terça-feira, dezembro 28, 2010

A!
Como odeio as minhas dúvidas, funestas e cruéis, reclamadas do seu momento e enfim, perdidas no meu ser e por estranho fenómeno e mais íntimo, profundo pensamento, se pensar eu pudesse, pensaria em ti todo o dia…
E revolto-me então neste pensamento eterno, ingrato e difuso, por estúpido que pareça, tão só queria segurar a tua mão.
Cómico, irónico, fraco e débil…
De todos os momentos, se me permitem um pouco de tristeza, sinto a tristeza mais que tudo de isso, de não poder segurar a tua mão, de não poder caminhar a teu lado…
A!
Débil, pois sim débil…
Dizem e aparentam que um homem deveria ser cruel para com uma mulher e trata-la mal como a peste, dizer que esta se trata senão de uma escória cruel e imunda, um ser inerte e sem sentido, enfim, inútil em todos os sentidos.
Então…
Raios, tremenda tempestade…
Quero apenas segurar a tua mão, seguir a teu lado, olhar para ti e beijar-te…
Porra!
Continuo então embriagado e apenas a pensar em ti…
Porra…
Desligo-me do mundo e apenas penso em ti.
Raios!
Dá-me a tua mão, deixa-me ser como sou sem que tenha que dizer ao mundo, sem que tenha que parecer um animal.
Por momento algum, não te trataria mal…
Raios…
Desliguem-me…
Só de pensar…
Deixem-me…
A!
E só penso…
E penso, só…

sexta-feira, dezembro 17, 2010

Geração nem nem?!


Sei que isto é um pouco fora do âmbito das coisas que eu costumo escrever, mas, se vocês viram hoje o telejornal e caso não tenham visto, poderão usar esta ligação ou link para ver a que me refiro.
Somos então, nos que estamos desempregados, entre as idades de 15 e 30 anos e não estudantes, considerados como a geração, Nem Nem.
Muito sinceramente e com todo o respeito a quem se dignar a ler este meu pequeno desabafo mas Não Me Fodam!
Falando por mim, sendo que e indico que isto se trata única e exclusivamente de uma atitude e opinião individual e por tanto pessoal, considero que realmente estes números podem até demonstrar algo mas creio que a análise não foi bem efectuada.
Consideremos então, basicamente, o que se lê nesta reportagem ou estudo, é que os jovens dentro da minha faixa etária ou dentro do grupo considerado, são simplesmente uma cambada de lambões. Embora não possa por motivos de força maior descartar esta opinião, devo ainda considerar que de facto não podemos claramente atribuir a todo o grupo considerado tal falta de qualidade.
Assim, do meu ponto de vista, creio que este estudo não foi bem efectuado, pois, não foi tida em consideração a massa que se encontra dentro dos critérios considerados e que se encontra actualmente em procura activa de emprego e que vê que as possibilidades são menores.
No meu caso, refiro estes dois pontos:
Em entrevista de emprego recente, seriamos cerca de 30 candidatos para 3 postos, 2 como técnicos de informática e 1 como técnico de electrónica… Ao avaliarmos as possibilidades de cada um dos 30 ficar com um emprego… Bem, temos logo um problema bastante obvio que poderá até nem ter sido considerado para o senso do estudo realizado.
Em segundo lugar, não havendo solvência monetária… Como raios esperam que as pessoas sejam capazes de continuar com os estudos? Sim, tendo em conta que o valor mínimo de propinas ronda os 700 € ou mais…
Dentro do link acima, encontramos:
A antiga ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, diz que o problema é motivado por falhas na capacidade de atracção do sistema de ensino e falta de capacidade do mercado de trabalho para receber estes jovens. Para a ex-governante, em declarações à TSF, a formação é essencial para que a geração mais nova saia da crise.
Factor primeiro para a falta de atracão para a continuação dos estudos: Dinheiro.
Se não temos trabalhos, como podemos pagar pelos estudos? Fácil certo?
Em segundo lugar, devemos ainda considerar, que o próprio sistema de ensino se encontra obsoleto e em certas instancias completamente desadequado as necessidades da população interessada sendo até que por vezes são os próprios encarregados de nos interessar em estudar que acabam por falhar. Esta acusação poderá ser até desmotivada, poderão vocês julgar, mas analisando brevemente, quantos de vocês que se encontram neste momento no superior não tiveram já que bajular algum professor? Pois!
Em segundo, a parte da formação parece-me algo tirado de uma piada de muito má qualidade. Entendo isto nesta medida, uma vez que possuindo eu o CAP, poderia dar formação correcto?
Errado! Tanto quanto apurei e me informaram, neste momento para se poder dar formação devemos ser licenciados… Consideremos então mais uma vez o grande problema apontado mais à cima… E sinceramente dá-me um pouco vontade de me rir e vomitar ao mesmo tempo, não fosse realmente a ironia da situação.
Por suma, devo considerar, que ser designado como sendo parte da designada geração Nem Nem, é sinceramente um insulto e poderei até dizer que deveria designar mais a minha geração como sendo a geração Não Me Fodam!

sábado, novembro 20, 2010

Vinho, tristeza absoluta

Tenho uma fome que nada parece saciar sentindo-me ainda com vontade de tudo vomitar…
Por tudo sinto-me incompleto e vazio e se por nada me hei-de perder por todas as razões que possa apontar, não sei como existir e isto tudo existe para me magoar…
Por consequente, gostaria de estar embriagado, são já três da manhã, passa-me essa garrafa…
Estão oito graus lá fora e o meu corpo quer-se sentir ardente de frio, deixa-me beber e encher talvez esse vazio…
Porque penso neste ponto perdido de retorno incompleto, por ordem de tudo o que possa crer…
Tão só obstinado de perda e torpor no peito, deixa-me sossegado e enche esse copo a noite teima em aquecer e eu preciso de arrefecer o animo…
Abraça-me, nem existes, ou existes por outra perto de nada e oculta deste peito onde tomas-te casa e ainda assim o vinho lava o teu sítio e ocupa o teu lugar.
Tenho uma fome de beber, vomitar e enrolar-me na minha podridão que me sinta só, malvado, soturno e cruel, não me parece existir um meio de fuga ao meu destino escrito em tom monocórdico pintado de forma monocromática e por capricho nem sequer existente…
A chuva começa a cair e dilui o meu vinho que jorra pela mesa fora, que imagem te parece, correr-me das veias abertas, pelos braços estilhaçados e pelos copos partidos…
A chuva cair, será realmente chuva?
O céu apresenta uma lua cheia em vigor e estão oito graus na rua…
Apressa esse vinho que a noite já se perde pela rua e eu não quero ver a tua figura sem te poder ter perto, sinto assim esta loucura…
Dá-me vinho, dá-me já!
Deixa-me beber, deixa-me vomitar, deixa-me morrer se necessário!
Deixa-me me fazer tudo, mas não me deixes de longe fora do teu olhar…
Despeja-me esse vinho sinto-me vazio, enche-me esse copo que se escorre sem vida e parece roto e com fuga…
Dói-me o peito, enche-me o copo, preciso de apagar a minha dor, enche-me o copo já porra!
Deita-me a um canto, deixa-me na sarjeta…
Não hei-de ouvir nada, não representarei por um momento…
De copo vazio, entro nesta casa nua, tropeço na roupa do chão deito ao chão três ou quatro molduras…
Deito-me vazio, sinto-me vazio…
Tenho uma fome que nada parece saciar, nem loucura, nem bebida…
Tenho uma fome de nada que possa comer…
Abraço a cama, doido de dor, tremulo de loucura…
A noite há de passar…
Tão só, recluso desta tortura…

sexta-feira, setembro 10, 2010

Do intangível ao estupefaciente

Retorço-me em luta das minhas crenças, ideias e inteiras independências, nada mais que um sabor confuso de tudo o que possa provar e pela provocação de nada completo um termo meio difuso, confuso perante nada e ambicioso perante o passo da minha caneta leve e fugaz.
Não, recomendo sinceramente à fuga, não me sinto capaz ou talvez me sinta demasiado capacitado para rasgar garganta e gritar a pleno pulmão, quebrar ao intento de nada e ainda assim aspirar ao proveito de tudo o que possa apreender e por motivos de só e estranha contextualização, vou traçando assim essa rota sem meio, sem medida e perdida por oceanos de exasperação.
Há! Como há-de ser o momento? Partir! Sim, sem dúvida partir, fazer do fogo ânimo, fazer do alento caminho e do caminho meio para um fim.
Fazer tudo de mal, quebrar por tudo de bem, não reconhecer um meio para um fim e contudo, reconhecer que o fim deve ser equacionado.
Quebrar por dúvida falsas promessas, enaltecer apenas um estado de verdade, reconhecer tão só todo e qualquer ponto de sensibilização e por dúvida, pressiona-lo como uma espinha até este ceder.
Partir até esse ponto, quebrar portas e ossos, duvidar de nada e ainda assim ter certeza de nada, tão só seguir a palavra vã do vento.
Passar do intangível ao palpável e do palpável ao gosto de ebriez atingindo por fim o estupefaciente sem nunca recorrer a nada exterior ao ser por inteiro.
Orquestrar por inteiro um encantamento e por divina comédia que este corra por inteira verdade como um rio sem fim e ao chegar ao mar apenas se disperse calmamente e sem efeito.
Pegar no ser e liberta-lo de magia que mal lhe faça e deixa-lo apenas consigo e com a sua própria força e decisões, boas, más, complexas ou incompletas.
Rejeitar por força todas as memórias incompletas e sombras submissas ao desespero de perecer e maquinar perante tudo, nada.
Ao terminar a tarefa, sem que nada seja totalmente entendido, apenas rasgar as paginas do passado, mantendo o para sempre na memória.
Correr ao contrário, acertar as horas com o correr do tempo e demorar um minuto de cada vez…
Sorver por ignorância e por calúnia e em sentido de perda tão só abraçar a rebeldia.
Abanar, servir, repetir e talvez rejeitar.
Em simples situação talvez mudar e rodar.
E em pleno acordar, abrir a porta, olhar para lá dela e ao aperceber o vazio gritar.
Cheirar por fim fantasmas e aspirar a loucura incondicional.
Beijar por beijar e abraçar o nada, sendo o nada mais real que o irreal.
Partir em berros de ira e quebrar a chorar por solidão enferma.
Já somente por demência, passar do intangível ao estupefaciente, encontrar um caminho, perder a razão, nunca perder o sentido ou a lucidez.

terça-feira, agosto 03, 2010

Saudade

Como julgar um sentimento
Um beijo ou um abraço?

Como medir uma saudade...
Um momento ou um desejo...

Como pedir por cansaço...
A beira do teu leito...
Tão só mais um carinho
Uma reprimenda, qualquer coisa...

Como esperar o que não vêm?
Como abraçar o vazio...

Sentir-me assim tão só que não sei...
Dor e tristeza, solidão e desespero...

Se por medir o desmedido...
Talvez mais estranho em todos os meios
Sempre que te meça, medir-te-hei no meu peito
E por esperança e saudade, te trarei de sorriso rasgado...

A saudade que fica e a tristeza que agora sinto...
Serão sinal de saudade, sinal da tua partida...

Mas que me vejas sorrir do outro lado...
Hei-de ainda pensar em ti...

E tão só por saudade deixado.
E tão triste por saudades marcado...
E tão desgovernado um pouco mal parado...
Fica sempre esta saudade, fica sempre este sentimento

sexta-feira, junho 11, 2010

O cheiro de fantasmas

Farto de questões para as quais não tenho respostas, situações encaminhadas de duvidas que me vão surgindo, tão só por um momento, gostaria de abraçar o nada e beijar o infinito…
Se te vejo a chegar, em teu leve vestido de existência, se não te compreendo por tudo o que não possa compreender, pelo menos vou tentando, não haja menor dúvida que o vou fazendo.
Enquanto nada aspira a ser tudo, sinto à tangente tudo o que possa ir surgindo e por puro aspecto de olfacto, esqueço sentidos perdidos, nem por norte ou sul me deixo enquadrado e se for procurando, fico a espera e se te chamar, será que vens de todo?
Esqueci o ponto de retorno da minha negação, por mais que abrace o esquecimento do meu momento de fuga, não abraço o nada, como abraçaria o que não existe e por momento de fuga demente, se te devesse algo, seria um ósculo oculto, que ninguém nos visse que ninguém quisesse soube-se realmente nada.
Então fico atónito, se me surpreendes de um momento para o outro sei então que me sentirei deveras incapaz, volte face cruel, não conheço e não reconheço, em seu lugar aparece algo inóspito, não espero, desespero, não entendo e no meio de tudo isto já perdi o jugo do silêncio, deixa-me gritar, não será nada que se possa entender.
Ontem como hoje procuro e procuro, o momento de tudo ou talvez por tudo, abracei-me a uma saída e o fim pareceu-me perto, esquece tudo, revolve, devolve, evolui, põem a velha história a passar, deixa o passado, esquece o futuro, não entendas nada e esmaga tudo, por nulo momento de fuga não ouviras nada, mesmo que o som seja louco, será um ruído surdo, deita-te.
A noite ficou para trás.
Se por divina comédia ultrapasse esta epopeia, talvez me dedique ao termo do inculto, não serei mais do que aspiro e se por aspirar pudesse, sondaria todos os recantos, noite ou dia, tudo o apresentado, tentaria eu compreender.
Silêncio.
Atenção ao odor no ar.
Sinto o cheiro a fantasmas.
Procurem esses recantos e não encontraram nada, não é uma coisa perceptível aos sentidos nem o deseja ser, toca apenas o inumano.
Espero então, adormecer, sonhar, procurar talvez encontrar…
Virá não virá?
Deixo a resposta ao acaso.
Tão só, tão esquecido.
Indulto…
Não quero por nada por em nada tudo.

domingo, junho 06, 2010

Serenade

I strangle down this conscription hell inside the thoughts of revolutions made.
I proclaim not to know what lays beneath all, in conclusion I stay astray, in seclusion from it all hidden unaware fighting the sense of return of nowhere.
Read the words not written, seek the sense of conclusion of otherwise demented souls.
Scream, revolve in agony, what is left astray can never be unfold.
Sleep as if the hour was long, still the day has come to past and to awaken should be bold.
Revolution is made, if by madmen I wouldn’t know.
I struggle in tired tense, for all the memory to be shown, in concern of what was made, told or heard, I am to old, just to old.
Ask these words, I reveal none, in coincidence I dance numb, I have searched high and dug the ashes, the corpse rise, bitter dimwitted matches.
I starve for revolution…
For what I have told I haven’t got solutions, in respect for anarchy I respect no cult, sect or religion.
Is there a God or a Devil?
Is there a mental solution or are we simply living as demented rejects afraid of the hours passed I ask not for a solution, nor for a creed or resolution I need to find a way, I need to find a path or perhaps I just aim to no solution, mock my words I know you’ll laugh as for what I care it matters not.
Revive the sadness, seek control, for all this cleverness I am still damned alone.
Shake the rattle, skin the bones, bathe in blood, forget the innocents, there were never none…
I’ve written the names.
I’ve plotted the lines.
Center stage, exit right.
For all I care, the play is done.

segunda-feira, maio 31, 2010

Pede-me um desejo, esperarei aqui, perto, tão perto quanto possas pedir, para cumprir o que me peças, para fazer de tudo um pouco que possa fazer.
Cumpriria por ti todas as vontades em sentido recto e directo, faria de mim completamente honesto e cumpriria cada um e cada qual dos teus desejos.
Deixa que te tenha por perto de mim, não aspirei a mais nada.
Beijar os teus lábios, sentir a tua pele, dizer-te de perto o que ao longe é visível…
Por sentido de todas as palavras que possa imaginar, deixa que te beije, a perdição dos teus lábios é sem duvida a mais divina razão de uma total perdição e se perde-me pode ser uma ilusão…
Deixa-me perdido talvez assim me tenha contente ou simplesmente não precise de muito mais ambição.
Hei-de olhar-te nos olhos e não sei o que poderá surgir de tudo isto.
Sorrirás? Choraras? Ficarás irada? Abraçar-me-ás?
Pergunta-me o que faria, não sei o que responderia contudo, as coisas simplesmente ficam-me em branco as palavras ocultas e tudo o que te possa mostrar será revelado sem que eu tenha que fazer nada mais ou sequer seja eu a faze-lo.
Deixa-me ter um lugar no teu ser, deixa-me entrar, deixa-me pertencer, perde de mim o teu medo e todo o receio.
Tu, senhora, invisível, irreconhecível, provavelmente irás de forma irada ler este pequeno canto de demência…
Por mim, dediquei-me apenas a cumprir aquilo que eu sou.
Por mim cumpre-me ser conforme possa ser um elemento de nenhures e todos os lados.
Tu minha senhora, deixa-me perder-me contido, deixa-me ligar-me a todos os sentidos…
Deixa-me talvez amar.
Não procures nada do que não devas encontrar, pois no encontrado te deverias novamente perder…
E amor é nada mais que não possa ser tudo isto, uma perdição de todos os sentidos, talvez dor, talvez prazer…
Mas deixa-me amar.
Porque talvez amar seja já uma surpresa...

terça-feira, maio 18, 2010

Ao refugio da Noite

No outro lado da lua, gentil canção de aquário.
Não escolho as palavras em dualidade de trejeitos em desrespeito de conhecimentos e afinidades múltiplas, simplesmente vou remexendo a noite e recorrendo ao invulgar.
Recolho aos velhos espíritos, julgo o jugo da serenidade, não sei porque motivo, não tenho para onde ir e tão só me apetece o valor esguio de fugir por ai.
Se por meio de mim próprio me deixe entregue a solidão, não desisto de tentar ao incerto e refaço o reclame que foi inúmeras vezes feito.
Só por si, instigado ao momento de incerteza, abano o mundo, alguma coisa há-de cair.
Começa a sentir-se o sangue quente e o Verão corre já na aragem e deixa essa gente demente e eu tão só aspiro sair por ai, perder-me nessa noite, sozinho, acompanhado, indiferente.
Tão só me saiba de simplicidade, perdido por ai aspiro a lua prateada e a noite calma, brisa suave que corra pelo prado, esquivo vou pela noite, perdido e só talvez em recanto de inglória.
Esta noite, como remexo a noite, lento, talvez sóbrio, talvez bêbado.
Não direi em ponto mais certo, nem serei de todo altamente irónico ou erudito.
Apetecia-me apenas uma noite daquelas em que a lua e o sol se beijam.
Apetecia-me uma garrafa de vida.
Já bebia um copo de sangria.
Se olho para onde estou, sinto-me lavado em passado e oculto do que poderia perceber.
Aguardaria o refúgio da noite, sair e perder-me por ai.
Talvez só, talvez contigo.
Aguardaria um partido de nada.
Aguardaria um solitário desejo.
Deixo escondido um desejo.
A noite vai se indo e eu enclausurado em mim mesmo.

terça-feira, abril 06, 2010

How can I be lost, if I've got nowhere to go?

Arranco à força o papel de estas paredes, que nuas são singulares.
Compreendo o meio, acendo o fogo, queimo essas palavras, o fogo que limpe esta imagem de palavras escritas a sangue.
Como resolvo, dentro de um sem fim contínuo em todo o momento de existir…
Elevo a cinza o todo do nada e arrasto-me por desilusão.
Será então que não aspiro a nada?
Ou será senão uma existência nula?
Respiro por ilusão de nada…
E como me exponho em simplicidade.
Talvez por loucura?
Se o disser, nem o sei na verdade…
Tremo, conheço por alto a sensação e tão só indecentemente e a insana mente dormente…
Sinto-me talvez a vaguear.
E dói-me assim o corpo, o ser e os ossos…
Voltei ao esquecimento por ilusão de não existir esquecido, por tudo e nada e nem gosto do rumo a ser tomado…
Já tomei o rumo e no entanto o cenário parece não mudar…
Enquanto toquei a alma do ser, nem sei contrapor o meu ser pessoal…
Num momento em que não posso mais que nada por me em primeiro lugar do restante, torno-me triste e petulante…
Não me contem por nada, o que não deva talvez ser…
Se me sentir, deverei então sentir-me perdido por ai.
Não liguem a nada.
Já me perdi.
Já me desliguei.

terça-feira, março 30, 2010

Sobriedade

Sempre, em momentos silenciosos, de nada e tudo…
Como aspiro a esse tal estado, de silencio…
E como o silêncio é tudo.
Nem durmo, dormente, de serenidade dependente.

Em momento que não espero, pendente…
E nada que não espere, um momento ausente.
Como me calei para sempre…
E no entanto dormi, demente…

segunda-feira, março 29, 2010

Um halo na lua

Havia um halo na lua, a noite estava ainda calma e bonita.
Havia uma verdade que bailava no ar.
Sem que recorde alguma coisa que possa realmente ser contada.
A noite passava e a voz de uma era esperada tão só se mantinha muda por medo de eventos passados e de histórias reconhecidas.
Passeei pela noite, a calma dos seres sérios.
O reconhecimento de nada e tão só o andar e o passar do tempo.
Mais uma vez mirei o vazio.
Continuei a caminhada, não sei porque meio, motivo ou recordação passada.
Nem sei como, abraçado a nada e de mão dada ao vazio.
Reconheci o desconhecido, em sentimento talvez abrangido, tão só e perto como se fortemente desterrado.
Olhei para cima, a lua bela e serena e o seu halo de esplendor, que me desengane, nem conheço tal coisa.
Perdi-me por olhar para ela e lá ficou ela, bela, serena, só.
Perguntaram-me à já algum tempo se sentia algo por alguém, fujo sempre de esta pergunta, se responder direi amo a lua…
E enquanto a verdade não chega, não divulgo sequer de quem gosto…
E amar, nem direi que amo.
Continuo a procura, sob a luz do halo da lua…

terça-feira, março 16, 2010

Desabafo

Escrevo o que leio entre linhas, oculto.
De vivências em estranhas demências, nem sempre bem claras, como só eu sei explicar, não conto nada que me valha e nem por me valer me sei explicar.
Recorro ao que recordo e esqueço o que vai passando, grande parte dos momentos se os tenho foram passados, nem sei como fazer isso, nem sei como me ter.
Suspiro.
Se me sinto mais humano, do que poderei ser, talvez deixe para hoje a escrita humana, acusem me de escrever a sangue vivo estas palavras pois desejo que ganhem vida, nem como hei-de expor isto pois se me apetecer sentir-me mais vivo, hei-de ter-me demente e orgulhoso, estupidamente orgulhoso.
Hoje se o senti, senti-me estupidamente alegre, nem sei como cair fora deste estado já que não me sinto realmente feliz.
Cruzo as coisas e sei sinceramente que hei-de cair como explicar isto e sinceramente não sei explicar-me minimamente.
Sorrio.
Hoje, procurei explicar coisas que nem saber, sei fazer, encaro então esta confusão, se as pessoas ponderarem estas coisas, confusas se hão de sentir.
Rio.
Corro então longe para um oceano aberto, imagem estranha talvez, hoje recorro a diáspora de ideias, talvez tal conceito não exista de todo, talvez nem queira saber.
Confesso-me longe.
Caio de redondo, estico-me ao comprido.
Hoje encontro-me em todos os sentidos.
Confuso, alegre, radiante, triste, medonho, enfadonho.
Enfim, completamente incompleto.

domingo, março 07, 2010

Cárcere.

Circo de sangue.
Com horror exaltado.
Morte por morte, hora por hora…
Sigo o mover dos ponteiros.

As partes perdidas.
Como sinto em si a perda.
Se me negar distante.
Em horror de semblante.

Cruel cretino.
Sorriso asno.
Embriagado dia a dia.
Negado em emoção.

Ignóbil criatura, senhora asneaste.
E sorrio ao olhar esse circo, ridículo, insano…
As marionetes abanam-se e as rodas continuam a girar…
Que entrem os palhaços!
Deixem cair a tela!

Contem-me a verdade!
Hoje não existe nada que me leve de este momento.
Cortem a linha.
Deixei rolar o cenário.

A peça perdeu o interesse.

terça-feira, fevereiro 23, 2010

Um dia, talvez

Um dia vou deixar de te amar, tenho a certeza.
Mas enquanto esse dia não chega, por vil tristeza, em solidão recorro a incerteza.
Um dia vou deixar de te querer.
Talvez por capricho cruel e não sendo por dever.
Tão só assim, não lhe acho uma certeza.
Em reconhecimento de essa insensatez e por desígnio que não me ordene, se me ordenares subtil alteza, por capricho de teu gesto deixarei de te amar.
Um dia vou escrever à solta, nem sei se o faria por discernimento, sinto que não cresci aqui, nem devo talvez um momento que passe a vontade nem um sentido de distância que me acompanhe e se me deixar à vontade, cairei por esse campo e imagino um sítio idílico, preciso dormir, tirei de mim a incerteza…
Recuei um paço para caminhar um quilómetro, em sentido inverso do que deva fazer, se caio ao redondo, levanto-me e respondo “Caio por dever”.
Um dia deixei de te amar, nem me recordo em que dia isso aconteceu, não queres talvez voltar atrás, o sentimento só em si se perdeu…?
Voltas a dar ar do teu gesto, negas com firmeza, tratas com leveza o eterno taciturno e se me deixo aqui, nem por esperar a tua gentileza, sei me então ébrio em todos e quaisquer aspectos e é um facto que não posso contornar, nem que deixe de te amar, porque não serei assim, nem por um momento, um instante…
Não sei como o fazer e nego-me assim insano, consternado de teu norte, aponto ao domo celeste e se por fim caio terrestre, já me deixei navegar, és senhora, mulher, triste musa de meu cantar.
Já me deixei de amar, não acredito nessa tristeza, vivo ao ritmo da felicidade, ao ritmo do dia-a-dia que passa um jovial carpe diem e como posso ser tão tartufo que nem sei onde escapar.
Já procurei o amor.
Já deixei de te amar.
E que faço com o teu amor, se este nem me chega a pesar…?

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Embriagado, Estupido, Só

Com razões, sinto-me só.
Em expressões, sinto-me só.
Sinto-me só, só de pensar, sem que tenha um espaço que me sirva, sinto-me só, sem sequer me sentir.
Em primeira instância, recorro a ignorância, não devo dar nada a transparecer.
Se me permitem ignorar, que me permitam talvez saltar, pois que salte de mundo em mundo, que caia, que me levante, que tente fugir em desalento constante, sinto-me só e talvez por me sentir só, nem seja má esta fuga dissonante.
Não procuro nada e talvez por não procurar não encontre, mas se procuro que hei-de encontrar? Espero uma resposta qual semblante de verdade, sinto-me só, frio, distante.
Não há sol que me ilumine e o dia vai alto, não há luz que me indique o caminho no meio desolado, não há uma ponta de brilho, tudo cinzento, triste e semelhante.
Se procuro cá dentro, encontro uma figura, nessa figura me perderia e nem sei se perder-me não foi já sucesso, pois questiono este estado total de retrocesso, perdido e achado, ignorado e inconstante.
Sem me descreves, dirás que sou inconstante ou por outra imutável, sozinho em concordância e por outro afável, não me conheço em nenhum sentido, não sou senão sozinho.
Se me mostro, como me mostrarei que não sou pois sozinho me sinto e não me revelo e longe de mim me sou e nada me serei como sou.
Não me peças nada, nada sou e sozinho, permaneço.
Observo, posterior a mim, num sentido que me seja exterior, num momento de interiorizar, um sentimento talvez desconhecido, revolto-me pois nada é mais que se não e talvez um vazio desconhecido, recaio nesse real, nada mais, nada menos do que se possa depreender, nada e tudo num sentimento invadido por tudo.
Partilho coisas escritas, verdades que não conheces, recolho a esse canto figurativo onde permaneces, a tua ideia, a tua noção, a tua verdade, tudo desaparece e sinto que nada se tornou em nada, o irreal permanece irreal, a verdade distensa, vai-se como a luz da lua.
Procuro uma noite serena, o vinho já parece acabar, consumo esse vinho sozinho e sozinho parece feito para eu o tomar.
Sozinho à lua, oculto pelas estrelas, vejo a lua arder e a verdade é que nem sei o que vejo, preciso de mais vinho, a vida parece melhor embriagado.
Embriago-me solitário, acabo o vinha avidamente, como se não bebe-se nada a séculos, bebo, bebo e se necessário bebo um pouco mais.
Deixo-me estar sozinho, conheço o sentimento do vazio.
Puxo pelo vinho, puxo, puxo, puxo e bebo, bebo e estiolo, não vale a pena viver se não lhe conheço um meio, nem vale a pena aspirar a nada.
Sozinho…
Só assim me sinto.

sexta-feira, janeiro 29, 2010

Vago

Não me dêem revoltas, já inicio revoluções.
Não me peçam nada, pois tudo é senão um discurso que tenho preparado e em caso de duvidas, procurem-me ao longe, não digam nada nem uma palavra, pois se a vida vos deixar confusos, não me perguntem o porque.
Ergam muralhas, os castelos em que vivemos encontram-se a mercê das ondas, as marés vazam ar e a areia deita fogo.
Construam ilusões, pois não vêem sequer onde põem os pés, pisem o que pisarem vocês não são mais do que aquilo que vos separa das pedras da calçada.
Orientem um sentimento, vocês estão vazios, meras conchas na areia, ar e lixo.
Não se metam a fazer o que entendem, não façam o que poderiam fazer, contentem-se com existirem, pois se vos der uma aragem, podem ruir.
Se me cabe dizer algo, que o diga com convicção, se com convicção não falo, não queiram saber do que falo e se seco aparento falar, nem por vocês sinto a mais mínima atenção.
Desliguem-se, procurem um sítio alto e saltem, deixem-me ver-vos a beijar o vazio, haveis de arder como Ícaro, a vossa ambição é desmesurada, não conheceis os vossos limites ou horizontes, caiam, o chão vos espera sob três metros de terra.
Calem-se e deixem-me.
Estou demasiado cansado e sinto-me demasiado sozinho.
Na realidade, nem escrevi nada.

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Resposta a Kori

Bem respondendo ao desafio da Kori Kori -.-



Eu já... Bebi para esquecer. Pode não ser uma grande revelação mas pelo menos admito.

Eu nunca... Dei uma solva a alguém. Já tive motivos senti pena das pessoas.

Eu sei... Ouvir as pessoas.

Eu quero... Fazer algo da minha vida que me transmita um sentimento de realização pessoal.

Eu sonho... Em estar com uma pessoa especial -.- sim também tenho segredos e sim são apenas 5 coisas.

Agora desafiar a malta!!!

PapaGaia
Morbida
Kenny

E não desafio mais xD muhahahahah xD

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Sozinho...?

Acordo sozinho.
Ao acordar anoiteço.
Se passo de noite, ninguém me vê.
Passo silencioso entre a gente, nem de dia me sinto, quanto mais presente…
À noite sou uma figura estranha e nem sei se de dia ou de noite caminho.
Reafirmo-me a noite, nem sei como seguir um meio diurno, não existe uma luz que me siga, sou tão só como sou e perdido caminho a deriva.
Estou nesse ponto, reconheço o que poderia ser mais um ponto de viragem, não sei como mudar não pedi nada do que possa ser pedido e no entanto deixaram-me a deriva, num ponto partido de alma, nem de coração me sinto e apenas dorido posso ficar.
Passo o diz sozinho, enquanto vou caminhando por essa vida, repudio o mais simples momento, não reconheço um ponto de saída, espero por sentir o que me vai faltando e sozinho contínuo, triste e a deriva…
Chego a entardecer, o dia avança sem meio de me recordar, nem consigo relembrar, estou assim, triste e sozinho e não consigo um meio de aproximação.
Continuo a caminhar, rodeado de tanta gente, se os fantasmas que sigo, são as pessoas com quem convivo, será que convivo de facto, será que sigo algo que compreendo, será que sei algo que me escapa, será que não entendo tudo num momento, será que sei o motivo deste estado, sozinho me demoro e nem sei como me remediar.
Sozinho anoitece.
Deslumbro-me, recordo-me de algo de espantar.
Sozinho olho ao longe e sozinho te tenho no olhar.
Olho-te, nem sei que dizer, sozinho me encontro e quem me haveria de dizer, que ao olhar vejo e te sinto assim aqui, sozinho não sei um momento, não sei um sentido, não sei nada.
Então sozinho agarro cá dentro e puxo esta recordação.
Sozinho olho para ti e por ti me perco, não me sinto aqui, nem por um momento.
Sozinho me tenho e sozinho me deixarei ficar, triste por não te ter sempre perto, sozinho por não te ter comigo…
E esqueço-me que estou aqui, desejava-me contigo, enquanto estou aqui sozinho, sozinho não estou só, pois basta-me olhar aqui dentro para te ter sempre aqui.

domingo, janeiro 03, 2010

Opinião solitária, desconcerto de um homem Solitário

Entre ares que vão passando, horas de demência concorrem em serenas mudanças, não conheço meios de momentos, nem sei sequer domino uma língua comum, tão só arrasto as palavras e vou cedendo a vontade, nego por clemência a ilusão e se me agarro, agarro me ao desengano e em ninguém hei-de confiar.
Hei-de mandar bugiar todo e qualquer um que me peça confiança, estou saturado de tal palavra, nem por acções a merecem e estupefactos hão-de ficar.
Denego a minha atenção, que vos seja perdida a atenção, não que sejam más pessoas mas não merecem o mais mínimo esgar, nem a mais pequena atenção, hei-de vos deixar arder e compreenda-se, já mereceram a minha consideração.
Como desejaria esta espada se bem que a mesma nem existe, que seja então metafísica, de palavras, de actos, não à compreenderão e ferrar nela será os seus destinos, nem que seja a ultima coisa que façam, hão-de ferrar nela!
Que me ferva o sangue, os meus olhos vêm vermelho e os seus corpos correm vermelhos e tornam-se negros com a luz da lua e que negrura tão viva que espero profetizar, tomem-me por demónio, tomem-me por sádico, mas hão-de correr negros rios de vivo sangue a luz da cheia lua!
Berro qual besta ferida, os rasgos da minha pele não passam de momentos representados por essas palavras malditas, sei o que me fere, não sei quem me feriu, provavelmente não há de o admitir, vivem de covardia qual sanguessugas, nem com sal se retiram, ver-se-ão nestas palavras ou haverão de se negar e esconder-se na sua concha tornando-se pequenos e insignificantes e se são insignificantes porque me irritam sempre?
Urro.
Gostaria de partir este mundo, mas sei que sinceramente não hei-de fazer nada e talvez devesse.
Não sei como será um dia, não posso ver mais que um momento presente e não posso passar mais que a visão irada do que sinto.
Recolho-me ao meu canto, nesse canto me dedico a vagar e nele habito apenas com a solidão.
Recolho-me a dormir, não espero recolher mais vivências do que aquelas que já sinto…
Manifesto essa solidão, reconheço essa tristeza.
Sou por isso nada mais nada menos que um solitário homem…
Acompanho o esgar da demência, esta noite não me sobra uma hora serena...