Toca-me hoje a alma, desfeita a sombra do teu ser…
Beija-me este rosto, cansado da vida mal vivida
Deixa-me existir, a vida não foi feita para pensar, deixa-me na estupidez do meu ser, se assim ao menos não pensar em ti…
Tira-me esta agonia, esta dor, esta tristeza, esta solidão sofrida do peito…
Deita-me por terra, tira-me o orgulho, o engenho, o pensamento, tudo o que possa fazer de mim quem eu sou…
Atira-me a um canto e deixa-me assim inconsciente do meu ser…
Mata-me, retira-me esta vida inútil, fecha-me os olhos a esta dor terrível que me aflige o peito, deixa-me morto, pois só assim posso pensar em descansar…
Que queres que te diga?
Queres que te minta em palavras que me dilaceram e me corroem?!
Queres que me prostre a teus pés e chore?
Queres que te diga que isto foi só um engano e que tudo o que digo não passa de uma ilusão que quero fazer passar a teus olhos, alma e mente?!
Queres que me doa?
Queres que me arda?!
Que queres?
Uma simples frase, uma estalada neste ego desfeito, nesta vida dorida, neste paciente doente, neste crédulo lunático.
Atira-me a cara a mentira, se cruel, bate-me, mata-me, deixa-me inconsciente desta vida que a insanidade não apaga…
Se quiseres apaga-me o pensamento…
Tira-me dele a tua imagem, o que penso de ti, se isso te satisfaz, da o que tiveres de pior e de melhor…
Mas por favor, mata-me a alma, queima-me o coração…
Não os deixes em existência.
Pois esta dor de pensar em ti…
Esta dor de sentir a tua falta…
Como já te disse, amor, não corrói apenas a mente…
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