Não me apetece.
Na verdade, não me apetece mesmo nada.
Poder passar para uma página, tudo o que poderia dizer, é por vezes bem mais simples que falar directamente e dizer tudo, tal qual o deveria fazer.
Ainda assim, o propósito disto, é efectivamente reter o que de outra maneira nunca poderia dizer.
A caneta voa mais facilmente que as palavras e na caneta, não há júri, pode qualquer um ler o que for escrito e só poderá sentir-se afectado, quem de si mesmo, não tiver uma consciência tranquila.
Na verdade, não me apetece falar.
Sei que é um facto, sou como sou, direito, torto, directo, certeiro, incorrecto, rude, um total manancial de defeitos, um número de virtudes, um reflexo de um projecto inacabado, em constante evolução, mudança e reconstrução.
Risco ante risco, construção danada, desenho mal sucedido, obra mal tida, obra condenada.
Abraço e ilusão.
Não sei, de facto não sei mesmo, não me apetece mesmo nada, não tenho um desígnio ou uma emoção que me valha.
Que é amor ou amar?
Falha esta sensação, não conheço vela que me valha, não conheço expressão que possa referir, vai com o rumo dos ventos, conforme flutua ou perece, na eterna sensação de queda, a súbita ascensão, num programa oculto; força, fé ou ilusão?
Rara é a expressão e não me apetece mesmo nada, ter que falar ou fazer compreender o que digo, pois desta falta de expressão nasce o mesmo descontinuo pesar.
Obra eterna, concentrada expressão, serve sem dúvida a ideia de algo inacabado mas mais uma vez toda a obra é sem fim, enfim, infindável…
Mas daí…
Não me apetece ou por outra, não o sei fazer, exprimir de outra maneira que não seja indirecta aquilo que poderia dizer directamente, daí o meu direito à complicar um conceito simplificado, um sim ou não deveria ser uma dualidade, não obstante, dita observação conjunta e determinação negada, o sentido de escolha é demasiado abundante para branco ou preto, sim ou não.
Observo então a minha razão e releio o que foi escrito, sinto-me estranho e desligado, sem sentir que tenha escrito, não reconheço esta pessoa, sou eu mas eu que não sou, não me reconhecendo nisto que escrevo, talvez negando o querer escolher ou não querendo saber o que deveria saber, como escolher, sem grande hesitação.
Em suma, sei que pelo menos não me apetece, agora, desconheço também aquilo que não me apetece.
Num testamento, refiro isto, nem conheço então o escritor.
Não me apetece, não sei, recuso resposta.
Não me apetece, calei-me, devia ter falado.
Não me apetece, sei lá.
Na verdade, não me apetece mesmo nada.
Poder passar para uma página, tudo o que poderia dizer, é por vezes bem mais simples que falar directamente e dizer tudo, tal qual o deveria fazer.
Ainda assim, o propósito disto, é efectivamente reter o que de outra maneira nunca poderia dizer.
A caneta voa mais facilmente que as palavras e na caneta, não há júri, pode qualquer um ler o que for escrito e só poderá sentir-se afectado, quem de si mesmo, não tiver uma consciência tranquila.
Na verdade, não me apetece falar.
Sei que é um facto, sou como sou, direito, torto, directo, certeiro, incorrecto, rude, um total manancial de defeitos, um número de virtudes, um reflexo de um projecto inacabado, em constante evolução, mudança e reconstrução.
Risco ante risco, construção danada, desenho mal sucedido, obra mal tida, obra condenada.
Abraço e ilusão.
Não sei, de facto não sei mesmo, não me apetece mesmo nada, não tenho um desígnio ou uma emoção que me valha.
Que é amor ou amar?
Falha esta sensação, não conheço vela que me valha, não conheço expressão que possa referir, vai com o rumo dos ventos, conforme flutua ou perece, na eterna sensação de queda, a súbita ascensão, num programa oculto; força, fé ou ilusão?
Rara é a expressão e não me apetece mesmo nada, ter que falar ou fazer compreender o que digo, pois desta falta de expressão nasce o mesmo descontinuo pesar.
Obra eterna, concentrada expressão, serve sem dúvida a ideia de algo inacabado mas mais uma vez toda a obra é sem fim, enfim, infindável…
Mas daí…
Não me apetece ou por outra, não o sei fazer, exprimir de outra maneira que não seja indirecta aquilo que poderia dizer directamente, daí o meu direito à complicar um conceito simplificado, um sim ou não deveria ser uma dualidade, não obstante, dita observação conjunta e determinação negada, o sentido de escolha é demasiado abundante para branco ou preto, sim ou não.
Observo então a minha razão e releio o que foi escrito, sinto-me estranho e desligado, sem sentir que tenha escrito, não reconheço esta pessoa, sou eu mas eu que não sou, não me reconhecendo nisto que escrevo, talvez negando o querer escolher ou não querendo saber o que deveria saber, como escolher, sem grande hesitação.
Em suma, sei que pelo menos não me apetece, agora, desconheço também aquilo que não me apetece.
Num testamento, refiro isto, nem conheço então o escritor.
Não me apetece, não sei, recuso resposta.
Não me apetece, calei-me, devia ter falado.
Não me apetece, sei lá.