Porque gostar do que me rodeia?
Reaccionar parece ser uma constante de mudança, sempre que olho, parece existir algo que me destrona, sem um motivo aparente, sem uma realidade ou por simples curiosidade.
Parece então que dentro daquilo que persigo, existe sempre um passado que me contempla, algo que irritavelmente é inegável, que não consigo largar ou perder.
São coisas que me rodeiam na escuridão, conheço esse silêncio.
Verdade, sempre a tive pela frente, sempre a apresentei como deveria ser, como foi, como podes entender.
Porque reaccionar?
Contactar a realidade, passou por ser um defeito, sempre que possa relatar um pouco mais, sempre que possa fazer um pouco mais de realidade, considera essa figura, sempre foi aquilo que apresentei, sempre foi aquilo que contei.
Considera o que quiseres.
Lê com atenção.
O tempo, caiu, rompeu-se por entre as coisas que planeie.
O plano, como sempre foi figurativo, não descritivo.
E se as coisas são como podemos passar a dizer, repletas de nada, se as palavras não valem o seu descrever, não vamos acreditar em nada, não vamos saber de nada.
Passa pelas palavras, vamos fazer essa tatuagem, foi feita em branco, em pranto, será que o poderás entender?
A jogada foi tua.
Esteve sempre nas tuas mãos.
Se sabes o caminho, já o podes caminhar.
Ficamos na intersecção, meia via, cruz quebrada.
Porque gostar do que nos rodeia?
Porque temos opção, porque podemos dar as opções as pessoas.
Passar a fazer as coisas com a atenção de quem passa.
Passa a garrafa pela mesa, copo solitário.
Foi escolha, como tudo o que podemos fazer.
Temos opção?
Estamos então satisfeitos com a escolha.
Se nos podemos cruzar, será como folhas no vento, nunca para serem reconhecidas.