sábado, maio 10, 2008

Abandonei-te ao luar…

Lugar escondido, onde me deitava a repousar.

Fui-me embora…

Perdi-te da minha memória…

Sitio onde não tenho a certeza de poder voltar…

Dediquei-me a vaguear…

Não existe um rumo…

Já não sei se existe um lugar…

Queria procurar…

Não sei…

Não compreendo…

Desconheço um método para qualquer tipo de loucura, desconheço uma função para qualquer tipo de razão…

Tento, tentei, já não sei se tentarei mas parece-me uma vitória perdida em mil derrotas de viver…

Sobrevivo…

Rei, senhor absoluto de ruínas erguidas pó, mendigo, rico vagabundo, demente, comandante de um exercito de espectros malditos e putrefactos, doente terminal de doença alguma, em estado soturno, dormente, mortalmente vivo, com dificuldades para sonhar…

Abandonei-te ao luar…

Despedi-me de mim…

Contei as lágrimas que nunca vi cair, realizei todas as equações impossíveis, todas as rimas imagináveis…

Abandonei-me ao luar…

Deixei-me perdido num lugar escondido, impossível de encontrar…

Perdi-me… Deixei-me impossível de encontrar…

Ao abandonar-te, abandonei-me a mim mesmo…

Abandonei-me ao luar…

quinta-feira, maio 08, 2008

Um dia hei-de te contar algo.
Algo que guardo escondido neste abismo escavado com uma colher.
Um dia hei-de te dizer algo.
Algo que nunca poderás compreender e ao que continuaras sorrindo

Um dia hei-de te escavar esse abismo
Um dia hei-de te fazer coisas incríveis
Um dia hei-de te dizer coisas que nunca imaginaste possíveis
Um dia hei-de fazer a mais arrojada das loucuras…

Um dia hei-de te escavar um abismo
Um dia esse abismo há de ser profundo
Um dia esse abismo poderá deixar fugir tudo o que penso mas que neste momento guarda como grãos de areia….

Um dia hei de possuir a mais bela das loucuras
Um dia hei-de te ver cair sobre algo que simplesmente não compreendes
Um dia, em qual dia já mais saberei, mas um dia como um outro qualquer, como um dia de fogo e noite, de terra e mar…

Um dia, um dia saberás…
Um dia… Irei então escavar esse abismo, será com essa colher de prata, será com esses pedaços de sonhos, será com aquilo que parece não ser…
Tentarei então mudar a realidade?

Um dia…
Então, poderei convidar-te a penumbra profunda desse abismo, a todos os seus segredos recônditos, a tudo o que te minto e nunca te conto a todas as meias verdades que ficam em palavras decadentes do vício da embriaguez…

Um dia…
Quem sabe?
Talvez…
No fundo desse abismo, escavado com tanta precisão, esse abismo que escondo, longe de ti, longe até do teu coração…