Há, sem haver.
Não posso escrever, sinto a caneta pesada, fora de mim mesmo me sinto e sem rumo fixo me conheço, não me conheço em mim próprio não conheço sensação de mim, sinto-me puxar pelo meu interior, forçadamente e estupidamente com sensação de arrancar as minhas tripas, desconheço-me neste sentido e por não poder escrever, não por não querer mas por não ter para quem escrever, escrevo a pena solta a fogo posto a bandeira despregada de sentimentos e sentidos negados aponto-me a mim como culpado por sentir sem existir talvez por sentidos ou coisa alguma em altura sempre suspeita, senhor de nada e por tudo dito não posso escrever, não sei então porque escrevo! Não posso escrever, escrever é quase um dever, um escape de mim para nem sei e neste momento nem sei para quem escrevo e ainda assim atinjo esse objectivo? Escrevo assim despregado e doem-me as mãos, os braços, o estômago e a cabeça não escrevo por mim, não sei porque escrevo e se escrevo de todo ou bato com força no teclado, carrego com t...