático... Tento virar-me, mas não é preciso. Observo o mundo que gira simplesmente a tua volta... Nunca vi a tua cara, nunca ouvi a tua voz, conheço apenas as tuas palavras, que me agradam e me deixam perplexo... Quem me dera poder ver-te, falar contigo, partir fronteiras... Ainda assim estou estático... Dizes que es feia, não creio que assim seja, pois se tu fosses feia eu teria que me encerar numa caverna, bloquear a entrada para ninguém assustar... Para mim és demasiado complexa, não sei como te tratar... Invades-me com algo que parecia não recordar ou apenas preferia não o fazer... Sei sinceramente que me preferes ignorar... Ou então simplesmente que me deves odiar... Pareces serena, simplesmente sentada a janela a olhar para a lua... Não se ouve um único ruído, nem o leve sussurro do vento que faz esvoaçar suavemente o teu cabelo... Quas...

Sophia

Para que olham estes bonitos olhos vazios, perdidos por mil desventuras? Para que se revezam estas perguntas soltas, se tudo o que pergunto sei já responder? Para que se procura a esperança no escuro, se tudo foi deitado já em claridade? Para que me dedico a algo, se tudo acaba por ruir? Porque deveria sorrir? Porque deveria chorar? Porque deveria revelar? Porque havia de sentir? Quem haveria de saber então? Quem poderia acreditar? Quem saberia responder? Quem se haverá de importar? Se conseguir achar um motivo, deverei tentar? Se conseguir saber algo novo, deverei esperar? Se conseguir agarrar um sentido, deverei segurar? Cresço em todo o meu sentido. Cresço em toda a minha consciência. Cresço em mim, sozinho. E de tanto crescer, mais estúpido me sinto ficar.