Mais uma noite acordado.
Vem comigo, vamos sair, lado a lado.
Vamos encontrar pela noite, colunas que nunca ninguém tenha olhado.
Pelo clarear da noite, vamos pintar de lado.
Mais uma noite desperto.
Sabes o segredo?
Como foi que se passou, tão certo ao incerto?
Passar pela noite, pincel arqueado.
Mais uma noite em claras.
Sabes que não existe uma vista normal, um sentido conexo.
Tão só horas largas, 10 latas, tintas várias.
Ponderar a pintura, dar vela ao pensamento.
Mais uma noite passada.
Sem sair ficamos trancados.
Sem trancas ficamos almejados.
Posto de lado o sentido, deixamos colunas cinzentas.
Almeja, ao alento que se passe,
O vento há de o levar,
Por entre as pedras que nos dividem
Tempo, que há de passar.
Hoje não escrevo por hora larga,
A cama à de me levar,
Sempre que possa explicar,
Não deixo assim, qualquer lugar.
Escuta, as palavras são finas,
O tempo não foi gasto ou perdido,
Não existiu qualquer conceito associado,
Sempre que se possa entender, sempre foi almejado.
Pelas frestas da parede,
Parece escorrer o sangue,
Na verdade, pintamos paredes,
Sem que as colunas fossem alteradas.
De frente, de face ao vento,
De levada sentida,
Olhar para o vazio,
Já se faz sentir em vida,
Não é por um momento,
Não é por um termo,
Não existe uma medida,
Não existe uma fórmula,
Não existe um nome,
Não existe nada que me diga, em que mão me escrevo, sem que a esquerda saiba que a direita existe e que a direita, nunca aprendeu a escrever.
Mais uma noite acordado.
Vem comigo, vamos sair, lado a lado.
Vamos reencontrar o que conhecemos.
Passear a noite, cantar…
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