terça-feira, julho 28, 2009

Só e somente. (Ler e ler de baixo pra cima.)

Escrevo em linhas baixas palavras altas.
Dito versos distensos e as palavras ilustram-se diluídas.
Comprometo uma palavra.
Sacrifico um sentimento.

Refugio essa inconstância.
Replico essa expressão.
Indago indignado.
Espio essa explanação.

Comento incessantemente.
Caio e rio-me insanamente.
Não dou explicação de nada.
Repudio essa tristeza aparente.

Conheço o claustro que foi imposto à mente.
E enquanto se deita a conjugar um demente.
Sinto-me tão só aqui, tão dormente...
Só e somente.

sexta-feira, julho 17, 2009

Ode a lua...

Sinto o cheiro de humidade no ar, a lua brilha e nada se parece com nada que pudesse alguma vez reconhecer.
Sinto o ar fresco, o Verão parece uma altura estranha do ano, a noite é fresca e serena, a vida é lenta e desgovernada, acelerando ao balançar do vento desconhecendo os danos da sua oscilação…
Revolto-me, reviro-me, tento encontrar uma razão que me faça sorrir, um motivo de pequena felicidade…
Como te sinto aqui?
Como te sinto como estando aqui?
Porque sinto tão forte a tua presença, sem saber sequer por onde deambulas?
Sinto a tua falta, sinto a falta da tua voz, sinto a falta do teu olhar, sinto a falta de ti por inteira…Sinto-te aqui, e porque?
Sinto-me sozinho, sinto-me desligado…
Sinto-me repulsivo, culpado por algo que não fiz…
Moras aqui e nem aqui estas…
Estas incrivelmente perto e constantemente longe e ausente.
Escreveria uma ode a lua se isso te trouxesse para perto.
Cantaria em desconcerto por ti…
Tornar-me-ia a imagem do teu gosto…
E assim me encontro reduzido a ti…
E nem sei de ti…
Não sei absolutamente nada de ti…
Escrevo esta ode a lua com olhos de gato, desconcerto-me com o Verão…
E só quereria saber de ti…

terça-feira, julho 14, 2009

Memórias de Insónias

Enquanto a mente não dorme, a alma fugaz e sentimental, escapa por entre as frestas semi-cerradas da janela.
Enquanto o corpo lateja e a cabeça se resente, a alma dança, padecendo quase drogada em extase sentimental.
Enquanto os sentimentos se revoltam sob o ribombar da maquina vital, a alma percorre esse infinito de escuridão...

Pobre da mente desintegra-se...
Pobre da razão adormece, dando azo a ilusão...
Pobre do coração...

A mente essa recorda-se, percorre o seu peculiar album, escolhe-se nessa recolecção.
A mente recorda-se em tortura e faz aquecer o coração.
A mente joga com o corpo, com as memórias, da fomento a ilusão e arefece esse enrijecido coração...

Pobre de esse coitado coração...

Os olhos cansados, pecorrem o celestial manto em que a alma descança qual ilusão...
A cama parece uma caverna num vulcão, quente e inospita, sítio perdido para a razão, lugar de desconcerto.
As almofadas mudam, tornam-se tão duras como nuvens e tão pesadas como betão...

A confusão assenta-se, a ilusão mistura-se com a razão, o corpo não obecede a mente e os membros bailam descontrolados...

Neste leito, sinto-me em solidão...
Vagam memórias...
E estas memórias que vagam, escreveu as um sonhador...

Que de se deixar sonhar com a vida, passa a mesma em solidão.