Entre sonhos repetidos, lamurias de seres estranhos e todo aquele temor de uma noite mal passada, se ergue dormente o inglório solitário.
Em noites de sono, em que nada se assemelha senão a uma incógnita inconclusiva, há uma verdade de meias mentiras e em que cada sopro dado faz bater as asas de uma borboleta abandonada ao sopro da tempestade, penso em ti e as coisas melindram.
A noite cai assim, dormente perante as ruas, as ruas tornam-se populadas, as pessoas encontram-se nelas, ébrias, drogadas, dormentes e desligadas, as ruas tornam-se passeios de decadência, vivos olhares de ignorância atravessam quem os olha, a vida é selvagem e passeamos um jardim de inconstância.
Dormente me encontro e dormente me deixarei pernoitar, nada nisto se assemelha a algo que possa compreender como sendo constante, nada senão um temor de um horror que me passe no olhar e mesmo esse sei ser completamente distante, mesmo esse sei ser completamente irreal...
Aguardo por uma por um momento de sobriedade, não que tenha bebido, não que tenha consumido, mas simplesmente estou ébrio desta vida inconstante, nada se assemelha a nada e sinto-me num bailado de ignorância, prostrado a intolerância e abandonada a insensatez...
Referi e reafirmo, penso em ti.
Em quem penso nem o pensamento saberá, deixem-te oculta bela senhora, que para mim és estranha, que ninguém saiba de ti, que ninguém te conheça, que ninguém saiba absolutamente nada.
Refiro-me a ti, mas nunca a ti, sempre por ti, dito para ti e sempre escondido, confuso e talvez para enganar, para ocultar, poderá nem ter significado nenhum, poderei até nem pensar em ti mas serie confuso nada será resoluto, nada será completo, nada será assim.
Confesso-me, nem me atrevo a dizer quem sejas, talvez por temor, nem sei se sobreviveria a tal tempestade...
Deito-me dormente.
Tão só, calado, decadente.
Espero por essa tempestade, aguardo para ver o que acontecerá.
Assim, deixo-me ficar dormente.
A espera de tudo.
Perdi outra vez a mente.
Nem sei onde deambulo.
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