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A mostrar mensagens de março, 2011

Há, sem haver.

Não posso escrever, sinto a caneta pesada, fora de mim mesmo me sinto e sem rumo fixo me conheço, não me conheço em mim próprio não conheço sensação de mim, sinto-me puxar pelo meu interior, forçadamente e estupidamente com sensação de arrancar as minhas tripas, desconheço-me neste sentido e por não poder escrever, não por não querer mas por não ter para quem escrever, escrevo a pena solta a fogo posto a bandeira despregada de sentimentos e sentidos negados aponto-me a mim como culpado por sentir sem existir talvez por sentidos ou coisa alguma em altura sempre suspeita, senhor de nada e por tudo dito não posso escrever, não sei então porque escrevo! Não posso escrever, escrever é quase um dever, um escape de mim para nem sei e neste momento nem sei para quem escrevo e ainda assim atinjo esse objectivo? Escrevo assim despregado e doem-me as mãos, os braços, o estômago e a cabeça não escrevo por mim, não sei porque escrevo e se escrevo de todo ou bato com força no teclado, carrego com t...

Onde, por onde? Por nada…

Retira-me do meu lugar, meu futuro passado escondido e diz-me por força como me hei-de encontrar, escondido em sossego, oculto a vista do mundo, meu lugar sereno e simplesmente longe do teu olhar. Orienta-me. Afoguei-me nesta sangria, escoei-me de vinho e comi fruta envenenada tão só por opção negada, deixei-me beber e fui bebendo. Ao ocultar a opção não escolhi a resposta acertada, fui enchendo esse e esvaziando a vida, nem sei se por escolha ou decisão informada… Esqueci-me de ser feliz, não creio recordar tal desígnio, talvez opção velada por força de normas. Obriguei-me a negar por vida perdida, dediquei-me a expirar… Ensina-me algo, dá-me um sopro de vida. Em veneno puro resido, o meu ar é pó e não conheço sol. Acorda-me! Nem me sei a dormir, por força necessária de um sopro de existência, rogo um beijo teu! Dá-me vida… Ou nega-me. Deixa-me solto por ai, ignorado por ti, esquecido e perdido de ti… E então sofro. E então choro. E então torturo-me. Desligo-me por força ...

Inocente

 Indescritível melhoria, sorrio, ao ver esse dia! Sorrio, sorrio, sorrio… Ao beijar os teus lábios, sentida alegria! Sorrio, sorrio, sorrio! Teus lábios, qual rubis, perdição de meus dias! Sorrio, sorrio, sorrio. Passo a mão, pelo teu cabelo e perco-me nele. Sorrio, sorrio, sorrio… Pouso o outro braço, a volta da tua cintura… Sorrio, sorrio, sorrio. Puxo-te, aproximo-te de mim… Sorrio, sorrio, sorrio… Como-me sinto então, em pleno estado de euforia! Sorrio, sorrio, sorrio! E então acordo! Tristeza, solidão, desespero… Penso então em ti, lembro-me de este sonho… Então sorrio, sorrio, sorrio…