domingo, abril 26, 2015

Matéria e ansiedade; Recordação, tempo e arte

Arte em ordem de sonhar, expressão de invisibilidade e ordem absoluta de esquecimento, como o abandono de tudo, a dúvida a que nos expressamos, dúvida por aquilo que fazemos ou que damos por fazer é na dúvida de si o pensamento expresso, a visão tida e toda a saudade que possamos apresentar.
Arde como um pensamento, expressa a mera formalidade, na verdade aponta a volatilidade, ao volte-face ao que aponta como se fosse um tolo, quando na verdade é incrivelmente brilhante.
E como podemos olhar, sem realmente contemplar, na verdade é como olhamos, desfasados de tudo, sempre que caminhamos e caminhamos uma vida inteira, lado a lado, nunca face com face.
Temos medo de cair, será que realmente confiamos em quem caminha connosco?
A forma é um momento, olhar para ti, é um presente que foi passado de mão em mão e na verdade, se existes nem te recordas e se te lembras, preferiste ocultar.
O dedo bate na ferida e espalha sal, a mão grita em agonia e satisfação é o prazer da dor, parece ser o que se inflige pelo que se percebe, continua a espremer, continua a carregar.
Toca por aqui, ao vento, ao som perdido, não sabes o acorde, não existe essa necessidade, olha para o futuro, o presente estiola, a vida rema contra a maré, mas existe sempre a Karmen, que te diz como se é, como se deve ser, como se deve viver e que te devolve o que lhe deres a entender.
Abraço a uma amiga, abraço a um amigo, beijo a uma alma querida, seja o que for um aperto próximo de quem está longe, de quem parte sem regressar, de quem gostamos de ver, abraçar, amar de uma maneira ou outra, de, simplesmente contar com.
Origina em tudo, a origem de nada, ao despertar de um sonho, a ilusão que vamos tendo e um sorriso, que somos forçados a carregar, justo com o disfarce que apresentamos, um sentimento é de perda, na vitória não nos podemos recordar, não existe, somos assim, cruelmente vencidos.
O êxito recorda o adeus que nunca foi dito e como se pode cair ao esquecimento de quem fica, o ver partir, trás perto de si uma amargura…
A arte…?
A arte expressa-se como se há-de expressar, porque podemos sempre ser alienados a nós próprios e é esse o reconhecimento que procuramos em particular, a verdadeira razão de existência.
Então um abraço, um sentido…
E é sempre por esse sentido, que existe uma arte.

domingo, abril 19, 2015

Cacofonia

Vou perdendo pela calçada, em fio mão deslaçada, passo alto de pé falso, terna fé, conhecimento nenhum.
Recolhendo pelo caminho, moedas deixadas ao vento, chaves que se foram partindo, opiniões deixadas em desânimo.
Vou perdendo pela vida, sentimento ou filosofia, se em si me inspira a fadiga, nem ao sono me da ao pranto.
Reunião então de loucura, sei assim em encanto, ter perdido amargura e ter ganho sobressalto.
Hora, minuto, segundo de partida, na análise que vamos tomando, cruel é assim o tempo, sujeito ao singular pêndulo, a faca vai cada vez mais próxima de más falias, na verdade, não corta fundo, senão nos bolsos de quem a temia.
Consagrado, senil e perdido, vê o copo vazio, tombo a garrafa partida, ora olha hora perdida, nem quer saber, estigma de vida.
A orientação parte, nem sabe se latida, nem por meio que a possa tomar, só lhe falta de facto vida, cruel intento, nem sempre visto.
Rói-se então até ao tutano, sempre de sorriso e olhar devasso, na sincera monotonia, sinceramente descabida, ora por sim que não, hora e olhar e ora para nada sem ver o que está a frente, são assim tomadas as palavras, pelo véu do vazia, sensações claras, palavras soltas, porra, coisa sem sentido.
 E descreve então ao sentimento, solidão de confiança, o recluso sente-se vazio, perdão negado…
Hora passa, ora de volver, se assim se faz sofrer, quem sabe quem realmente passa, na verdade, tomada a passada, não sabe o grita do semblante, ora então a hora perdida na verdade, ferida e desferida, o sentido passa pela palavra e a palavra do louco salta, lousa desfeita.
Passado, ficou marado, na verdade, não existe um significado de actos, de sentidos, coisa alguma, verdade ó mentira, rói-se a vida, chupa-se o tutano, horizontal verdade, vertical de medida.
Esperar um algo, na verdade deixou-se negar, não sei, não existe de facto e um encontro foi perdido, se assim se faz passar, será tido considerado, como um abraço de nada, ao olhar de quem o tem por frente na vista que alcança e toca por demão, considera ao alcance, tonta aragem volte de mão.
E considerar, não considera de verdade, tonto, iludido, que ofereço a mão, na verdade o conteúdo, sobre tudo, ultrapassa a mão.
Vaza por sim, se não sei não exprimo de verdade e só causa em tudo confusão.
Estúpido. É o considerado, ser assim, é como se é.
A dormir, fica vela, são horas perdidas, ora dormir um pouco.