quarta-feira, agosto 28, 2019

To swear, sew and promise

Wear the crown, while the crownless wears the world, whereas the naked stalk the prey, the prey has eaten the flesh forlorn, naked, laid barren.
Cross the words, that entangle, the various mistakes we seem to follow, the sensation of touching loneliness, while, whilst, among it all, freedom has been left adjacent to what we’ve mistakenly made as man, we have damaged as humans.
I feel the sensation of none belonging, there are no roots that seem to hold me down, where I should follow, I have no way, where I should stay, I dare not dwell, for every monster might come out, might want to stare down, might want to shake what has been laid barren, the mistakes made, by the hands that dared touch, while we stare, forgetting, fading as we hide from loneliness.
We created our own void, our own damage, our own karma.
We scrape the barrel, try to sound off in pride, decide to pay the price in mockery, whenever we look back, our past self will look back and cry, I think not as myself, my past made its own vow, instead, at the very least, to loose it all, to remain, to forgive, never to let go, what was made undone, denied and exploited, solved by mashing down, on everything that was once held.
I look at it, delusion, I feel it, I’d say I fell for it, I’d wager, I’d proclaim, in fact, I’d say nothing less, I’d just be gone, wherever I may roam.
Undecided, somethings have been left to misfortune, when will it take place, to realize?
The scepter must lay heavy, for the cloak drags down, the prince, princess, queen and kind, laid there, as buffoons, subjected to the world, slaved out to the belief they can serve the righteous and still take word, upon the world, that the free are more than awake, while the shackled drag the bones, the promise, the words, that lay the cavernous mistakes, that brought forth the shakes that imprison, majestic, the lady that stroke and draw the words, airless and motionless, the wand fell down, shivered, cracked and dusted.
Now that you can see, if you could see, what would be there to be held dear, dead like fell air, you won’t be able to hold it in, tight.
I’ll leave the last page, the last leaf, the last transcription blank.
Feel it in. Vow to it.

quinta-feira, agosto 08, 2019

Crude, the way

Since you've asked for the why, when the unturned eyes, meets the mind, longing to see.
A sun dive, down the color, a ring that claps with solitude.
A mark, left unchecked, that claimed the life of those whom denied, the lost have confirmed.
A jobless memento, where the clear clouds, seem to dim away, the settle of vision, has been denied.
A wave, came, washed away what could be, there is not a single trace, left behind, so says the sunset over the hills and the dancing shades that bask the ocean.
I tended to sleep, a sleepless job, a silent whisper that I’d deny, such would be the intention of attention I would seek, fear, avarice and malcontent.
I tend to stargaze, I get lost in it all and as such I walk the sands, these same sands, seem cold by moonlight, as the monolith of time echoes and bellows the changing fate.
I’ve buried the hatchet, seems if it was a war, it turned down into a scuffle, if it was a scuffle, it turned into a buzz and as a buzz, it seems to have faded away.
I seem to loose memory, as much as I loose faith, detachment is now the word, as the things that where left behind, clutter the way and as sand now flows with the ever flowing footsteps, everything falls, turning down to sand, turning down to time, turning and fading, like sliding shadows that chase the light, that close the eon of solitude.
I proclaim, I, the I that is sense, the sense that’s self and not an illusion, that was meet when the time was long, calms the mind and clasps the present, for as unseen and uncertain as the future may be, I consider the solitude, the service and the servants, the obtuse delusion that seems to produce a notion that all is well, when in fact, the motion is crossed and hexed with the disclaimer of perversion.
I crossed that line, time as it should be, has rolled by, I know this, I lost something, along the way, along the motion of sound, vision and color.
I set the compass to follow, the path now points there, where I need to follow, where what I left, now fells as it should fall into memory now lost.
The flow is not as clear, don’t you think?
The pace, indeed the pace, the set coordinates, that would lead to achieve, are now nothing more than that.
The word is, was and will always be one.
I speak, the word as follows, the direction passes the point.
Left for another land, compassion and sense, follow silent.

segunda-feira, junho 17, 2019

Circular

Que admiração é trabalhar, ter mil e uma histórias vividas, por entre o tempo que me leva, cada vez mais distante, menos sentido.
Que sentindo, que sentimento, pura ficção, em que por turnos mal vividos, aprecias um momento, grande ilusão.
Que escrita por páginas vazias, por assumpção de vítima, vai e cai em litígio, pelo menos guardo palavras ditas.
Que promessa tomada, dobrada e destruída
Que todas as palavras, se deixem passar pelo insano, o verdadeiro, passa por aí, alheio ao olhar, sem que seja tomado pelo olhar.
Que o invisível seja material, tomamos cada vez mais a falha que nos assola, estamos condenados a viver sobre ela e sobre o peso que nos persegue.
Que o material nos seja negado, não conhecemos uma desculpa, não conhecemos um sentimento que nos assole, sei, sei que está por longe do perto, central do olhar, aparece num piscar de olhos e noutro nunca existiu de todo.
Que o imaginável passe do papel a caneta, que a tinta seja cinza, que a cinza queime o papel que escreve, que o papel se torne árvore.
Que tudo pareça correr ao contrário, pela contradição que podemos expressar, aparentemente, marcada com hora e consulta, pelo remédio que se decidiu a tomar.
Que a trindade seja tomada, pelo que vamos fazendo, pelo que vamos rumando, pelo que vamos folhando, se é um invés de palavra, o inverso que somamos, que compomos, que deliberamos, que deixamos diante do mundo e sem dúvida passamos então, mais um dia do mesmo mais um acto de convalescer, sem que a convivência seja um objecto, um aspecto, um contras-senso.
Que o conluio seja o mínimo da noite, que a noite seja extensa, o nascer do sol deve raiar, para sair, para poder respirar, para viver.
Que o texto encontre então o rumo, a versatilidade das palavras que descrever, pode fazer parecer uma imagem que passa por baixo, por cima, pelo lado e por nada.
Que nada seja nada, que a confusão seja pela vida, pelo andamento e pelo momento.
Que nada seja perdido, que nada seja esquecido, que nada seja senão a rompante memória que guardamos, para poder esquecer de lembrar, será que realmente nos lembramos?
Que a confusão seja imperatriz, que nada seja como esperamos ao olhar.
Que o círculo seja fechado, que o preso seja liberto, que seja dado o retorno, sem que seja necessário o contrato.
Que pergunta se pode fazer?

sexta-feira, junho 14, 2019

Hoje quem sabe a arte volta.

Hoje quem sabe a arte volta.
Retomo esta velha ideia, esta velha consciência em que simplesmente por mais que façamos ou que tentemos ser algo para alguém simplesmente não vale a pena ser mais do que alguma vez seríamos para nos próprios.
E sinceramente, isto dói.
Não perguntem porque, explicar demoraria uma eternidade, ou se perguntarem, eu tentarei responder, mas provavelmente apenas metade dos que se dignarem a ler alguma vez compreenderam isto e os que julgarem compreender estarão enganados.
Creio, contudo, que quem não entender isto esta perto realmente de atingir algo.
É Assim a vida, lutamos simplesmente por um ideal por vezes estranho incoerente ou simplesmente inexplicável, acreditem no que quiserem, cada verdade tanto por ser um empirismo como um niilismo uma, falácia ou uma coincidência simplesmente.
Quanto a mim, todo o conjunto de normas por que me rijo, valores que aplico a cada coisa ou a cada caso concreto, são quase constantemente vexados.
Simplesmente, cada caso é uma luta, cada luta uma derrota, pequenas guerras escassas vitórias.
Simplesmente, este é o cerne da questão, creio que todos sofrem, ao fim e ao cabo somos se não uma cambada de simulados muitas vezes frustrados e simplesmente tristes.
Cada pensamento, é um extremo de si mesmo, A realidade, é apenas erecta em sonhos e cada ideia é senão um acto de sonhar a realidade…
Se nos roubam uma ideia, se nos roubam um sonho, se nos roubam um sentimento…
E que somos nos?
Covardes que se atrevem à sonhar?
Não. Covardes são aqueles que escondem os seus sonhos e perseguem a luz do dia…
Pobres coitados…
Confundam-me agitem-me estes sentimentos, dêem-me asso a ira, a raiva, a revolta, deixem-me erguer a revolta, acabem com esses sentimentos que destoam a estranha sensação de solidão.
Se por um segundo nos damos a alguém, esse alguém noutro segundo procura outro alguém que o tome sem por vezes saber que alguém esteve ali para si, caso este quisesse.
Foi erro, é errado assumir que se tem alguém, é errado sonhar, é errado amar, é errado querer alguém.
Sabes? Houve coisas que só te disseram a ti. Houve coisas que só te contigo aconteceram.
Sabes… Cada momento sem ti é uma vulgar dor, uma febre, um sentimento decrépito.
Não sei se sabes, mas ainda me tens aí preso, cativo aí a um canto do teu coração, ou pelo menos creio que seja o teu coração...
Tenho a certeza que sabes que tudo o que te possa dizer aqui tem um significado concreto para ti.
Vê se entendes.
Assim fica uma mensagem para ti. 

Circa 2002 - Capitulo II - O terror das horas negras

terça-feira, junho 11, 2019

Tempos de Tédio

Dias em que tentamos fazer com que o universo a nossa volta não nos pareça obscuro e vazio, pois visto que tudo o que fazemos não passa de uma reflexão que julgamos ter mas acabamos por odiar e esquecer estes parecem ser os dias de tédios que rodeiam a nossa presença bloqueando a nossa razão de ser e o nosso pensamento por isso tentamos evadir-nos da sociedade por métodos que podem parecer estranhos para alguns mas para outros é normal, podemos refugiar-nos de nós próprios através da musica que ouvimos e, por assim dizer das drogas que tomamos.
Pode ser o mundo assim tão obscuro, mundo esse em que alguns se viram para cultos só para se poderem sentir amados?
Quem sabe este parece ser um universo em que cada um se sente “amado” por si próprio e por outro só porque os imita, deve o mundo ser assim?
Passamos por uns tipos de rituais para provar se merecemos ou não ser amigos de uma pessoa quando na verdade essa pessoa e o seu grupo só se quer aproveitar de nós ou das nossa qualidades desfazendo-se depois de nós se necessário apenas para, num principio controlar o mundo que o rodeia mas que somos para a sociedade?
Apenas aberrações a espera de serem eliminadas...
Somos apenas uns monstro que a sociedade utiliza como pretexto para impor leis ridículas para seu próprio proveito...
Que queremos, é o que nós é perguntado várias vezes sem sentido parecendo principalmente que nos querem torturar, somos levados a fazer o que não queremos, e o que pensamos ser o que queríamos fazer...
Vivemos num mundo controlado por seres superficiais, e, desconsiderados em relação ao sofrimento do próximo.
Só nós resta satisfazer os nossos desejos e destruirmos os do próximo.

Circa 1998

Inhuman Serenade

All cloth from the same line, that twists, turns, tangles and divides
All fabric from the same material, immaterial by some, non the less, aside from side.
All lines, that build for something, to separate and build again.

If this is the answer to all that is held, for immaterial to unreal so it seems.
The illusion that cast aside, to abide to this inaction, that paved way to nigh.
Containment and contagion; constrain the offense, as the offended cares for none.

Inaction as made the way inert, for every action seems for futile reasons.
While we scribe down for lost, forgotten words, the epitaph unheard.
Lacerate the words into the world walls, create this illusion of madness.

Say that everything is vain, that vulgarity will compromise.
As it strikes at the core, the solution seems to fade an infant at mind remains.
For all the words the world could take, none other take the meaning of names.

Escalate the solution, leave the trail of insensitive senses.
Exclaim, you could get the solution, if the problem existed at all.
Carve for the exit, the denial of hand to hand.

Assimilate and enslave, for the sands flowed to the desert and nothingness became void.
Devoided the sight, clashed with the ethereal nightmare, the flight that was the word.
Grasp, squeeze, strangle.

Write down the words, define the laws.
Take the back-road to altar grandeur.
For a spoken word may cast a shadow.

Bastet’s charms, casts no shade.

For whom what was, that was unheard

Let it go, to sleep.
Deep is the slumber that dwells with the morning dew.
Forget that the morning may come and let the shore be washed away.

Scar the night with dreams, pierce what can be seen and forget to let go.
The way to close the door is to leave an open window, let the drafts shut it away.
Forge what may come, lay asleep in slumber of dreams.

See what time drags by, across the distance, let it pass.
Hear the shadows, none care not for what is to pass if the past was to let go.
Fools will call it delusion, insanity and madness, let it slip, none will be the wisest.

Hearken the noise that follows, silence is but a state, for the night is smaller by the hours.
Forgive the night, the moon and the stars.
Fly with the birds of war, follow the stream.

Clamor, for what is, is not no more, no, no more than it should be followed.
Fetch the horizon until dawn and screen the sky for than one star, that one symbol.
Faster and farther, closing into infinity.

Let it forget, for whom it was, for whom it was done, for what it may not have happened.
Let it not dwell, thus the erasure and the cold embrace of memory saved, stored and remembered.
Feel it, fell the night in quiescence, post thought and script.

Write down the hours, write down the wishes, forget not to not forget.
Let it be, that which can be left, since that one, has slept into into the night.
For whom what it is.

domingo, junho 09, 2019

Collapse and draw

Buff the enamel.
Fell sympathy, for a shade that dwells in the concave of a note.
The octave postpones the inevitable queue to follow, of words no heard or rather, not understood.

Scrape the barrel, the waters are deep for a simple task it is to sow.
Fetch the dying, dye the day, collapse in silence for the words that you may not hear.
Tie the noose, the man shall hang.

Listen for the orifices in the shallows, the notes are leaking, thus the sound, may seem flat.
Tire the flames and extinguish the water, makes not for the sense it may occur, what you drag down the drain.
Tell the times, when the sands have ran low.

Score for the ancestors, the shadows that they cast so low, for the sweeps and stakes that clobber and cower.
Know how to, knock three times, collapse as you encage.
Throw away all sense of self, all sense of pride.

Scorch the pastures, for no life must prevail, the offers for pagan gods, the offers that shall prevail?
Choose the chore, score and prevail, the deed that follows is a deed to claim.
Task the living, entrail the scheming, set the schism and prepare to fail.

Look low, for the lowest are at an all time low, for the lowest score the simplest row.
Discover the misfortune, the pride to sell.
Trow away all that is present, the fall before the storm, the winter before the war.

Buff the enamel.
Finish the painting glass.
The hour is nigh, the silent shall understand.

Stir the pot and lay the hand to rest.


segunda-feira, maio 13, 2019

Tempo, Tempo e tempo

Cala-se o tempo, o futuro, com relação do passado, corta o momento, sem que haja um memento ou memória.
Escolhe-se a incerteza do que poderá ser, sem que se possa olhar para o presente, o passado parece um futuro certo, onde a abstracção do momento, parece condenar o ser são a loucura.
Dentro da incerteza, parece o conselho cegar, a verdade, permanece em cima da mesa, sem que haja um motivo valido para a regular, sempre que se pode observar, o sentimento é a culpa.
Procrastino, parece cada vez mais o sentimento comum ou o estado de operação, sempre que a negação nos aproxima da verdade, tão só optamos por desligar, por aceitar o processo corrente, seguimos em frente, parece que não fizemos jus a loucura, palavras doces que nos carregam.
Parece então uma presente continuidade, como apostamos por ser descontínuos, quando na verdade, continuamos a apostar na insanidade, uma palavra de falhado, um certo descontentamento, parece recordar mais uma vez um passado, um episódio de infortúnio, onde o descontentamento parece assente e a expressão é tomada ao incerto, onde tudo cai, onde nada é aparente.
Põem se a música a tocar, as palavras são em tom taciturno, em ritmo alegre, não parece ecoar pela sala, um vazia que se faz de valas rasas, onde por infortúnio decidimos morar, sem que exista uma explicação porque apelidamos a insanidade, estamos a cair por decadência, infortúnio e puro escárnio.
Viva então a decadência, optamos por tomar o seu legado, seguimos o seu dogma e vivemos qual bacantes, qual dementes e suicidas inconscientes, derivados de sabedoria insana, por expressão de quem se pós de frente ao sol e se deixou queimar a lua.
Reflecte-se por momentos o que estamos a seguir, que parece seguir o tormento, que parece seguir a mentira, que parece seguir o temos, que parece seguir...
Pessoalmente.
Não sei como reagir, face a isto, parece novamente, que me sinta demente, que me sinta inclinado a escutar uma inconsistência, uma pequena desolação.
Continuam a ser contadas as horas e as intransigências que se passar por um momento, uma vez, outra e outra, ad infinitum.
Sobrevivo ao clamor dos tempos.
Cala-se o tempo, grito por silêncio.

domingo, maio 12, 2019

Sete símbolos e um enigma

O véu caiu pela noite.
Deixou-se o corpo a deriva.
Olhou-se para o horizonte.
A lua parecia viva.

A noite perseguiu a ideia.
A pluma sentiu-se pesada.
Por casa passada dada.
Perdia-se pela casa.

Por entre o vazio que sentia.
Procurava parte perdida.
Quando se apercebeu.
Parte de si, trazia magia.

À noite ficou ao luar.
Olhou para os cabelos de dia.
Pensou, talvez em rimar.
Não lhe seguia assim o enigma.

Perseguido pelo olhar.
Tocou o peito para confirmar.
Não sentiu o que trazia.
Não sabe, não o conhecia.

O véu, cobriu o luar.
Passou uma folha esquecida.
Voltou-se ao rio.
Trazia uma porta aberta, casa vazia.
Mais uma noite acordado.
Vem comigo, vamos sair, lado a lado.
Vamos encontrar pela noite, colunas que nunca ninguém tenha olhado.
Pelo clarear da noite, vamos pintar de lado.

Mais uma noite desperto.
Sabes o segredo?
Como foi que se passou, tão certo ao incerto?
Passar pela noite, pincel arqueado.

Mais uma noite em claras.
Sabes que não existe uma vista normal, um sentido conexo.
Tão só horas largas, 10 latas, tintas várias.
Ponderar a pintura, dar vela ao pensamento.

Mais uma noite passada.
Sem sair ficamos trancados.
Sem trancas ficamos almejados.
Posto de lado o sentido, deixamos colunas cinzentas.

Almeja, ao alento que se passe,
O vento há de o levar,
Por entre as pedras que nos dividem
Tempo, que há de passar.

Hoje não escrevo por hora larga,
A cama à de me levar,
Sempre que possa explicar,
Não deixo assim, qualquer lugar.

Escuta, as palavras são finas,
O tempo não foi gasto ou perdido,
Não existiu qualquer conceito associado,
Sempre que se possa entender, sempre foi almejado.

Pelas frestas da parede,
Parece escorrer o sangue,
Na verdade, pintamos paredes,
Sem que as colunas fossem alteradas.

De frente, de face ao vento,
De levada sentida,
Olhar para o vazio,
Já se faz sentir em vida,

Não é por um momento,
Não é por um termo,
Não existe uma medida,
Não existe uma fórmula,
Não existe um nome,
Não existe nada que me diga, em que mão me escrevo, sem que a esquerda saiba que a direita existe e que a direita, nunca aprendeu a escrever.

Mais uma noite acordado.
Vem comigo, vamos sair, lado a lado.
Vamos reencontrar o que conhecemos.
Passear a noite, cantar…

terça-feira, abril 16, 2019

Quando o dragão abraça a lua

O dragão tentou voa, almejava morder a lua.
Rasgou o ar, sempre a voar pela lua.
O dragão decidiu rosnar, soltar um grande ruido, passar por entre as labaredas do luar, aproximar-se da lua.
Ao chegar de perto, começou a perder-se nela.
O dragão ao voar, almejava morder de perto a lua.
Ao voar, sentia o céu a lamentar, que animal sedento e cruel, se aproximava da bela lua…
Ao voar, sentiu o céu a trovejar, a índole de proteger o luar, de proteger a bela lua.
O dragão ao voar, continuava a subir pelo céu, almejava morder a lua, tomar o seu sangue e banhar-se no seu resplendor.
O dragão ao voar, aproximou-se da lua, teve a no seu olhar e sentiu animo reforçado, de subir com o luar, de se aproximar da sua lua, se reter a respiração enquanto cortava a estratosfera.
O dragão ao luar, passava qual sombra negra, sempre a almejar, sempre a voar profundo, pelo resplendor de ter ideias, pela vertente desmedida, aproximava-se ao luar, com a ideia de morder a lua.
O dragão ao dobrar, a curvatura da terra, compreendeu, para muito pesar, que nunca poderia morder a lua.
Sempre a subir, o único caminho era continuar; sempre a navegar, pelo vazio sideral, pelo caminho que o fazia levar, aproximava-se por esse mar, sempre cada vez mais da sua lua.
O dragão ao voar, sentiu o fogo no olhar, rosnou fundo, sobre o luar, olhou com domínio no olhar, a lua que pretendia.
O dragão ao rasgar, ao subir pela noite fora, pretendia o mesmo rasgar, queimar a superfície da lua, morder o infinito e perder-se em chama sua.
Continuava a almejar, a fazer a lua sua, queimar todo o espaço que pudesse separar, ao rumar, passava o infinito, cada vez mais perto desse lugar.
Pode ser uma incerteza do momento que se faz pelo escalar, tão só o dragão ao lugar, pelo caminho que se fazia tomar, o dragão tinha isso como uma obrigação sua.
Pobre dragão, continuava a subir pela lua, sem jamais se aperceber, que era uma espécie sua.
Ao contemplar de perto, apercebeu-se da lua, um lado de ela, que ele levava perdido.
Simples dragão, que ao subir, quis tornar a lua sua.

sábado, janeiro 26, 2019

Do incerto à incerteza

À noites, sonhei contigo e todo o meu mundo se desfez em mim.

À noites, senti-me calado, sem que nada me demovesse do meu canto, sem que a vida mais de mim se aproximasse sem que o momento de me mover me mantivesse deverás acordado, sem que uma resposta me pudesse demover de sentimento, sem que uma resposta me faltasse por total inglória.

À noites, sonhei de ti, um sonho que levo então carregado por loucura, no mundo que se me desfaz pela frente, sem que à ilusão me seja; tomado por demente, uma resposta fidedigna.

À noites…

À noites perdi-me e permiti-me sonhar, ter-te na minha mente, somente poder levar avante nesse pedante pensamento, um desejo de ser feliz.

À noites, foste ilusão, foste semente, foste então, velada da madrugada, por onde se esconde a mente, uma incerteza fugaz e fulcral, um furto desejo de insanidade, que se a verdade me apraz, nem sei como tomar.

À noites, despertei de madrugada, por entre os sonhos de uma velada, uma aragem que se me assomava, sem saber o que procurava, sentia o teu odor no ar o doce dos teus lábios nos meus, a proximidade que nos afasta e o desejo de te reencontrar.

À noites, escolhi acordar, perder as feições da tua cara, dar lugar ao consciente, sem que o inconsciente me permita ter, um rasgo do teu olhar, um pedaço sereno do teu ser, um beijo teu, tão só para eu guardar.

À noites, quem me deixou esperar, quem me deixou, longe de tudo velar…

Deixa-me perder.
À noites que não voltei a sonhar.