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A mostrar mensagens de julho, 2009

Só e somente. (Ler e ler de baixo pra cima.)

Escrevo em linhas baixas palavras altas. Dito versos distensos e as palavras ilustram-se diluídas. Comprometo uma palavra. Sacrifico um sentimento. Refugio essa inconstância. Replico essa expressão. Indago indignado. Espio essa explanação. Comento incessantemente. Caio e rio-me insanamente. Não dou explicação de nada. Repudio essa tristeza aparente. Conheço o claustro que foi imposto à mente. E enquanto se deita a conjugar um demente. Sinto-me tão só aqui, tão dormente... Só e somente.

Ode a lua...

Sinto o cheiro de humidade no ar, a lua brilha e nada se parece com nada que pudesse alguma vez reconhecer. Sinto o ar fresco, o Verão parece uma altura estranha do ano, a noite é fresca e serena, a vida é lenta e desgovernada, acelerando ao balançar do vento desconhecendo os danos da sua oscilação… Revolto-me, reviro-me, tento encontrar uma razão que me faça sorrir, um motivo de pequena felicidade… Como te sinto aqui? Como te sinto como estando aqui? Porque sinto tão forte a tua presença, sem saber sequer por onde deambulas? Sinto a tua falta, sinto a falta da tua voz, sinto a falta do teu olhar, sinto a falta de ti por inteira…Sinto-te aqui, e porque? Sinto-me sozinho, sinto-me desligado… Sinto-me repulsivo, culpado por algo que não fiz… Moras aqui e nem aqui estas… Estas incrivelmente perto e constantemente longe e ausente. Escreveria uma ode a lua se isso te trouxesse para perto. Cantaria em desconcerto por ti… Tornar-me-ia a imagem do teu gosto… E assim me encontro reduzido a ti… ...

Memórias de Insónias

Enquanto a mente não dorme, a alma fugaz e sentimental, escapa por entre as frestas semi-cerradas da janela. Enquanto o corpo lateja e a cabeça se resente, a alma dança, padecendo quase drogada em extase sentimental. Enquanto os sentimentos se revoltam sob o ribombar da maquina vital, a alma percorre esse infinito de escuridão... Pobre da mente desintegra-se... Pobre da razão adormece, dando azo a ilusão... Pobre do coração... A mente essa recorda-se, percorre o seu peculiar album, escolhe-se nessa recolecção. A mente recorda-se em tortura e faz aquecer o coração. A mente joga com o corpo, com as memórias, da fomento a ilusão e arefece esse enrijecido coração... Pobre de esse coitado coração... Os olhos cansados, pecorrem o celestial manto em que a alma descança qual ilusão... A cama parece uma caverna num vulcão, quente e inospita, sítio perdido para a razão, lugar de desconcerto. As almofadas mudam, tornam-se tão duras como nuvens e tão pesadas como betão... A confusão assenta-se, a ...