quinta-feira, abril 05, 2007

Eu contra Eu

Suplicio de vontades

Individualização de mim mesmo

Teorias gastas e perdidas

Levadas em palavras

Que nem o vento ousa pegar

Eu, que contra mim mesmo erijo o mais alto obstáculo

O mais intransponível dos muros

Eu que sou se não uma limitação a mim mesmo

E que nunca me consigo ultrapassar de modo algum

E então que sou eu se não o meu pior inimigo?

Não há, nem aspira a haver

Uma verdade absoluta ou um terminus desta guerra

Existe apenas a ideia de que algum dia

Por algum motivo certamente fora do meu controle

Poderá haver algo exterior a mim

Que dite algum sentido de realidade

Ou alguma lógica alternativa que me leve a uma paz de armas…

Eu contra eu

De armas invisíveis

Empunhadas sem qualquer rancor

Nesta batalha que luto desde sempre

Contra este eu invisível e indissociável de mim mesmo.

Que sou eu se não eu mesmo que não sei como ser eu porque de outra forma não me conheço?