Comprei-te um presente, para me esquecer de ti.
Enterrei-o no meio do rio, para me afogar de ti.
Caminhei pela terra, quando a terra se fez em mar, o mar em oceano e cada maré que se vazava levava-me a mim, cada vez mais longe de ti.
Contemplei o vazio, enquanto o vazio olhou para mim, na abertura do céu, a lua se fez em si, senhora da noite, na dança da manhã, beijou o sol e trouxe o dia, só para se ver livre de si.
Pelo quarto, que cheira a sândalo, o som vazio do seu caminhar, sem que as cortinas se mexam, o vento corre, pelas aragens calmas da manhã.
Sente-se o tempo e ressente-se a história contada, mil vezes, mais que mil vezes traçada, pela calada vedada, sem que o contratempo me permita expressão, sempre dirigido a ti, sei que a face, é velada.
Então, se ouvires baixinho, vais ouvir o rio passar, vais ver pela rua calejada a estrada que te leva aquele lugar, ao lugar onde nos encontramos e nos perdemos uma única vez, entre as passagens de um idioma, não sei a tradução para ti.
Mas pelo menos, pela perda de ser entre os adjacentes que já caem, as vizinhanças que minguam, já que de mim deve partir o silencio estrondoso, sempre a raiar e a vaiar, tonante solto, pelas montanhas e pelos montes.
Mói-se em mim a inconsistência, conheço o facto de não conhecer, se amar o que se ama, nem sei como é o meio, se é que existe de facto uma maneira de o descrever.
Sabe-me o medo de perder, essa tremenda horrorosa sensação de me esvair, não quero, não quero sequer pensar.
Comprei-te mais uma vez um presente, não gastei um único cêntimo nele, está escondido por aí, sem que o possas ver, já o negaste, perdes-te esse nexo, sabes que te foi dado, esse presente, tem-lo contigo.
Acho que já não há essa necessidade, nem vejo o seu reflexo.
Simplesmente vou descrevendo essa passagem, já é abstracto e sem um olhar duvidoso, a sombra que me cobre o ar, se escutares, és tu a passar, ao longe, sempre a velar.
Como sempre, comprei-te um presente.
Como sempre, ficou no nosso lugar.
Como sempre, deixei-te tudo indicado.
Como sempre, falhou-te procurar.
Enterrei-o no meio do rio, para me afogar de ti.
Caminhei pela terra, quando a terra se fez em mar, o mar em oceano e cada maré que se vazava levava-me a mim, cada vez mais longe de ti.
Contemplei o vazio, enquanto o vazio olhou para mim, na abertura do céu, a lua se fez em si, senhora da noite, na dança da manhã, beijou o sol e trouxe o dia, só para se ver livre de si.
Pelo quarto, que cheira a sândalo, o som vazio do seu caminhar, sem que as cortinas se mexam, o vento corre, pelas aragens calmas da manhã.
Sente-se o tempo e ressente-se a história contada, mil vezes, mais que mil vezes traçada, pela calada vedada, sem que o contratempo me permita expressão, sempre dirigido a ti, sei que a face, é velada.
Então, se ouvires baixinho, vais ouvir o rio passar, vais ver pela rua calejada a estrada que te leva aquele lugar, ao lugar onde nos encontramos e nos perdemos uma única vez, entre as passagens de um idioma, não sei a tradução para ti.
Mas pelo menos, pela perda de ser entre os adjacentes que já caem, as vizinhanças que minguam, já que de mim deve partir o silencio estrondoso, sempre a raiar e a vaiar, tonante solto, pelas montanhas e pelos montes.
Mói-se em mim a inconsistência, conheço o facto de não conhecer, se amar o que se ama, nem sei como é o meio, se é que existe de facto uma maneira de o descrever.
Sabe-me o medo de perder, essa tremenda horrorosa sensação de me esvair, não quero, não quero sequer pensar.
Comprei-te mais uma vez um presente, não gastei um único cêntimo nele, está escondido por aí, sem que o possas ver, já o negaste, perdes-te esse nexo, sabes que te foi dado, esse presente, tem-lo contigo.
Acho que já não há essa necessidade, nem vejo o seu reflexo.
Simplesmente vou descrevendo essa passagem, já é abstracto e sem um olhar duvidoso, a sombra que me cobre o ar, se escutares, és tu a passar, ao longe, sempre a velar.
Como sempre, comprei-te um presente.
Como sempre, ficou no nosso lugar.
Como sempre, deixei-te tudo indicado.
Como sempre, falhou-te procurar.
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