domingo, janeiro 03, 2010

Opinião solitária, desconcerto de um homem Solitário

Entre ares que vão passando, horas de demência concorrem em serenas mudanças, não conheço meios de momentos, nem sei sequer domino uma língua comum, tão só arrasto as palavras e vou cedendo a vontade, nego por clemência a ilusão e se me agarro, agarro me ao desengano e em ninguém hei-de confiar.
Hei-de mandar bugiar todo e qualquer um que me peça confiança, estou saturado de tal palavra, nem por acções a merecem e estupefactos hão-de ficar.
Denego a minha atenção, que vos seja perdida a atenção, não que sejam más pessoas mas não merecem o mais mínimo esgar, nem a mais pequena atenção, hei-de vos deixar arder e compreenda-se, já mereceram a minha consideração.
Como desejaria esta espada se bem que a mesma nem existe, que seja então metafísica, de palavras, de actos, não à compreenderão e ferrar nela será os seus destinos, nem que seja a ultima coisa que façam, hão-de ferrar nela!
Que me ferva o sangue, os meus olhos vêm vermelho e os seus corpos correm vermelhos e tornam-se negros com a luz da lua e que negrura tão viva que espero profetizar, tomem-me por demónio, tomem-me por sádico, mas hão-de correr negros rios de vivo sangue a luz da cheia lua!
Berro qual besta ferida, os rasgos da minha pele não passam de momentos representados por essas palavras malditas, sei o que me fere, não sei quem me feriu, provavelmente não há de o admitir, vivem de covardia qual sanguessugas, nem com sal se retiram, ver-se-ão nestas palavras ou haverão de se negar e esconder-se na sua concha tornando-se pequenos e insignificantes e se são insignificantes porque me irritam sempre?
Urro.
Gostaria de partir este mundo, mas sei que sinceramente não hei-de fazer nada e talvez devesse.
Não sei como será um dia, não posso ver mais que um momento presente e não posso passar mais que a visão irada do que sinto.
Recolho-me ao meu canto, nesse canto me dedico a vagar e nele habito apenas com a solidão.
Recolho-me a dormir, não espero recolher mais vivências do que aquelas que já sinto…
Manifesto essa solidão, reconheço essa tristeza.
Sou por isso nada mais nada menos que um solitário homem…
Acompanho o esgar da demência, esta noite não me sobra uma hora serena...

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