Sem peso, vagueio, envolto em mim…
Não em nada mas numa jaula em que as grades foram feitas por mim…
Durmo um sono leve, ancorado a um sonho profundo.
Inspiro o ar nocturno, perdido e desnorteado, Senhor absoluto de nada, Lorde de tristeza profunda, Soberano de um império azul nocturno, enfim…
Abro um olho.
O mundo flutua ou parece-me a mim…
Abro o outro.
O mundo desaparece ou desagrada-me assim, vazio, sem…
Fecho ambos e escondo-me em mim…
Abraço-me a mim próprio, a mim…
Os meus olhos choram, eu grito sem fim, irado, perdido, fora de mim…
Endireito-me e olho para mim.
Detenho-me no ar.
E como um sonho passado, desapareço no ar.
Tu olhas nesta direcção, para o interior da minha jaula…
Procuras-me a mim?
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