sábado, dezembro 26, 2009

Carta de um homem Solitário

Onde estou, que não me possa aceitar, perdido em mim, de perguntas singulares, respostas que nem imagino, conhecimentos e ideologias que repudio.
Consagrar dessas horas, perdido para um caminho que me dediquei a pisar, existem sempre tantas vozes vazias que com o radiar das palavras só me sinto em agonia, aviso assim, vão provavelmente ver-me vomitar.
Escuto um estrondo de coisas estranhas e uma verdade estranhamente escabrosa e piso o risco que deve ser pisado retomo uma ideia, nem sei para que me dediquei a pensar, não sei nada já…
Onde estou, para onde vou, que fui…?
Abnego, já conheci a resposta e vou-me dividindo, entre uma existência dormente e uma dormência de demência em constante ignorância, por mal de tudo o que me possa calhar, se me virem a chorar não olhem, estas lágrimas ainda podem porem queimar…
Caem cinzas na calçada, todas as formas ficaram cinzentas e já nada parece uniforme, a desconformidade das coisas assemelha-se à neve na distância…
Encolho-me a um canto, o mundo está cinzento, o meu coração azul e nada há cá dentro…
Vazio, desprovido, privado, falto…
Nada mais que nada, simplesmente assim.
E pedem-me razões aparentes, motivos validos para estas palavras, coisas que possam ser explicadas por consequentes motivos de aparentes revoltas…
Palavras vãs por tanto.
Se não conhecesse tão bem este sentimento, dir-me-ia enganado e no entanto é já demasiado familiar e presente, demasiado presente e conhecido…
Reconheço-me adormecido e desinteressado.
Reconheço-me distante e desligado.
Reconheço-me desconhecido e ausente.
Já fui.
Já passei.
Já não sei.
Para onde vou então…?

quarta-feira, dezembro 23, 2009

A morte lenta da valsa sinfónica, desafinada e descontínua.

Em momento solene, se sente o silêncio e o embaraço de todo o ouvido.
Não, não existe uma razão ou um motivo que leve a fazer de um momento uma vida, tão só o crédito de acreditar, se bem que por acreditar se escreve uma valsa e por se crer, ainda que por um louco tomado por crédulo, ilusos se atrevam a toca-la.
Segue a marcha.
Não sei um ritmo, mas parece-me cavalgante, deixou de ser valsa, aproxima-se de uma cavalgada, não parece já musica parece-me guerra.
Altura de silêncio e o silêncio vem solitário, retrato de tantos dias passados e tantas horas desperdiçadas…
Segue-se a noite.
A noite nem sei se a conheço ou se conheço apenas a minha noite…
Não deixo aso a uma vida, nem sei um rumo sereno, solitário fica um demente e cinzento eterno por dentro, dorme um vassalo.
Caminhei um rumo e nem sei como me perdi, a minha estrada foi-se desfazendo e já nem faz parte de mim, por mim perdi-me e sem que me encontre me deixarei, em triste memória de mim mesmo e por fora de uma verdade que desconheço, recorro a loucura… Hei-de-me encontrar, enfim.
Segue-se o fado.
Entre a vida que não caminha em becos de escura ebriez, gostaria de sentir-me embriagado, porque sinto-me doente e nem sei que mal me afecta que me deixe cansado, mas como me deito, me levanto e nem sinto passar a vida.
Raso por alto o mover da palavra e nem sei passar a vida.
Segue-se tudo e nada mais que eu possa seguir.
Referi que me perdi.
Talvez por falta de vontade de me encontrar, talvez por não querer ser encontrado ou ainda por nunca ninguém me querer encontrar…
Segue-se a solidão…
E será que nunca foi nada mais que isso…?

sábado, dezembro 05, 2009

Mais Aberto Real e Talvez Abnegado: Carta à Perdição

Volto atrás, pois o retorno do momento é nada mais que senão uma ilusão de vivências e vou vivendo o que posso pois nada é senão um método de retorno e hei de me contemplar num momento, pois nada é mais que um retorno e nada há-de ser um momento que não se possa vivênciar.
Percorre um sentimento de desdém, sei que não existe nada que me possa fazer lamentar, sei que não existe nada que eu possa negar, nem tento por conta de mim próprio mudar, pois se não for eu como sou como me poderei reformar?
Vou revivendo as coisas e reinventando as regras, passo de um passo a um salto, sem saber um meio-termo, se as coisas se sucedem, se as verdades se ocultam, em mim e uma palavras me irei excluindo, pois nada se há-de retornar ao ponto zero e em iludida palavra renegarei uma vida e nem sei o que dizer.
Oriento o pensamento sem que haja um meio momento e nem por momentos me deixo ficar, sem que haja uma coisa em meios e nem verdades sei dizer sem que me saia uma verdade e por mentiras me tomas sem que nunca te tenha faltado nem com verdade, nem com nada.
Já se conheço um ponto e parto assim para fora de mim, dentro de mim nem sei o que haja e ao sentir, abraço o vazio.
Escolho as coisas, já sei o resultado, compreendo as variáveis e compreendo as variantes, ainda assim não calculo por meio matemático o fim desta equação não existe uso real para a transmutação desta razão.
Em retorno deluso, sei que me as de compreender, e mesmo que não afirme nem retornarei ao reconhecimento e as palavras que direi hão-de ser resumidas esconder-te-ei o momento hei de me dar a razão pois só por mim, perdido e demente, me deixo fechado, e escondido e maltratado…
Dentro em breve, ainda que deseja-se que fosse já hoje, hei-de conhecer um momento, que me esconda a velha canção, será realmente fado cruel ou demais carnavalesco?
Aguardo em perdida ilusão vítima da esperança.
Um ósculo.
Um segundo momento de vida ou morte, um ultrapassar de mim de tudo e uma verdadeira mudança de todos os momentos, uma recordação, mas em que sentido?
Espero e aguardo, inconsciente de consciência…
Será senão um passado ou um futuro e enquanto aguardo, cá me torturo.