sexta-feira, janeiro 29, 2010

Vago

Não me dêem revoltas, já inicio revoluções.
Não me peçam nada, pois tudo é senão um discurso que tenho preparado e em caso de duvidas, procurem-me ao longe, não digam nada nem uma palavra, pois se a vida vos deixar confusos, não me perguntem o porque.
Ergam muralhas, os castelos em que vivemos encontram-se a mercê das ondas, as marés vazam ar e a areia deita fogo.
Construam ilusões, pois não vêem sequer onde põem os pés, pisem o que pisarem vocês não são mais do que aquilo que vos separa das pedras da calçada.
Orientem um sentimento, vocês estão vazios, meras conchas na areia, ar e lixo.
Não se metam a fazer o que entendem, não façam o que poderiam fazer, contentem-se com existirem, pois se vos der uma aragem, podem ruir.
Se me cabe dizer algo, que o diga com convicção, se com convicção não falo, não queiram saber do que falo e se seco aparento falar, nem por vocês sinto a mais mínima atenção.
Desliguem-se, procurem um sítio alto e saltem, deixem-me ver-vos a beijar o vazio, haveis de arder como Ícaro, a vossa ambição é desmesurada, não conheceis os vossos limites ou horizontes, caiam, o chão vos espera sob três metros de terra.
Calem-se e deixem-me.
Estou demasiado cansado e sinto-me demasiado sozinho.
Na realidade, nem escrevi nada.

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Resposta a Kori

Bem respondendo ao desafio da Kori Kori -.-



Eu já... Bebi para esquecer. Pode não ser uma grande revelação mas pelo menos admito.

Eu nunca... Dei uma solva a alguém. Já tive motivos senti pena das pessoas.

Eu sei... Ouvir as pessoas.

Eu quero... Fazer algo da minha vida que me transmita um sentimento de realização pessoal.

Eu sonho... Em estar com uma pessoa especial -.- sim também tenho segredos e sim são apenas 5 coisas.

Agora desafiar a malta!!!

PapaGaia
Morbida
Kenny

E não desafio mais xD muhahahahah xD

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Sozinho...?

Acordo sozinho.
Ao acordar anoiteço.
Se passo de noite, ninguém me vê.
Passo silencioso entre a gente, nem de dia me sinto, quanto mais presente…
À noite sou uma figura estranha e nem sei se de dia ou de noite caminho.
Reafirmo-me a noite, nem sei como seguir um meio diurno, não existe uma luz que me siga, sou tão só como sou e perdido caminho a deriva.
Estou nesse ponto, reconheço o que poderia ser mais um ponto de viragem, não sei como mudar não pedi nada do que possa ser pedido e no entanto deixaram-me a deriva, num ponto partido de alma, nem de coração me sinto e apenas dorido posso ficar.
Passo o diz sozinho, enquanto vou caminhando por essa vida, repudio o mais simples momento, não reconheço um ponto de saída, espero por sentir o que me vai faltando e sozinho contínuo, triste e a deriva…
Chego a entardecer, o dia avança sem meio de me recordar, nem consigo relembrar, estou assim, triste e sozinho e não consigo um meio de aproximação.
Continuo a caminhar, rodeado de tanta gente, se os fantasmas que sigo, são as pessoas com quem convivo, será que convivo de facto, será que sigo algo que compreendo, será que sei algo que me escapa, será que não entendo tudo num momento, será que sei o motivo deste estado, sozinho me demoro e nem sei como me remediar.
Sozinho anoitece.
Deslumbro-me, recordo-me de algo de espantar.
Sozinho olho ao longe e sozinho te tenho no olhar.
Olho-te, nem sei que dizer, sozinho me encontro e quem me haveria de dizer, que ao olhar vejo e te sinto assim aqui, sozinho não sei um momento, não sei um sentido, não sei nada.
Então sozinho agarro cá dentro e puxo esta recordação.
Sozinho olho para ti e por ti me perco, não me sinto aqui, nem por um momento.
Sozinho me tenho e sozinho me deixarei ficar, triste por não te ter sempre perto, sozinho por não te ter comigo…
E esqueço-me que estou aqui, desejava-me contigo, enquanto estou aqui sozinho, sozinho não estou só, pois basta-me olhar aqui dentro para te ter sempre aqui.

domingo, janeiro 03, 2010

Opinião solitária, desconcerto de um homem Solitário

Entre ares que vão passando, horas de demência concorrem em serenas mudanças, não conheço meios de momentos, nem sei sequer domino uma língua comum, tão só arrasto as palavras e vou cedendo a vontade, nego por clemência a ilusão e se me agarro, agarro me ao desengano e em ninguém hei-de confiar.
Hei-de mandar bugiar todo e qualquer um que me peça confiança, estou saturado de tal palavra, nem por acções a merecem e estupefactos hão-de ficar.
Denego a minha atenção, que vos seja perdida a atenção, não que sejam más pessoas mas não merecem o mais mínimo esgar, nem a mais pequena atenção, hei-de vos deixar arder e compreenda-se, já mereceram a minha consideração.
Como desejaria esta espada se bem que a mesma nem existe, que seja então metafísica, de palavras, de actos, não à compreenderão e ferrar nela será os seus destinos, nem que seja a ultima coisa que façam, hão-de ferrar nela!
Que me ferva o sangue, os meus olhos vêm vermelho e os seus corpos correm vermelhos e tornam-se negros com a luz da lua e que negrura tão viva que espero profetizar, tomem-me por demónio, tomem-me por sádico, mas hão-de correr negros rios de vivo sangue a luz da cheia lua!
Berro qual besta ferida, os rasgos da minha pele não passam de momentos representados por essas palavras malditas, sei o que me fere, não sei quem me feriu, provavelmente não há de o admitir, vivem de covardia qual sanguessugas, nem com sal se retiram, ver-se-ão nestas palavras ou haverão de se negar e esconder-se na sua concha tornando-se pequenos e insignificantes e se são insignificantes porque me irritam sempre?
Urro.
Gostaria de partir este mundo, mas sei que sinceramente não hei-de fazer nada e talvez devesse.
Não sei como será um dia, não posso ver mais que um momento presente e não posso passar mais que a visão irada do que sinto.
Recolho-me ao meu canto, nesse canto me dedico a vagar e nele habito apenas com a solidão.
Recolho-me a dormir, não espero recolher mais vivências do que aquelas que já sinto…
Manifesto essa solidão, reconheço essa tristeza.
Sou por isso nada mais nada menos que um solitário homem…
Acompanho o esgar da demência, esta noite não me sobra uma hora serena...